ETAPA I
projeto parte da vontade de trazer, em seu fim, uma cartilha técnica de um módulo de banheiro seco, tecnologia sustentável onde, a partir do resíduo produzido por quem usa, temos a produção de matéria orgânica.
a vontade de trazer a viabilidade de implementar banheiros secos, células de uso autônomo em relação ao serviço de saneamento básico oferecido pelo poder público, foi justamente a partir de levar em conta uma realidade periférica pouco contemplada pelo sistema de esgoto e água para o uso doméstico.
a partir da prática da autoconstrução, a pretensão do projeto é poder oferecer a quem se vale dessa prática para formular as próprias habitações a possiblidade técnica de escolher esse método sustentável de integrar o modelo hidraúlico adotado pela obra. .
“[…]uma espcie de zona de sombra, um “lugar fora das ideias” – o canteiro como um espaço até então não pensado, não simbolizado, sem história – um território intelectualmente invisível e materialmente escamoteado (inclusive pelos tapumes)… o canteiro como um lugar importante na luta de classes, na extração de mais-valia e na alienação do trabalho…A superação da contradição produção/dominação na arquitetura permitiria aos canteiros de obra tornarem-se grandes campos de esperiÍncia em trabalho livre, autogestão e produção de conhecimento[…]”
arquitetura e trabalho livre, sergio ferro
1945
“procurar com atenção as bases culturais de um país, (sejam quais forem: pobres, míseras, populares) quando reais, não significa conservar as formas e os materiais, significa avaliar as possibilidades criativas originais. os materiais modernos e os sistemas de produção tomarão depois o lugar dos meios primitivos, conservando, não as formas, mas a estrutura profunda daquelas possibilidade.”
tempos de grossura”: o design no impassae, lina bo bardi
1984
ETAPA 2
segundo uma pesquisa coordenada por maria ruth sampaio e carlos lemos em 1969, 88,5% das casas populares de São Paulo foram construídas pelos proprietários e os 11,5% restantes construídas por empreiteras ou pedreiros. sobrepondo a presença da autoconstrução à ausencia de infraestrutura básica nas zonas periféricas das cidades e nas zonas rurais, percebe-se, pela falta de acesso ao serviço público, que essas habitações informais além de terem que resolver questões estruturais da construção tem também que resolver questões hidráulicas e elétricas. para resolver essa problemática, os autores da autoconstrução ou proprietários de habitação informal não possuem nenhum tipo de orientação que os auxilie a direcionar corretamente suas instalações.
tendo apenas como opção instalações alternativas, estes autores são obrigados a acreditar em métodos sem compreender devidamente seu funcionamento e sem possuir testes de eficácia. a partir de uma pesquisa efetuada com base em análises bibliográficas associadas a observação de técnicas sustentáveis de tratamento dágua em funcionamento, este trabalho tem como objetivo criar um guia de orientação prática que ensine, empodere e capacite seus leitores a gerirem adequadamente suas águas, construindo um sistema hidráulico sustentável chamado biodigestor.
ETAPA 3
Segundo uma pesquisa coordenada por Maria Ruth Sampaio e Carlos Lemos em 1969, 88,5% das casas populares de São Paulo foram construídas pelos proprietários e os 11,5% restantes construídas por empreiteiras ou pedreiros. Sobrepondo a presença da autoconstrução à ausência de infraestrutura básica nas zonas periféricas das cidades e nas zonas rurais, percebe-se, que essas habitações informais além de terem que resolver questões estruturais da construção tem também que resolver questões hidráulicas e elétricas. Para resolver essa problemática, os autores da autoconstrução, não possuem nenhum tipo de orientação que os auxilie a direcionar corretamente suas instalações. Esse guia pretende absorver um conhecimento técnico e compartilha-lo através de uma linguagem simples e acessível para essa classe produtora de espaços informais.
O biodigestor proposto segue um método construtivo adequado à sua implantação, em outros contextos, outros métodos construtivos poderiam ser mais oportunos. No contexto dessa proposta, que é a construção de 10 biodigestores que servirão 30 casas da comunidade anchieta, optamos por utilizar um método construtivo pré-fabricado. A escolha se justifica pela quantidade de biodigestores a serem construídos e por se situar dentro da cidade de São Paulo. O guia para a construção de um Biodigestor foi realizado a partir de uma pesquisa efetuada com base em análises bibliográficas, associadas à observação de técnicas sustentáveis de tratamento de água de pequena escala em funcionamento, com o objetivo de ensinar seus leitores a construírem um sistema de biodigestão.
Biodigestor é um sistema de tratamento dos esgotos que saem das privadas, que por meio de um processo de decomposição anaeróbica purifica a água dos contaminantes existentes nas fezes e nas urinas. Os lixos orgânicos, em geral, podem ser jogados também no biodigestor e passar pelo mesmo tratamento, desde que sejam triturados anteriormente. Além de descontaminar a água, o biodigestor, libera um gás que pode ser usado para alimentar o fogo de lamparinas ou fogões. A água que sai do sistema, ao fim, pode servir para a rega de árvores frutíferas e plantas de decoração ou pode ser armazenada em uma cisterna e reutilizada para a limpeza de chãos, carros, etc.
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