MPMF_G22 – O papel social/profissional do arquiteto universitário

Etapa 01

Em nossas discussões dentro do ambiente acadêmico começamos a refletir como o nosso trabalho é distante da realidade que vive a maior parte dos brasileiros. Desperdiçamos uma enorme força e conhecimento produzindo projetos estritamente acadêmicos, lendo nossas cidades através de mapas e estudos superficiais, nos comunicando pouco com a realidade de nossos centros urbanos.  Acreditamos que é necessária uma maior aproximação do arquiteto ao campo onde atua, atuando não só com a conexão com o território, mas também com a população, horizontalizando a produção da arquitetura.

A partir dessa premissa e através da grade de uma de nossas matérias semestrais, o Estúdio Vertical, enxergamos a potencialidade de extravasar as fronteiras do mundo acadêmico, expandindo nosso trabalho para a cidade, em um lugar onde esta costuma ser mais carente e onde mais poderíamos ser, de fato, úteis como arquitetos, nas comunidades ou favelas.

Usando, então, a produção universitária da arquitetura como instrumento de democratização da cidade, poderíamos separar de forma sustentável a produção de arquitetura do capital. Beneficiando-nos da grade curricular de nossos cursos, poderíamos conciliar o desenvolvimento de projetos reais em regiões carentes, atendendo a seus pré-requisitos de modo a nos formamos arquitetos mais humanos, socialmente engajados e técnicos, abertos a um diálogo multidisciplinar com a população.

Devido a sua história e contexto urbano, Paraisópolis surgiu desde o início como principal exemplo e vontade investigativa.  A já existência dessa conexão entre a E.C. e a comunidade, através do workshop mediado, nos inclinamos de vez a querer trabalhar lá.

Gostaríamos de alguma forma produzir e desenvolver para nossa faculdade algo que seja também – e principalmente – útil à comunidade. Queremos através de nosso trabalho e dedicação profissional, produzir um impacto positivo na vida das pessoas que ali coabitam.

A aproximação social e a concretização da arquitetura onde ela mais precisa estar presente é algo que precisa se tornar mais comum e palpável. É necessário às escolas de arquitetura que aventurem-se fora do mundo acadêmico buscando trazer qualidade de vida para aqueles que mais precisam.

Etapa 02

ETAPA 03

Para darmos continuidade ao trabalho, através de novos contatos estabelecidos com pessoas engajadas no local, surge a possibilidade de uma intervenção que atenda as vontades do grupo em usar a arquitetura, enquanto acadêmica, para criar um espaço que gere um impacto positivo na qualidade de vida das pessoas que cercam um determinado lugar.

A proposta é fazer uma intervenção na praça da Av. Hebe Camargo, onde as crianças esperam as vans brincando, enquanto seus responsáveis conversam. Mas apenas uma instalação não é suficiente para atender as nossas vontades. Surge então o desejo de criar uma espécie de biblioteca comunitária, voltada ao publico infantil principalmente, podendo assim inserir uma atividade cultural ao seu dia a dia. A leitura abre portas para a criatividade, para diferentes perspectivas, engajando diferentes realidades socioculturais. Encantar o ato de ler é um dos nossos objetivos.

Pretendemos fazer isso construindo uma instalação efêmera que crie um espaço favorável e aconchegante para a leitura, através de mobiliários urbanos que funcionam como biblioteca e lugares de estar. Os livros arrecadados estarão lá para doação. Se encantou, levou. A idéia é também, manter alguns livros no local, para que as crianças possam manusear nesses momentos de espera.

Para o desenvolvimento do projeto, vamos nos juntar com jovens interessados no projeto, para assim acharmos uma forma que seja de todos.

Entendemos que o processo de arrecadação é uma etapa fundamental, então qualquer ajuda é bem vinda. Se existe algum livro parado em casa, incentivamos que o traga, o mesmo pode despertar interesse em outra pessoa. A troca é uma ferramenta importante para esse momento.

Surge assim o projeto Se encantou, levou!

 

ETAPA 04

O tema “modos de pensar, modos de fazer” gerou varias discussões, levantou várias questões, e reflexões. A que mais se destaca em um primeiro momento é como o trabalho do ambiente acadêmico  é distante da realidade que vive a maior parte dos brasileiros. A discussão nos levou a acreditar que é necessária uma maior aproximação do arquiteto com o território, mas também com a população, horizontalizando a produção da arquitetura.

