– + | Grupo 16

1ª Etapa

“Once, a city was divided in two parts. One part became the Good Half, the other part the Bad Half. The inhabitants of the Bad Half began to flock to the good part of the divided city, rapidly swelling into an urban exodus. If this situation had been allowed to continue forever, the population of the Good Half would have doubled, while the Bad Half would have turned into a ghost town. After all attempts to interrupt this undesirable migration had failed, the authorities of the bad part made desperate and savage use of architecture: they built a wall around the good part of the city, making it completely inaccessible to their subjects.”

– Rem Koolhaas, 1972.

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Assim como Koolhaas propõe em sua tese Exudus, or the voluntary prisoners of architectures, de 1972, um trabalho simultaneamente factual e ficcional sobre a metrópole contemporânea, na qual muros podem ser tornar condições de liberdade através da segregação voluntária, é possível identificar a mesma patologia na cidade de São Paulo.

Entretanto, o arquiteto holandês, que por um lado sugere a criação de megaestruturas tais como o muro, planos de longa duração, por outro lado, sobre este plano, sugere uma arquitetura leve, uma parada temporária, cuja duração é menor.

Reconhecendo que a cidade de São Paulo já possui uma série de megaestruturas de caráter segregador, como por exemplo viadutos e shoppings, e tendo em vista a temática do EV de subtação, adição e ação em pré-existências, a proposta do grupo é intervir em uma megaestrutura abandonada pré-existente e suscitar os usos de arquitetura leve, temporária, que podem ser aplicados neste obstáculo urbano, num processo de hibridização e ressignificação de espaços obsoletos.

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O local de escolha está localizado entre o entroncamento de viadutos chamado de Parque Dom Pedro II. Trata-se de um leito de metrô abandonado sob a Estação Parque Dom Pedro II da Linha 3 – Vermelha, onde a priori era para existir uma outra estação de conexão, de acordo com o primeiro plano de linhas de Metrô de São Paulo, de 1968, o HMD. Entretanto a obra foi abandonada e atualmente é um depósito e área de manutenção do metrô, e através de um vão circular entre as estações é possível observar o seu vazio.

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Sem ainda delimitar o programa de atuação e sim explorando possíveis possibilidades, tem-se a intenção de contrastar a opressão e o segregacionismo provido pelo entorno rodoviarista com ocupações que atraiam o público presente pelo fluxo intenso de pessoas que passam estação em uma espécie de exudus diário.

Bibliografia

KOOLHAAS, Rem and Harvard Design School Project on the City. BOERI, Stefano and Multiplicity. KWINTER, Sanford and FABRICIUS, Daniela. OBRIST, Hans Ulrich. TAZI, Nadia. Mutations. arc en rêve centre d’architecture: Barcelona, 2015.

Fontes

http://www.archdaily.com.br/br/01-176936/requalificacao-das-estacoes-fantasmas-do-metro-de-paris (com acesso em 04/03/2016)

http://socks-studio.com/2011/03/19/exodus-or-the-voluntary-prisoners-of-architecture/ (com acesso em 04/03/2016)

2ª Etapa

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A proposta de um espaço cênico na plataforma subterrânea não utilizada da Estação Pedro II da Linha Vermelha do metrô de São Paulo tem como objetivo devolver o espaço, sem uso específico há quase 40 anos, à população e criar um equipamento público nessa região do Parque Dom Pedro que, apesar de ter parque no nome, é carente de áreas de convívio e permanência.

Cerca de 26.000 pessoas adentram a estação por dia e o intuito é convidar-las sonora e visualmente através do vão pré-existente com 15m de diâmetro para descerem e usufruirem do local.

Com principais referências de espaços cênicos as obras de Lina Bo Bardi, em especial o Teatro Oficina, também como o Teatro Arena, de Jaime Zeiger,  e do Centro Cultural São Paulo, de Luiz Telles e Eurico Prado Lopes, pretendemos criar um ambiente aberto para a expressão, encontro, espera, reflexão, contemplação e aprendizado da população, através de: um palco central, disponibilização de instrumentos musicais, áreas verdes, equipamentos para descanso, espaços moduláveis, um café, além de infra-estrutura básica.

“[…] este nada preenche e esvazia como sua expansão e contração natural: a necessidade de uma arquitetura virando teatro, que vira urbanismo que chega na construção de uma Ágora, de uma praça pública. Arqueologia urbana […]. – Zé Celso

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3ª Etapa

Como parte do desenvolvimento de projeto do um espaço cênico na plataforma abandonada do metrô Pedro II, nesta terceira etapa foi feita a atribuição dos programas propostos ao espaço e o seu desenho.

