Reconhecer São Paulo_G37

ENTREGA 04

Tendo o levantamento e as leituras feitos nas últimas entregas, para essa etapa, o objetivo foi entender qual era a maneira mais coerente de apresentar essas informações em uma exposição, sintetizando toda a pesquisa feita até então.

 

síntese das informações coletadas

 

Dado o desejo de transmitir esse conhecimento de forma didática, clara e dinâmica, a escolha do grupo foi criar uma projeção que apresentasse todas as informações coletadas e leituras realizadas, de forma contínua para permitir que o espectador entenda o conteúdo independente do momento em que ele passa a acompanhar as imagens.  O fato de optar por essa plataforma de exposição exigiu que o grupo repensasse a representação dessas informações, o que gerou produtos diferentes dos realizados na etapa anterior e novas pesquisas que complementassem o tema.

imagem da apresentação

 

A apresentação funciona como se fosse um vídeo, que passa pela pesquisa histórica e legislativa da Etapa 02, pelo levantamento da Etapa 03 e pela leitura das informações coletadas – área destinada ao carro, número de vagas, preço dos estacionamentos e horário de funcionamento – que é a grande parte do produto final. Essas leituras se estabeleceram por comparações que dão a dimensão do tema tratado com exemplos próximos e do cotidiano dos espectadores.  Além de mostrar as informações, a ideia também era passar de forma implícita posicionamento do grupo em relação ao uso excessivo do carro na cidade de São Paulo de forma descontraída. ­

 

comparação: gastos com o carro x transporte público

 

Imagem da apresentação – aproximação com os diferentes públicos 

link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=GQa-n6yGSMo

ENTREGA 03

A partir do levantamento feito na Entrega 02 o grupo se propôs a visitar os estacionamentos que apareciam no mapa a fim de descobrir mais informações sobre eles, tais como área, número de vagas, preço, horário de funcionamento, número de andares e circulação vertical.

 

registro das fichas

 

Vale ressaltar que, durante o percurso, a presença dos estacionamentos contidos em prédios híbridos era significante na paisagem e, por este motivo, acabaram sendo incluídos no levantamento, mas sempre sendo possível diferenciá-los dos espaços destinados exclusivamente à carros. Com essa base de dados levantada, a próxima etapa foi compreender o que esses números significavam. Assim, a ideia era passar por cada um dos tópicos do levantamento e criar relações entre eles.

 

 Uma das leituras foi em cima da área que esses espaços ocupam na cidade de São Paulo. Por exemplo, a soma de todos os estacionamentos que foram computados nesse levantamento equivale a 3 x o SESC Pompéia e em um desses terrenos seria possível construir outro prédio igual ao IMS.

A quantidade de vagas também trouxe dados interessantes, já que, considerando 4 pessoas por carro e a quantidade de carros equivalente a quantidade de vagas oferecidas na região, teríamos um total de 16.676 pessoas que poderiam ser transportadas por uma quantidade muito menor de ônibus e metrô.

 

Além disso, torna-se muito mais barato ir de transporte público, principalmente se você está sozinho. A partir dos preços dos estacionamentos, foi feita uma relação entre o mais caro e o mais barato para entender o quanto seria economizado caso a pessoa optasse pelo transporte público.

Com toda essa base de pesquisa a próxima etapa do grupo é definir um modo para essas informações serem disponibilizadas e qual a melhor forma de representá-las.

ENTREGA 02

A ideia de reconhecer São Paulo a partir de elementos que normalmente não reparamos no nosso dia a dia foi desde o princípio interesse do grupo. Pensando nisso nos voltamos para a questão dos deslocamentos urbanos diários, em uma ramificação dos deslocamentos nos deparamos com as diferentes maneiras de atravessar a cidade, e escolhemos nos focar nos deslocamentos realizados com carros, para então nos debruçarmos sobre os espaços disponíveis  para os carros, num primeiro momento os Edifícios Garagem foram o foco central da investigação.

A aproximação do tema se deu a partir de três frentes de pesquisa – história, legislação e tipologia – e teve como objetivo traçar um panorama geral sobre a evolução dos edifícios garagem do surgimento da indústria automobilística em São Paulo até os dias atuais com a superprodução de carros e a consequente superlotação das ruas e redução das vagas disponíveis.

A grande quantidade de  metros quadrados destinados exclusivamente para os automóveis se tornou então o eixo central de nosso levantamento e pesquisa de campo. A definição de uma área específica de investigação se relaciona diretamente com um marco nacional, o primeiro edifício garagem do Brasil construído em 1954, projetado por Rino Levi, com dois acessos um pela Rua Riachuelo e outro pela 23 de Maio, o Edifício Garagem América ou Garagem Riachuelo é o centro de um círculo com 1,5 km de diâmetro dentro do qual executamos o levantamento das áreas dos lotes destinados apenas para os carros, como os estacionamentos térreos e os edifícios garagens.

levantamento dos edifícios garagem

 

 

levantamento estacionamentos térreos

ENTREGA 01

1. EDIFÍCIO GARAGEM

A quantidade excessiva de carros é algo marcante na cidade de São Paulo e esse número é cada vez maior, segundo as estatísticas do Detran-SP, só em 2016, a cidade ganhou cerca de 114,8 mil carros. No entanto, apesar dessa presença significativa do automóvel no nosso cotidiano, não reparamos na quantidade de lotes que são destinados exclusivamente para eles, só na Rua General Jardim são sete.

