Construção do primeiro protótipo
No primeiro dia de construção do nosso primeiro protótipo, tudo ocorreu surpreendentemente bem, e nenhuma eventual tragédia aconteceu. Com todos os materiais necessários já separado para o primeiro experimento, as primeiras etapas começaram com o dimensionamento corretamente dos canos de PVC, para que estivessem com os tamanhos corretos para o funcionamento do sistema e circulação da água. O protótipo foi totalmente feito de forma manual, sendo apenas necessários equipamentos para cortar os canos, e o uso de encaixe das peças, nenhuma cola ou material colante foi usado.
A confecção do Sifão Bel (sistema que funciona como um ‘ladrão’ para a água destinada a horta) se demostrou um dos maiores desafios. Todo o procedimento se deu de forma empírica, sendo necessários experimentos com diferentes dimensões para os canos consistentes do Sifão Bel. Não foi algo muito demorado, mas foi de fato algo que demandou uma certa “paciência” com o experimental, até que chegássemos ao tamanho adequado para a vazão desejada para o sistema.
Depois do posicionamento e estabilização do aquário; encaixe de todos os canos e posicionamento da bomba d’água, o sistema estava pronto para ser ligado. Depois de certo tempo, e de diferentes experimentos em relação ao controle da água, conseguimos manter o percurso em um ciclo estável, em que a circulação da água se dava de forma equilibrada entre o vaso para os peixes e o vaso para os vegetais.
O controle da vazão da água que chega no aquário ainda está em estudo. Mas foi possível realizar o protótipo com sucesso, dentro dos pressupostos visados pelo projeto. O funcionamento do Sifão Bel ainda está em período de avaliação, provavelmente serão feitas algumas alterações em relação ao seu tamanho, para que o sistema se dê da forma mais precisa possível, e com o ‘ritmo’ adequado para a circulação da água.
A conclusão do primeiro protótipo foi muito positivam, sendo um excelente avanço. Com ele é realmente possível aprofundar os estudos sobre aquaponia e aprofundar a complexidade do projeto.
Ocupar Amorim Lima
O tema abordando no Estúdio Vertical deste ano, “Ocupa SP”, nos convida a pensar de que formas usar e usufruir da cidade, e de que forma podemos agir de forma a coexistir com esta. Como comentado durante nossas discussão e debates na semana de apresentação do semestre, há uma diversidade de forma de ocupar e transformar a cidade.
Assim sendo, buscamos desenvolver o nosso trabalho de EV por meio de duas etapas, por assim dizer. Uma primeira em eu experimentaríamos formas de fazer e pensar a Aquaponia; e uma seguindo em que, uma vez estando este tema maturado, aplicá-lo dentro de uma sala de aula, como um viés educativo e aplicado. Ocupar com educação, por meio da transmissão de uma técnica que nos parece muito interessante, ainda que pouco conhecida e muito beneficente.
O colégio Amorim Lima, conhecido por muitos pela sua proposta pedagógica, nos recebeu de braços abertos e se mostrou muito receptivo e complacente com a iniciativa, e com a popularização do Aquaponia. Pouquíssimas, talvez nenhum, conheciam este método, e ainda assim a comunidade Amorim Lima se muito totalmente interessado e conhecer, ensinar e incorporar este “sistema de produção alimentícia” dentro de sua sala de aula, e para além disso, vê-lo e estudá-lo como algo que não se limita a uma única finalidade, mas que vai para os campos das disciplinas da Biologia e da Ecologia. Sendo por excelência, um tópico multidisciplinar e multifacetário.
Paulo Freyre já afirmava como a instituição universitária e o conhecimento desenvolvido por desta, devem se constituir por meio de um tripé, onde ensino, pesquisa e extensão possam confluir e se complementar. Assim, mantendo este vinculo junto a instituição Amorim Lima, sentimos que este trabalho, assim como muito outros trabalhos desenvolvidos desta disciplina, reforçam a ação da universidade para fora de si mesma, para além de seus próprios muros e limites; mantendo uma relação retro alimentícia de trocas e aprendizado.
ETAPA 2 – PRODUTOS E MATERIAIS
Nossa experiência na EMEF Desembargador Amorim Lima
Havíamos designado que parte do nosso projeto envolvi o ensino e disseminação dos usos e potenciais da aquaponia; nos interessava muito expor esta tema em sala de aula, ou em outros ambientes educacionais abertos para a experimentação.
Depois de alguma semana de investigação, levantamento e estudo realiza na Escola da Cidade, determinamos as datas e o tempo que estaríamos em sala de aula, apresentando para os alunos a nossa pesquisa. A EMEF Desembargador Amorim Lima foi aonde realizamos uma oficina, de cerca de 2 meses de duração, onde trabalhamos duas a duas turmas de 6° ano, realizando uma introdução à aquaponia e desenvolvendo em conjunto com os alunos um modelo para cada turma. Já havíamos conversado com a direção da escola sobre a realização da atividade no começo do semestre, e desde início a escola e a sua direção se mostrou muito receptiva e interessada na diversidade de atividades e possibilidades realizáveis com a aquaponia dentro do ambiente de ensino. Ficamos muito instigados pela possibilidade de abordar a confecção e manufatura de um modelo (tal como fizemos meses antes no ateliê da faculdade) junto aos alunos. A escola Desembargador Amorim Lima possui um projeto pedagógico que nos inspira muito, que estimula muito o aprender fazendo e o uso da trabalho manual como forma de investigação e aprendizagem. Proporcionando uma grande experiência de extensão.
O momento de desenho e confecção do modelo foi a parte mais experimental e empírica do projeto. Mesmo depois de termos todas as unidades conferidas, e cálculos levantados, era necessária uma etapa de experiência, de tentativa e erro, em relação às dimensões das peças e com se daria o sistema de encanamentos que proporciona o percurso da água.
O princípio da aquaponia é relativamente simples, cabendo então o desenvolvimento e o desenho de um modelo que contenha esse sistema operacional dentro de si. Sendo assim um tipo de sistema flexível e plenamente adaptável, onde podem caber diversas soluções e respostas.
ETAPA 3 – CONCLUSÕES
Com o processo de industrialização e mercantilização das formas de produção de alimentos, onde a qualidade do bem alimentício pode ser facilmente deixada de lado em favor de lógicas de lucratividade e de mercado, achamos que é necessário propor outras formas e métodos para a produção de alimentos. Formas que sejam ao mesmo tempo mais inclusivas, baratas, adaptáveis às realidades contemporâneas e com potencial de aproximar o sujeito a sua fonte de alimento e
Tendo isso em mente, propomos o uso da aquaponia como forma de produção de alimentos, podendo ser plenamente aplicada tanto em meio urbano, com pouco consumo de solo e de espaço, se baseando em um princípio mais intensivo do que territorialmente extensivo, sendo econômico, autossuficiente e rentável.
Sucintamente falando a aquaponia é um sistema em que um sistema hidropônico interage com um sistema de aquicultura. De forma em que a água se encontra em constante circulação entre ambos, sendo bombeada do vaso de peixes para as camas de cultivos, que depois retornam filtrada para¬ o vaso. Tendo assim um sistema cíclico que cria espécies vegetais sem a necessidade de aditivos e promove uma economia de até 90% no consumo de água. Também demanda pouca manutenção e consegue se autorregular.
Acreditamos que é possível desenvolver e desenhar diferentes modelos de aquaponia, e por meio destes, criar uma relação mais próxima entre o sujeito e a sua produção de alimentos. Promovendo uma forma de geração de alimentos mais saudável, mais rentável e aplicável à vida cotidiana contemporânea.
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