TEMPO LIVRE – G04

ETAPA 3

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O projeto desenvolvido ao longo do primeiro semestre de 2015, no Estúdio Vertical, teve como premissa pensar o tempo livre na cidade, em especial no Campo Limpo. Este conceito está diretamente relacionado ao lazer e aos espaços livres. A partir de então, visitamos e estudamos a região e chegamos ao terreno do projeto: uma grande área verde, entre as ruas Mathilde de Abreu, Rua Antônio Carlos Leme e Rua João Antônio da Fonseca, de topografia muito acidentada – uma diferença de 50 metros da parte mais alta para a mais baixa – na divisa de São Paulo e Taboão da Serra. Com um potencial favorável para ser um parque urbano, a área é localizada perto do CEU Campo Limpo, do terminal rodoviário Campo Limpo, de várias Igrejas, escolas e faz frente direta com o Córrego Pirajussara.

Vários problemas foram identificados e convertidos em objetos de projeto, como o fato da área ser uma barreira física e visual, sem qualidade urbana e paisagística, sem aberturas para a entrada de pessoas – algumas passagens foram improvisadas pelos próprios moradores para facilitar a circulação através do bairro – e está sendo ocupada pelas extremidades, sendo vítima da especulação imobiliária. Ao conversarmos com alguns moradores, descobrimos que a área é privada e que futuramente lá serão construídos vários condomínios habitacionais – um deles já foi concretizado. Outro problema é a escassez de travessias ao longo do córrego, o que acarreta em fluxo falho entre suas margens. Assim, diferentemente de resolver o desenho da área com programas pré-concebidos, optou-se pelo desenho a partir das bordas, descentralizando as atividades com intuito de integrar a população ao espaço urbano.

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O entorno possui uma gama de áreas em potencial, como praças e áreas verdes, mas muitas vezes não são utilizadas por falta de qualidade. Portanto, o projeto foi pensado como um gerador de atividades de lazer, inserido diretamente na malha urbana existente, sendo um parque integrado à cidade, que também facilite a mobilidade dentro do bairro.

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Dessa forma, começamos a pensar em um eixo de ligação entre o parque e o terminal rodoviário – o que incentivaria a chegada e permanência de pessoas no parque. A primeira etapa do eixo se caracteriza por uma calçada larga que acompanha o perímetro do terminal, chegando ao córrego Pirajussara, continuando o eixo por uma travessia que leva ao parque, do outro lado do córrego. A partir desse eixo, sairiam caminhos que conectariam os dois lados do parque. Houve o interesse de criar frentes para a área, criando programas de interesse público em suas bordas. Utilizamos algumas estruturas residenciais existentes e pontuais e modificamos seus programas, criando bares, mercearias, mercados, creche, bicicletários e oficina de bicicleta, academia, apoio às quadras esportivas, escola, restaurantes e serviços em geral. As calçadas foram alargadas para qualificar o passeio urbano, e uma via de automóveis, foi aberta cortando o parque e criando mais frentes para este, também com programas de interesse público.

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Tendo em vista a topografia acentuada e o fato de que o a área se localiza em uma das cotas mais altas da cidade, é nítida a existência de uma vista panorâmica nas partes altas do projeto. Assim, foi pensada uma roda gigante implantada no eixo de interesse, de 50 metros de altura, que seria tanto uma atividade de lazer como um tipo de programa que hoje em dia não existe na região, além de adensar ainda mais a área. O mobiliário urbano foi revisto, sendo criados postes de luz que dariam mais vida ao local, principalmente à noite, quando é escuro e perigoso. Consideramos as pré-existências, como uma pequena quadra de terra improvisada em uma das bordas do parque e outra quadra maior na cota mais alta, redesenhando e qualificando-as.
Para vencer a topografia, um edifício de conexão foi projetado seguindo o eixo. Essa construção conecta diversas cotas por circulações verticais e acessos em diferentes patamares do parque.
Concluindo, o projeto será uma forma reintegrar atividades da população ao espaço público, que atualmente atua como uma barreira física, seja topográfica ou hidrográfica, reestruturando-o a partir de uma rede de programas e um eixo de circulação.

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ETAPA 2

O projeto, tendo em vista áreas livres como potenciais, mas também como barreiras, propõe uma nova relação entre o córrego Pirajussara e seu entorno com o desenho de parques, conexão com o terminal campo limpo e áreas alagáveis.

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