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1ª Etapa

Akashic: tem origem no Sânscrito akasa que se refere a uma essência indeterminada como espaço ou etér. Na teosofia refere-se a um sistema de armazenamento universal que regista qualquer pensamento, palavra ou ação que ocorreu desde o inicio do universo. Os registos são feitos numa substância, designada por akasha ou éter sonoro. A palavra akasha tem origem em duas palavras tibetanas: aka, espaço ou lugar de armazenamento e sa-ski, secreto ou oculto.

memória – in memorian
o estilhaço, simultânea reiteração ritual, lembrança.

Fomos ensinados e acostumados a venerar a anamnese, mesmo com sua dialética positiva a amnésia é função sem a qual a memória se torna simplesmente uma maldição. A cultura instalada, roubada imposta nos é passado, presente, futuro, de uma civilização criada em padrões externos impostos pela colonização. O esforço é cada vez mais exaustivo, implica na constante reprodução da memória coletiva e daquilo que se apaga, que dá lugar a outras lógicas e outras necessidades, que não necessariamente correspondem às intenções dos mais numerosos, mas sim aquelas dos que possuem mais poder. Tais situações foram transmutada no venenoso formaldeído da História, o re-iterado da nossa pobreza e do poder deles, mito taxinómico da classe dirigente.

O objetivo, contudo, não é perder a inconsciência mas recapturar aquilo de que a inconsciência nos separou, aquilo que a consciência “deturpou”. Deste modo, dentro da própria gruta negra da memória, devem ser paradoxalmente inscritas as imagens-chave são reiteradas (literalmente repetidas em alguns casos como num palimpsesto ou por incisivos desenhos sobrepostos). Re-lembrar é anular a separação, e este apagamento é uma especie de esquecimento. a escríta, a tradução e a leitura, códigos implícitos porém não explícitos. Em certos edifícios Islâmicos a reiteração do dhikr como texto caligramático torna-se a própria definição do espaço construído como um dispositivo mneumónico ou palácio da memória, não como ornamento mas como a própria base de construção e de sustentação do espaço construído.

Algumas cidades introduziram sumptuosos cortejos alegóricos nos quais grandes complexos de símbolos (composições de hieróglifos) são construídos e dispostos pelos labirintos das ruas. A leveza e a fragilidade dos fatos também se traduzem no espaço urbano. O Parque é resquício das mudanças pragmáticas da sociedade paulistana e seu culto ao automóvel, recortado é hoje o resumo da desintegração imposta pela malha urbana e seus ritos de passagem.

No estudo dos sistema dinâmicos um atractor é um ponto, curva ou espaço para onde todas as trajetórias são conduzidas. Um atractor estranho é um atractor sobre o qual as trajetórias vizinhas divergem uma da outra e que tem dimensão fractal.

O arquipélago urbano resultante da retalhação de uma das áreas mais importantes de fundação da cidade, pode ser interpretado e re interpretado, sendo passível de novas significações. Por uma cidade livre, de livre entendimento, pelo jogo e a sua libertação através da autonomia criativa, que supera a velha divisão entre o trabalho imposto e o ócio passivo. A cidade é imposta, impositiva, sua grelha não revela a possível consciência sincrônica e lúdica de si mesma, mas sim sucumbe ao diacronismo miserabilista da violência do poder.


“A cidade se embebe como uma esponja dessa onda que reflui das recordações e se dilata. (…). Mas a cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos pára-raios, nos mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras.”

As cidades invisíveis – Ítalo Calvino

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2ª Etapa

“Essa cidade que não se elimina da cabeça é como uma armadura ou um retículo em cujos espaços cada um pode colocar as coisas que deseja recordar: nomes de homens ilustres, virtudes, números, classificações vegetais e minerais, datas de batalhas, constelações, partes do discurso. Entre cada noção e cada ponto do itinerário pode-se estabelecer uma relação de afinidades ou de contrastes que sirva de evocação à memória.”

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(…) mas foi inútil a minha viagem para visitar a cidade: obrigada a permanecer imóvel e imutável para facilitar a memorização, definhou, desfez-se e sumiu.
Foi esquecida pelo mundo.

 

3ª Etapa

 

A cidade de quem passa sem entrar é uma; é outra para quem é aprisionado e não sai mais dali; uma é a cidade à qual se chega pela primeira vez, outra é a que se abandona para nunca mais retornar; cada uma merece um nome diferente; talvez eu já tenha falado de Irene sob outros nomes; talvez eu só tenha falado de Irene.

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4ª Etapa

Apresentação