Por este motivo, uma das propostas do grupo é reconhecer São Paulo a partir do Edifício Garagem, que de acordo com o novo* zoneamento da cidade, esse tipo de construção será estimulada pelo poder público em mais de 30 zonas. A partir da escolha desse elemento, a ideia é começar com uma abordagem mais geral, mapeando essas construções no centro de São Paulo, entendendo onde elas estão implantadas e qual sua relação com os meios transportes públicos da cidade. Junto a essa análise, vale a reflexão: é realmente necessário um edifício apenas para carros?

Com essa pergunta em mente, o segundo momento do trabalho pode, ou não, ser focado em um edifício garagem específico e é destinado para pensar como ele(s) poderia(m) ser melhor(es) aproveitado(s), que outros usos poderia(m) ter, como reaproveitar essas áreas e destiná-las para as pessoas e não para os automóveis, marcando assim, São Paulo de uma maneira mais positiva.

2. CALÇADA

A escolha desse tema de estudo surgiu da vontade de se debruçar sobre algo que faz parte do nosso dia-a-dia dando-lhe a importância que deve ter, se tratando de questões sobre cidade e urbanismo. Na cidade de São Paulo as calçadas dizem muito sobre a legislação urbana e sobre a própria vida e história dos bairros. São milhares de tipos, materiais, desenhos. Elemento essencial na vida urbana com potencialidade de proporcionar sensação de pertencimento e acolhimento ao pedestre.

Em São Paulo o último Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (2014) visa “reforma, adequação e, quando possível, alargamento das calçadas” além de “adaptar as calçadas e os outros componentes do sistema às necessidades das pessoas com deficiência visual e mobilidade reduzida”. O Governo não se responsabiliza pela manutenção das calçadas, assim como as calçadas não têm padrão estabelecido em maior parte da cidade. O que mais se encontra são calçadas descontínuas, onde cada proprietário cria, mantém e se apropria da sua própria calçada. O uso da calçada para interesse próprio do proprietário é permitido, dentro de algumas especificações. A fiscalização de todas essas regras são questionáveis.

A relação entre o privado e seu pedaço de espaço público – calçada – se dá de diferentes formas gerando diferentes situações dentro da cidade de São Paulo. O objetivo do trabalho se voltaria para o estudo dessas relações, tanto sob o olhar teórico quanto sob o olhar prático do que encontramos na cidade. Possivelmente mais adiante será necessário um recorte espacial na cidade de São Paulo, mas de início o estudo seria geral.

3. CARROCEIROS

(catadores de resíduos sólidos recicláveis)

Imagem: SESC fora dos muros (G27_Modos de fazer, modo de pensar)

Conhecer o caminho que os resíduos sólidos fazem, para poder dar reconhecimento aos agentes autônomos que ressignificam o que a sociedade descarta, tornam o lixo mercadoria, e a coleta desse lixo seu sustento. E atuam no vazio deixado pelo poder público que negligencia toneladas de materiais recicláveis todos os dias.

De acordo com dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE)¹, apenas 13% do total de resíduos urbanos gerados no Brasil são encaminhados para a reciclagem. Apesar desse baixo percentual, os índices de reaproveitamento específico de alumínio e papelão do país estão entre os maiores do mundo, 77% e 94%, respectivamente.

Entender os fluxos dos sólidos descartados e as políticas públicas existentes para o setor permitirá compreender qual o sistema em que os catadores estão inseridos. Sua sina de catador marginalizado, hostilizado seja pelos carros na relação de forças com a carroça, seja pelos pedestres; quando na verdade falta a consciência coletiva de que esses trabalhadores são responsáveis por 90% de todo o lixo destinado para a reciclagem.

No setor da reciclagem a primeira cooperativa formada por catadores que se tem registro no Brasil é a Cooperativa dos Catadores de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis (Coopamare)¹, fundada em 1989 no município de São Paulo. A Coopamare também é reconhecida como a primeira a integrar um programa de gestão compartilhada de resíduos sólidos, instituído pela prefeitura municipal da capital paulista em 1990.

Estudar as dinâmicas internas das cooperativas, as vantagens da associação em contraponto a trabalhar de forma solitária. Cartografar os trajetos dos catadores com o intuito de entender a rotina e os desafios diários da profissão, a noção de distâncias para cada um, uma vez que seus corpos são acompanhados das carroças cada vez mais cheias conforme o dia passa. Para então com os dados coletados elaborar um organograma da circulação dos catadores.

1. O Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE) é uma associação sem fins lucrativos mantido por empresas privadas que atuam em diferentes setores. O CEMPRE divulga cotações dos preços dos materiais recicláveis em várias regiões do país e possui um cadastro nacional de cooperativas e associações de catadores recicláveis.

 

FONTES:

*Novo zoneamento estimula criação de edifícios-garagem em SP. Folha de São Paulo. São Paulo, p. 1-2. 03 jun. 2015. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1637220-lei-de-zoneamento-estimula-criacao-de-edificios-garagem-em-sp.shtml>. Acesso em: 15 ago. 2017.

São Paulo está perto de ter 6 milhões de carros. Por que isso é um problema. São Paulo, 23 fev. 2017. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/23/São-Paulo-está-perto-de-ter-6-milhões-de-carros.-Por-que-isso-é-um-problema>. Acesso em: 15 ago. 2017.

SÃO PAULO. A indústria automobilística. Disponível em: <http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/historia/a-industria-automobilistica/>. Acesso em: 15 ago. 2017.

Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. Lei Nº 16.050, de 31 de Julho de 2014. Prefeitura do Município de São Paulo. Disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/PDE_lei_final_aprovada/TEXTO/2014-07-31%20-%20LEI%2016050%20-%20PLANO%20DIRETOR%20ESTRAT%C3%89GICO.pdf>. Acesso em: 15 ago. 17.

Prefeitura da Cidade de São Paulo. Calçadas. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/calcadas/index.php?p=36935> Acesso em: 17 ago. 17.