PASSAGENS – G24

1ª ETAPA

Passagem: lugar ou ato de passar; travessia; direito de passar por uma propriedade; galeria coberta por onde se passa; transição; mudança.

A transição. A mudança. O vazio do espaço físico. O espaço, o tal entre dois pontos. O que se passa, o que já passou, o tempo nessa relação. A arquitetura posta como solucionadora de problemas, de inventora de situações, onde se fica, onde se move, onde se senta, onde se faz o que bem entende o ser humano, quando a tal não o define uma tarefa, que os abre espaço para experienciar o diferente, o incomum, o novo. Em outra perspectiva de vista, em relação à cidade que habita.

Edifícios do centro de São Paulo, que já passaram do seu tempo de uso definido e por agora encontram-se ali, esquecidos ou até mesmo, muitas vezes, ocupados, com outros ofícios. Que espaço é esse, criado pela passagem do tempo? Não entendia que prédio também tinha data de validade, mas pelo jeito tem.

Essa passagem da ar a uma soma rica de benefícios de convivência e de discussão. O que é meu, o que é seu, o que é nosso? E como voltar a dar vida, a esse elemento de uso nosso, que fica por ali, parado e esquecido. Integra-lo ao tecido urbano, mesmo que sua cota seja diferente da cota já existente, aplicando uma passagem, para que a vida do lugar existente se transporte para o lugar que há de existir.

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2ª ETAPA

Circo: entre os antigos romanos, lugar destinado aos jogos públicos; recinto formado por uma armação desmontável, coberta de lona, de forma circular, para espetáculos acrobáticos, cômicos, equestres etc.; pavilhão ou recinto circular para espetáculos e desportos; anfiteatro.

Sinônimo de circo: circuito, círculo, estádio, praça.

Entre atividades educativas, formativas e lúdicas, o espaço vazio que um dia foi ocupado por tais hoje se encontra consolidado e inutilizado em meio da necessidade do público por um respiro na maçante vida urbana. Agora o vazio renasce, em uma outra escala, em um outro proposito, em uma outra consolidação de cidade e de tempo.

A busca se encontra na retomada da cultura espacial que se estabelecia na praça do Paissandu e entrou em extinção com a ocupação vertical. A proposta da conformação é encontrada entre resíduos da verticalização sem organização lógica. Entre lotes com estruturas singulares ou em conjunto que se caracterizam por serem camufladas no espaço, deixando o enfoque aos números circenses que serão apresentados.

A passagem se apresenta como hiato em meio de tantos outros encontros vocálicos, sendo mais ressaltada pela ligação visual estabelecida entre o público que assiste aos números quanto a conversa dos números entre si. A nova dinâmica do passeio públicose encontra em um nível diferente do que se é visto atualmente, criando uma costura na evolução da cultura com o passar do tempo e a adaptação de tal em meio da arquitetura.g24_entrega02_img01 g24_entrega02_img02 g24_entrega02_img03 g24_entrega02_img04

3ª ETAPA

Contato: estado de objetos que se tocam; ligação.
Ponto em que uma reta ou superfície toca uma curva ou outra superfície ou reta, ditas tangentes. Junção ou conexão entre dois condutores que permite a passagem de uma corrente. Dispositivo ou peça para produzir tal conexão.
Proximidade. Relação. Toque. Comunicação. Contágio. Convivência. Interação.

O contato. Aquele, pelas mãos expressivas, dos trapezistas duplos, quando se encontram no ar. O contato de viga e laje. Ou até mesmo, o interpretado como interação. A interação da cultura, do espaço, do vazio e do habitante que se depara à um ambiente sem restrições.

Essa passagem de contato, é o que interliga a cidade já consolidada, à cidade que há de se consolidar. Entre os vazios das verticalizações, atividades educativas, formativas e lúdicas, retomam o seu espaço histórico, enfatizando a passagem do tempo e adaptando-se à contemporaneidade com sutileza e sem deixar de lado a essência circense.

A consolidação da cultura espacial circense, no Largo do Paissandu, abre uma nova possibilidade de espaço urbano, dando ao passeio público novas ligações visuais, conforme as mudanças de cota, e proporcionando uma continuação da malha pública urbana.

Contendo-se à mesma linguagem arquitetônica, o entorno semelhante logo é percebido, uma vez que todos se relacionam de maneira indireta.