GRUPO 34 – Glicério
O trabalho deste semestre se insere em um contexto de continuidade em relação ao 2°semestre de 2017. Após apresentarmos um compilado de informações e dados para concluirmos nossa pesquisa e afirmar as problemáticas e qualidades em relação ao contexto do Glicério, na região central de São Paulo – sobretudo na relação entre propriedade e patrimônio das áreas encortiçadas – retornamos neste semestre com a intenção de qualificar as proposições acerca deste bairro, buscando trazer novos personagens como centrais na discussão, sobretudo os migrantes e os novos imigrantes que potencializam as qualificações deste local.
Nesta situação, temos duas frentes de proposições que buscaremos desenvolver ao longo do trabalho. Sendo estas tanto a situação espacial – do Baixo Glicério enquanto espaço físico, onde percebemos um profundo isolamento do bairro devido desde sua topografia acentuada quanto de seu traçado viário prejudicado devido à implantação de viadutos e alças de acesso de ênfase metropolitana. Esta atuação conta com a perspectiva de qualificar os percursos por meio de intervenções visando compreender a implantação de projetos enquanto sistema – entendido conforme as proposições vindas de Tschumi no Parc La Villette ou em Koolhaas em diversos projetos – com a intenção de implantar edifícios seguindo uma lógica de relacioná-los enquanto possibilidade de percurso, utilizando as principais esquinas para pontuá-los no espaço urbano. Além de utilizar as esquinas como pontos de referencia – tanto de comunicação como de organização do espaço – ao longo dos trajetos, a intenção é utilizar-se das pré-existências, principalmente das vilas e dos galpões localizados, para implantar este mesmo sistema, onde ao longo das quadras de grandes extensões também propomos gerar vias novas, correlacionando espaços cheios e vazios.
A segunda frente, que será desenvolvida em conjunto a primeira, será a de qualificar este sistema por meio dos estudos de programas demandados na região. Compreendemos o Glicério como um bairro de forte recepção de migrações, sendo tanto um espaço de transição na cidade, devido aos preços dos aluguéis, quanto também um espaço de acolhimento de longa data no crescimento da cidade. O Glicério enquanto espaço de acolhimento é visível conforme vemos as constantes notícias sobre a constante chegada de imigrantes – atualmente marcada pela presença haitiana – onde percebemos a importância de instituições como a Pastoral do Imigrante, presente em uma região marcada desde o início do Séc. XX pela migração. O projeto de elaboração das atividades de nosso sistema consiste em compreender essas demandas e não somente responder a estas, mas também propor atividades que impulsionem maiores relações entre novos moradores com uma população consolidada a maior tempo na região. O interesse é o de tentar elaborar essas atividades visando interesses em comum destes grupos de frequentadores e moradores, onde as qualificações e potencialidades destes grupos de pessoas possam ser trocadas, em uma relação de estabelecimento de diálogo, desejando gerar futuras proximidades entre estes.
Nesta etapa de trabalho, apresentamos as intenções deste sistema, a localização de ambos, e tomamos como frente apresentá-los como estudos de implantação e de tipologias, onde nessa última, temos a possibilidade de compreender as relações espaciais entre cheios e vazios,entre contornos urbanos do espaço, e em como a arquitetura poderá articular a comunicar o sistema e os programas que buscaremos implantar.
Anita Abreu Solitrenick Caio Sertório Giulio Michelino Lais Barreto Pedro Valeri
ETAPA 02 _ 10/05
Dando sequencia à inserção propositiva do trabalho, o grupo lançou o olhar para a região próxima ao Viaduto do Glicério e para a Rua Anita Ferraz.
Inserção do Projeto
Pontos de interesse
Proposta de programas
Proposta de programas
Planta aproximada 01
Planta aproximada 02
Planta aproximada 03
ENTREGA FINAL
A Baixada do Glicério localizada no centro de São Paulo é uma área de acesso privilegiado; próxima as estações de metrô Liberdade e Sé caracteriza-se por ser um espaço de passagem e acolhimento, que concentra grande variedade cultural e está em constante mudança. É a porta de entrada de milhares de migrantes e imigrantes para cidade de São Paulo.
O principal local de acolhimento do bairro é a Pastoral do Migrante, localizada na Rua do Glicério ao lado da Paróquia Nossa Senhora da Paz. A Pastoral do Migrante é um centro que recebe e aloja migrantes, imigrantes e refugiados, além de oferecer cursos de línguas, palestras, auxilio para documentação e promover a mediação com empregadores.
Por ser uma área desvalorizada o Glicério abriga uma paisagem diversa, formada pela conjunção de cortiços, cooperativas de reciclagem de lixo, sindicatos, prédios públicos, antigas vilas habitacionais tombadas pelo patrimônio e novos edifícios verticalizados. Essa paisagem é recortada pelo Viaduto do Glicério que interliga os eixos Leste e Oeste da cidade. Suas alças de acesso e seus fechamentos tornam-se uma barreira aos pedestres que possuem apenas duas vias de transposição.
Levando em consideração os personagens e as particularidades que configuram a paisagem da Baixada do Glicério escolhemos algumas áreas potenciais para o desenvolvimento propositivo.O projeto de inserção busca consolidar um eixo de equipamentos sócio culturais destinados a atender a comunidade itinerante do Glicério, os migrantes, imigrantes, refugiados e moradores antigos e promover a sua inserção na cidade.Os equipamentos estão implantados a partir de eixos que partem da Pastoral do Migrante e da escadaria da Rua Anita Ferraz e seguem para a Rua São Paulo, paralela ao Viaduto do Glicério.
O projeto qualitativo da Rua Anita Ferraz consiste na criação de uma grande praça para a feira livre. Ela se insere no terreno de um antigo galpão desocupado e de um terreno não construído.
Seguindo o eixo pontuamos as duas esquinas da Rua Anita Ferraz com a Rua dos Estudantes com dois edifícios que oferecem serviços de apoio para a inserção de migrantes, imigrantes e refugiados na cidade de São Paulo. Os edifícios contam com Lan House, áreas de convivência, áreas para realização de documentação e para entrevista de empregos, além de berçário, creche e brinquedoteca.
O terceiro projeto está implantado na Travessa dos Estudantes, em paralelo ao viaduto do Glicério. O edifício possui apenas um pavimento composto por espaços destinados ao comércio, mercearia, bar, lanchonete divididos por áreas permeáveis que possibilitam a transposição do pedestre ao lado oposto do viaduto.
Na Rua Livreiro Alves está implantado o edifício de oficinas, que possui sala de informática, sala de aula, sala de estudos, espaço para oficinas, espaço multiuso, estúdio musical e área de convivência.
O quinto projeto está localizado na extremidade oposta do viaduto do Glicério, na Rua São Paulo. O edifício de habitação temporária com térreo comercial possui a fachada recuada com uma praça.
No eixo da rua São Paulo, esquina com a Rua Glicério está o edifício da cooperativa de reciclagem de lixo junto com a praça.
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