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“quem vê sem ouvir ca muito mais inquieto do quem ouve sem ver. eis algo característico da sociologia da cidade grande. as relações recíprocas dos seres humanos nas cidades se distinguem por uma notória preponderância da atividade visual sobre a auditiva. suas causas principais são os meios públicos de transporte.”- georg simmel

o quê acontece nesse trecho?

qual seria este território?

 atentamos para a questão da mobilidade e o quanto esta é central na discussão das grandes metrópoles, incluindo a nossa São Paulo. ao analisar o que se tem feito nessa discussão, observamos de maneira geral uma posição objetiva e pragmática de uma questão tão pilar para a nossa cidade, tendo em vista que a maior parte dos paulistanos passam uma parcela significativa de suas vidas nos transportes públicos. compreender esses espaços e estes objetos é o mote desta proposta. enxergamos o ônibus como o transporte mais comum e pró- ximo do cotidiano dos paulistanos, pois este veículo compartilha da mesma superfície que os edifícios, térreo público, automóveis, e pessoas,  abrangendo uma expressiva massa urbana. Este estudo pretende assumir uma posição de compreender o objeto ônibus para além de suas questões materiais e analisar suas dinâmicas internas e externas e fazer um retrato do ônibus como um lugar de habitar/sociabilidade. Para este estudo visamos as linha 917H-10 Metro Villa Mariana–Terminal Pirituba.

 

 

 

 

 

O trabalho tem como propósito analisar São Paulo através da linha 917h-10 Metro vila Mariana- Terminal Pirituba. Ao percorrer esta linha percebe-se três momentos bem distintos os quais o trabalho é fundamentado. O primeiro momento é o da Avenida Paulista, grande centro comercial da cidade, composto de avenidas e calçadas largas e edifícios icônicos. A Malha urbana desta região é reta e ritmada pelos quarteirões da avenida. O segundo momento é o da Cerro Corá formada por pequenos comércios e serviços e também residência. Apesar de este também apresentar um terreno bem acidental, como na Avenida Paulista, sua malha urbana utiliza-se de outra estratégia,  é tortuosa  de forma a acompanhar o desnível da região.  E o ultimo momento é o da Av. Mutinga  composta por serviço e comércio, os quais as construções são predominantemente sobrados. E por também estar localizado em um local mais alto permite grandes visuais da cidade e do pico do Jaraguá possibilitando que a natureza fique mais presente na paisagem urbana. A partir destes três momentos é possível criar uma pequena imagem do que é São Paulo e da diversidade que o forma.

Para representar estes três momentos este trabalho utilizou-se de desenhos em plantas 1:50 que permitem observar tanto a ocupação e a espacialização  do ônibus quanto da área no entorno em cada momento do ônibus.  E um vídeo que mostra esta visão diferenciada da cidade na qual a maioria da população tem em grande parte do seu dia que é pouco representada que é a vista da cidade através do ônibus, com voz de fundo  das conversas dos usuários criando assim uma ideia de quem frequenta este ônibus. Estas representações estão todas acopladas em 4 murais de madeira 2X2m.  E para finalizar à construção  da linha completa em madeira para dar uma ideia do percurso e de sua proporção e criar uma unicidade do trabalho.     917h_marcopolo   expografia

 

 

 

Este trabalho tem como propósito analisar São Paulo através da linha 917h-10 Metro vila Mariana- Terminal Pirituba. O ônibus, ao ver do grupo, é o espaço urbano no qual a maioria dos paulistanos passa a maior parte do seu tempo nesse espaço. Compreender este espaço como um espaço de sociabilidade é de extrema importância! A discussão acerca do transporte público, é comumente tratada como algo puramente matemático, ou seja da onde sai para onde vai e quntas pessoas atende. O ônibus é muito mais do que isso, são histórias, são cotidianos que se cruzam, são vendedores de balas, são pessoas pedindo esmola, é o calor insuportável em dias de chuva, é o tempo decorrido no mesmo lugar que se altera a medida que o passa por determinados lugares. Observar este escopo de questões parece interessar o grupo.  Ao percorrer esta linha percebe-se três momentos bem distintos os quais o trabalho é fundamentado, dentro estes três momentos observamos alteração na quantidade de pessoas no ônibus, alteração no espaço urbano ao seu redor etc. O primeiro momento é o da Avenida Paulista, grande centro comercial da cidade, composto de avenidas e calçadas largas e edifícios icônicos. A malha urbana desta região é reta e ritmada pelos quarteirões da avenida. Pessoas de terno invadem o ônibus e se despendem do espaço ao longa da própria avenida. O segundo momento é o da Cerro Corá, formada por pequenos e médios comércios e serviços e também residência. Apesar de este, também, apresentar um terreno bem acidentado, sua malha urbana   é tortuosa  de forma a acompanhar o desnível da região.  E o ultimo momento é o da Rua Benedito Fonseca Rondon, neste ambiente o ônibus trafega por ruas sinuosas e estreitas raspando por muros residenciais. A redução no tamanho da calha é impressionante.. A partir destes três momentos é possível criar uma pequena imagem do que é São Paulo e da diversidade que o forma.

Para representar estes três momentos este trabalho utilizou-se de desenhos em plantas 1:250 que permitem observar tanto a ocupação e a espacialização  do ônibus quanto da área no entorno em cada momento do ônibus.  E um vídeo que mostra esta visão diferenciada da cidade na qual a maioria da população tem em grande parte do seu dia que é pouco representada, a vista da cidade através do ônibus 917h-10, que abrange uma grande diversidade de visuais. Concomitante com as imagens, o som do ônibus e de algumas falas dos usuários deste criando assim uma ideia de quem frequenta este o 917h-10. Estas representações estão todas acopladas em 4 murais de madeira 96X130cm.

Traduzir uma experiência em um dado foi o grande desafio deste trabalho. Como transportar uma experiência pessoal em algo digerível para análise? Todos nós já pegamos ônibus em algum momento de nossas vidas, e quase que em sua totalidade, essas experiências se mostraram no campo do banal. Como trabalhar com esta banalidade? O ônibus parece atuar nessa chave de algo tão banal que não merece olhares mais atentos. Mas, isto é apenas uma fachada. A medida que fomos mergulhando nas questões do ônibus fomos vendo que nos deparávamos em um universo de querelas de extrema importância para o entendimento de nossa metrópole. Questões de morfologia das paisagens urbanas, questões etnográficas dos usuários, questões morfológicas do próprio objeto ônibus que acabam por configurar um espaço de sociabilidade única. Adensar nossos olhares para o banal, parece ser algo extremamente mais revelador do que ao olharmos para nossas exceções.