A intenção de conservar uma memória, mas também re-significar com o novo uso é contemplada ao manter a antiga plataforma de passageiros como eixo de circulação de ambos os lados, concentrando as áreas cênicas no eixo central, mas ao mesmo tempo elevando-a 1m para possibilitar o acesso e usufruto do seu espaço inferior.

Como espaços cênicos, localizados onde era destinado ao trilho do metrô, são propostos dois tipos, sendo um principal, de caráter flexível, e um convencional, para apoio ao anterior.

O espaço principal fica sob o vão pré-existente do hall da estação e parte da premissa de não ser um espaço cênico convencional, como o teatro greco-romano, e dialogar com os passageiros passando pela estação através do vão. Além disso, suas arquibancadas e palco são dotados de mecanismos retracteis possibilitando ajustar suas alturas e modificar o espaço de acordo com a disposição desejada pelo projeto cenográfico.

O espaço secundário, mas não menos importante, possui a disposição de um teatro greco-romano. Entretanto, a área de seu palco pode ser subdividida e utilizada para diferentes atividades, sendo estas de ensaio ou aulas de teatro.

O acesso pela estação de metrô é feito através de escadas rolantes que descem desembocando no foyer dotado de bilheteria, café e uma área verde externa para convívio e contemplação do público. Em adição, este espaço possui plataformas na área onde haveria o trilho com o mesmo mecanismo retráctil das arquibancadas do teatro principal, podendo modificar a espacialidade deste hall de um espaço plano para uma superfície escalonada com lugares para sentar. Inclusive, podem ser usadas de plateia.

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4ª Etapa

 

“a cidade, sua  arquitetura  e  o  teatro  foram  entrelaçados,  afinal,  o  teatro  quase  sempre é um reflexo das representações da vida pública, e o espaço público é frequentemente  organizado  como  um  lugar  para  a  representação  teatral. Tanto o  teatro  quanto  o  espaço  urbano  são  lugares  de  representação,  de reunião,  e  de  trocas  entre  atores  e  espectadores,  entre  o  drama  e  o  lugar da cena. Encontrando suas raízes na experiência coletiva da vida cotidiana, ambos tentam ordenar as experiências desse caos. A palavra grega “theatron” significa literalmente “lugar de ver”, demonstrando analogicamente que os espaços  teatrais  e  arquitetônicos  são,  os  dois,  prismas  culturais  em  que  o espectador  experimenta  a  realidade  social  e  observa  os  mecanismos  dessa realidade espacial metafórica, estabelecendo uma cena como autêntica e verdadeira, ou como fantasiosa e espetacular.”
              Christine Boyer

 

Nesta etapa final, o grupo aprofundou-se no desenvolvimento dos espaços definidos anteriormente, e como se daria o acesso ao teatro e a plataforma em uso do metrô através do térreo.

Ao adentrar o saguão principal, no térreo da estação Pedro II, acessando-o através da rua, ou através da plataforma superior da linha vermelha do Metrô, uma pessoa depara-se com um grande vão circular que ora revelará o espaço cênico do teatro no andar abaixo, ora servirá como palco, graças a uma estrutura isolante. À direita, encontrará o acesso ao teatro e um espaço de encontro.

Descendo três metros com uma escada rolante ou elevadores, acessará o mezanino, primeiramente o foyer, com um café e administração, e fazendo a curva, a chapelaria, banheiros, acesso para o andar de baixo e o espaço flexível, que com ajuda da tecnologia Spiralift, pode ser personalizado para ser uma arena, um espaço expositivo, de convívio, etc.

Há também no mezanino acessos para o teatro principal, localizado no meio da plataforma, e o teatro tradicional na extremidade oposta, e suas respectivas cabines de controle.

Descendo mais três metros para o segundo subsolo pelas escadas ao lado das escadas rolantes, acessa-se o andar que contém os equipamentos técnicos e administrativos, o fosso inglês, os camarins e acesso aos palcos para os artistas.

Com isso, concretizamos a ideia de criar um espaço cênico criativo para diversas realizações e uso público, não apenas propagando cultura, mas também promovendo um espaço de encontro e de expressão dos usuários do metrô e dos habitantes da região.

 

Apresentação

 

Referência bibliográfica:

Evelyn Furquim Werneck Lima [org.]. Espaço e teatro: do edifício teatral à cidade como palco. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.
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