1_O DESABROCHAR DO ESPAÇO ÍNTIMO
O banheiro, cômodo mais íntimo da casa, é sem dúvida o lugar onde os corpos e o espaço se articulam, pois é nesse espaço que entramos em contato direto com as atividades mais viscerais do corpo. portanto, partindo de um ponto de vista latino-americano, burguês e urbano , o banheiro também abriga um convite de descanso, prazer, intimidade e exploração da sexualidade, o que torna este espaço único, uma síntese do diálogo entre corpo, sexualidade e espaço.
pensar em como um lugar tão íntimo, próprio do espaço privado, é colocado dentro da cidade e transformado em espaço público é pensar-projetar-desenhar a cidade e sua multiplicidade de tensões, sejam estas entre público-privado e sexualidade-espaço. nesse sentido, projetar o banheiro público implica em uma desconstrução e ressignificação do cotidiano e da sexualidade frente ao espaço público, o que sem dúvida é uma ação transformadora e fundamental na cidade.
2_O CORPO NO ESPAÇO
Sexualidade – Orientação sexual, subjetividade, identificação pessoal
Corpo – Dimensão individual, intimidade e vulnerabilidade
Sensualidade – O corpo em relação ao outro e ao espaço
Espaço – Intimidade solitária, privado. Intimidade coletiva, público
Possibilidades de implantação: Parque Augusta e Parque D. Pedro II
3_DESCOBRINDO A OUVIR SEU CORPO, O OUTRO E OS SENTIDOS
A escuta de um corpo:
sugado por um dia-a-dia mental,
onde até os trabalhos manuais e as necessidades diárias,
são raciocinados.
Tudo para proporcionar o desempenho mais veloz.
Esquecemos, ou perdemos os momentos de dar atenção aos esforços, aos gestos e ao interior.
Lá no fundo, no íntimo de um corpo,
tem algo que se expressa;
mesmo sendo a mistura de vários estímulos,
que provocam uma reação química traduzida nos sentimentos e sensações.
Mesmo tendo todo esse suporte
que nos proporciona a vida,
colocamos em segundo plano o descanço, a escuta dos sentidos e do interior.
Os laços do ofício induzem horas contadas e espremidas no dia em que se terá o descanso.
Também conhecidas como desfoque, a não produtividade,
generalizando o ato de descansar a um luxo.
O que impressiona são as inúmeras possibilidades
de descansar,
que vem do gosto de cada um,
da individualidade de traduzir o mundo, os espaços, a luz.
Os resultados de desempenho criativo, emocional, físico e social
são notaveis quando damos atenção ao corpo.
O banho pode ser um dos atos genuínos do cuidar, do sentir e da manuenção das corpos;
assim como comer, ir ao banheiro, beber água…
Numa piscina ou na praia, isso se potencializa,
ja que os estímulos, as sensações e a desaceleração são compartilhadas.
A confluência de corpos forma como uma rede de sentidos,
passando do interior de um corpo para o espaço e o outro.
A água tem essa caracteística de conectar tudo,
de cura, leveza, que abre os sentidos e repousa os pensamentos.
Ela inverte o peso das coisas,
equalizando a matéria de todos os corpos
à leveza total,
que beira a sensação de liberdade.
Cabines para os vestiários
Implantção_Vale do Anhangabaú
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