A partir dessa premissa e através do Estúdio Vertical, enxergamos a potencialidade de extravasar as fronteiras do mundo acadêmico, expandindo o nosso trabalho para a cidade, em um lugar que costuma ser mais carente e onde poderíamos ser, de fato, úteis como arquitetos, nas comunidades ou favelas. Assim, gostaríamos de alguma forma produzir e desenvolver para nossa faculdade algo que seja também – e principalmente- útil a comunidade.

Através de contatos estabelecidos na Escola Da Cidade, com pessoas engajadas em Paraisópolis, surge a possibilidade de uma intervenção em uma praça na Av. Hebe Camargo que funciona como ponto de encontro das crianças para pegar uma van escolar.

A proposta é fazer um pavilhão que funcione como biblioteca para que as crianças e os pais possam viajar nas historias enquanto esperam pelo transporte. A leitura abre portas para a criatividade, para diferentes perspectivas, engajando diferentes realidades socioculturais. Encantar o ato de ler é um dos nossos objetivos. Pretendemos fazer isso construindo uma instalação efêmera que crie um espaço favorável e aconchegante para a leitura. Os livros arrecadados estarão lá para doação. Se encantou, levou. A idéia é também, manter alguns livros no local, para que as crianças possam manusear nesses momentos de espera. Em parceria com o Projeto LêComigo, fizemos ações para a arrecadação de livros para o projeto.

  Para o desenvolvimento do mesmo, nos juntamos com jovens interessados no projeto, para assim acharmos uma forma que seja de todos.

  Entendemos que o processo de arrecadação é uma etapa fundamental, então qualquer ajuda é bem vinda. Se existe algum livro parado em casa, incentivamos que o traga, o mesmo pode despertar interesse em outra pessoa. A troca é uma ferramenta importante para esse momento.

Surge assim o projeto Se encantou, levou!

Para dar continuidade ao trabalho realizamos uma atividade com as crianças e pais que freqüentam a praça da Av. Hebe Camargo, uma oficina criativa composta por rodas de origami, leitura e rodas de desenho que foram organizadas com a intenção de entender o que se deseja e  se espera para a praça, quais itens são essenciais e conformam a concepção de biblioteca urbana. Com essa atividade também pretendiamos nos aproximar daqueles que usam a praça diariamente com a intenção de criar um grupo de trabalho, já que entendemos que a participação deles é fundamental, não só porque eles são os usuários e entendem as demandas de outra maneira, mas também porque quando o trabalho é realizado em grupo, cria-se o sentimento de pertencimento, que possivelmente ajudará na preservação do pavilhão.

Uma vez analisado esses desenhos e aprendizados dessa experiência, o desenho do pavilhão começou a tomar forma, incorporando os  desejos das crianças e dos pais.

Como a ambição do grupo sempre foi de tornar-lo concreto, e colocar na pratica tudo aquilo que vimos muito na teoria no ambiente acadêmico, começamos a traçar orçamentos e ir atrás de verbas para a realização do projeto. Assim surge uma possível parceria com a Fundação Itaú Social, que demonstrou interesse pelo projeto em uma conversa inicial, porém por se tratar de uma etapa muito burocrática e com muitas etapas, demanda tempo.

Devido ao prazo de realização do trabalho, não foi possível concretizar o mesmo em tempo da etapa final, devido a dificuldades encontradas ao longo do processo e fatores externos. Porém o grupo entende que a conclusão do mesmo é de extrema importância, uma vez que a comunidade já foi envolvida e o trabalho está avançado. A construção e a realização do evento estão planejadas para acontecer durante o mês de julho, para que possamos compartilhar a nossa experiência no começo do 2º semestre de 2017.

O pavilhão será implantado sobre um canteiro de terra de modo que será necessário um trabalho de nivelamento junto com uma manta estabilizante do solo e uma camada de 10cm de brita para melhor acomodar o deck de pallet. Os pallets de dimensões 1,20m por 0,80m determina o módulo construtivo, assim as dimensões finais do projeto são de 2,40m por 0,80m. Após o intertravamento dos pallets, são lançadas as estruturas que darão origem tanto a estrutura quanto ao mobiliário. A estrutura é composta por peças padrões de madeira Pinus e Cedrinho e  chapas de compensado. Se desenvolve em duas fachadas, uma plana, travada somente no sentido longitudinal, e outra espacial, que além de travar a estrutura como um todo no sentido tranversal, gera o espaço necessário para a implantação do mobiliário, que trava a fachada longitunalmente.

A cobertura por sua vez, composta por vigas/tábuas de 3,50m dispostas transversalmente, suportam uma lona tensionada com somente uma água no sentido transversal, gerando beirais de 55cm que protegem a estrutura da chuva direta.

 

 

 

corte longitudinal AA’

corte transversal BB’

corte transversal CC’