O ESPAÇO DO COTIDIANO | Grupo 06

  ENTREGA 01

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  “O vazio é a ausência, mas também a esperança, o espaço do possível.”

  Entendendo o cotidiano como tempos de produção fragmentados e permeados por tempos de passividade e espera, o grupo sentiu-se instigado por este último, enxergando na ausência o potencial da criação. No espaço urbano, pontos de ônibus têm papel importante neste sentido, uma vez que aglomeram diversas pessoas em situações passivas, e são muitas vezes lidos como um não-lugar, conceito de Marc-Augé para espaços públicos de rápida circulação em que o individuo pouco se identifica ou não se identifica. Além disso, o fato de que este espaço expande-se e retrai-se conforme o fluxo de pessoas, caracterizando-se, assim, como fluido e flexível e não delimitando-se estritamente ao espaço construído, também chamou a atenção do grupo.

  Após esta primeira leitura, em busca de situações como a do ponto de ônibus, o grupo voltou-se para um complexo entroncamento viário na 23 de Maio, delimitado por quatro viadutos: Dona Paulina, Brigadeiro Luis Antônio, Dr. Manoel José Chaves e Jaceguai. Ali, a tradução urbana da ausência era evidente, com caráter residual: um vale com seu rio escondido; com grandes gramados praticamente inacessíveis gerados pelo negativo das vias de circulação; com espaços subutilizados cobertos pelos viadutos; com muitas construções destinados ao trânsito, e poucas à permanência; com grande circulação de pessoas. O cotidiano deste espaço para muitos é a mera circulação, porém, para a comunidade que enfrenta esta área inóspita e insalubre e se abriga nos baixios de viadutos e em barracas no gramado, esta área é o seu lugar de permanência.

  Assim, tendo em vista o confronto destas percepções e usos, o grupo se propõe a trabalhar esta área em diferentes escalas de modo a minimizar seu caráter de resíduo, qualificando este espaço sem perder a fluidez e flexibilidade características do vazio.

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  ENTREGA 02

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  Entre fluxos intensos de ligações norte-sul e leste-oeste, o Viaduto Dona Paulina abriga atualmente serviços públicos essenciais para a sociedade, porém de utilidade específicas: a unidade central do Serviço Funerário do Município de São Paulo e uma unidade dos Alcoólicos Anônimos. Uma curiosa sobreposição de usos em um espaço que foi projetado para destinar-se a mobilidade que nos pareceu ainda mais instigante após a descoberta de uma quadra dentro da funerária, dentro do viaduto.

 

  Neste primeiro aprofundamento de pesquisa, nomeado pelo grupo de Compreender, a equipe buscou entender este complexo entroncamento viário, sua história, seu projeto, e sua situação atual por meio de pesquisas históricas, visitas e levantamentos.

  Em 1924 foi realizado um primeiro projeto para uma linha de bonde subterrâneo que conectasse o Centro Novo ao Centro Velho fazendo uso de três viadutos a serem construídos: Dona Paulina, Nove de Julho e Jacareí, nos quais eram propostos também unidades médicas, restaurantes, salão de jogos e leitura e outros equipamentos de utilidade pública. Para a execução do Viaduto Dona Paulina, Paulina, filha do Barão de Limeira, um dos homens mais influentes de São Paulo do Século XX, doou o terreno, onde seria construído o Viaduto com seu nome.

  O viaduto Dona Paulina foi finalizado em 1948, porém não em sua completude pois o projeto de bondes nunca foi executado, deixando o interior do elevado ocioso até a sua ocupação pelo Serviço Funerário.

  Na próxima fase do projeto de pesquisa, intitulada Documentar, o grupo se propõe a registrar o uso e dinâmicas internas do viaduto, por meio de visitas regulares, entrevistas, fotos e desenhos. Este trabalho é essencial para que, ao final do semestre, o grupo possa Revelar este espaço e uso do viaduto em sua contemporaneidade.

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  ENTREGA 03

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   Ao estudar a área da Av. 23 de Maio compreendida entre os viadutos Brigadeiro Luis Antônio e Jaceguai, o grupo deparou-se com diferentes tipologias de transposições e grandes áreas verdes residuais inacessíveis. O viaduto Dona Paulina, localizado na mesma região e idealizado na década de 1930, foi pesquisado como exemplo para compreender como uma infraestrutura viária pode abrigar uma congestão de fluxos, usos e atividades. Apesar de seu projeto original não ser executado, que contava com  uma linha de “minimetro”, salas de estudo, restaurantes e outros programas, o espaço interior do viaduto acabou sendo ocupado pelo Serviço Funerário da prefeitura e por uma associação de Alcoólicos Anônimos, dois programas públicos renegados.

  Tendo em vista essas investigações, o grupo voltou-se para os fluxos e demandas da área como um todo. Fora notada uma grande distância entre as travessias para pedestres; em sua maioria, as transposições foram pensadas principalmente para automóveis.

  Assim, o grupo ensaia aqui um projeto de travessia para pedestres e ciclistas sobre a Av. 23 de Maio, que liga na mesma cota o Metrô Liberdade, com diversos fluxos usuários, e o Teatro Renault, um dos muitos teatros da região e pólo cultural. A travessia é uma infraestrutura que serve não só para a transposição, mas também abriga programas públicos e possibilita outros usos e apropriações, versátil e pulsante. Conecta não só os dois lados do vale, mas também o canteiro central da Av. 23 de Maio, entendendo-o local possível de futuros projetos e apropriações.

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  ENTREGA 04

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Ao estudar a área da Av. 23 de Maio compreendida entre os viadutos Brigadeiro Luis Antônio e Jaceguai, o grupo deparou-se com diferentes tipologias de transposições e grandes áreas verdes residuais inacessíveis. O viaduto Dona Paulina, localizado na mesma região e idealizado na década de 1930, foi pesquisado como exemplo para compreender como uma infraestrutura viária pode abrigar uma congestão de fluxos, usos e atividades. Apesar de seu projeto original não ser executado, que contava com uma linha de “minimetro”, salas de estudo, restaurantes e outros programas, o espaço interior do viaduto acabou sendo ocupado pelo Serviço Funerário da prefeitura e por uma associação de Alcoólicos Anônimos, dois programas públicos renegados.

Tendo em vista essas investigações, o grupo voltou-se para os fluxos e demandas da área como um todo. Fora notada uma grande distância entre as travessias para pedestres; em sua maioria, as transposições foram pensadas principalmente para automóveis.

Assim, o grupo ensaia aqui um projeto de travessia para pedestres e ciclistas sobre a Av. 23 de Maio, que liga na mesma cota o Metrô Liberdade, com diversos fluxos e usuários, e o Teatro Renault, um dos muitos teatros da região e polo cultural. A travessia é uma infraestrutura que serve não só para a transposição, mas é uma infraestrutura que sugere usos de caráter público e possibilita apropriações livres, sendo versátil e pulsante. Conecta não só os dois lados do vale, mas também o canteiro central da Av. 23 de Maio, entendendo-o local possível de futuros projetos e apropriações.

Para transpor o vale, a passarela apoia-se em apenas três pontos, vencendo vãos de aproximadamente 70m. Para isso, pensou-se em uma estrutura metálica de treliças duplas modulares de 7x7m com lajes alveolares, visando a rapidez de montagem e a menor interferência nos fluxos da 23 de Maio. Fazendo uso da modulação das lajes, os diversos níveis da travessia criam distintos percursos, áreas de estar e áreas verdes, estabelecendo uma relação dinâmica. A fachada da travessia é composta por painéis móveis de chapas metálicas perfuradas, podendo ser manipuladas pelos usuários. Além disso, pensou-se em um sistema modular secundário afixadas nas vigas do nível superior que podem dar suporte a atividades diversas: fechamentos efêmeros, sistema de iluminação secundário, paisagismo pendurado, etc.

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