G30
Bruno Monaco
Leonardo Dias
Luiza Costa
Mariana Caldas
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o trabalho pretende retomar o artefato da palavra, rearticulando-a de uma nova maneira através do programa performativo, tendo como pressuposto o fato de que atualmente as imagens não comovem mais, e que a alternativa, talvez seja a anti-imagem.
a proposta é ressignificar a construção da narrativa atual, a fim de criar um paralelo entre a distopia existente nas notícias atuais versus a reação da sociedade, como se o fim do mundo fosse uma grande performance apoteótica e, sobretudo, um projeto.
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Ao nos aproximarmos do tema “Habitando a barriga do monstro”, foi inevitável, antes, compartilharmos nossas angústias sobre assuntos latentes do cotidiano. Não foi difícil nos depararmos com situações absurdas, atrocidades que são noticiadas todos os dias. Diante disso, a pergunta que ficou foi “qual o nosso lugar/papel no meio de um governo conservador, do desmatamento desenfreado, da questão dos refugiados, da poluição generalizada, da capitalização dos dados, do controle dos corpos, de ilhas de lixo, do descongelamento da permafrost…?”. Ainda que essas imagens circulam, elas parecem já não ter potência para comover. Talvez seja esse um sintoma do mundo atrás das telas em que vivemos.
Em razão disso, a alternativa nos parece ser a anti-imagem. Nosso esforço foi buscar outro mecanismo que permita tocar as pessoas. Quanto a isso, existem especificidades do campo da performance que nos interessam acessar. Performances relacionam corpo, estética e política através de ações. Para citar Eleonora Fabião, estudiosa do assunto: “Esta é a potência da performance: deshabituar, desmecanizar, escovar à contra-pêlo”. Também segundo Fabião as ações performativas são enunciadas por um programa metodicamente calculado. É justamente o método do programa performativo que nos parece conveniente para desnaturalizar o fim do mundo.
“O programa é o enunciado da performance: um conjunto de ações previamente estipuladas, claramente articuladas e conceitualmente polidas a ser realizado pelo artista, pelo público ou por ambos sem ensaio prévio.”FABIÃO, Eleonora. Programa performativo: o corpo em-experiência.
Quando o programa é realizado que ele é desprogramado. O programa performativo é motor de experimentação, ativador de inquietações. Com essa estrutura, buscamos ressignificar as narrativas que circulam atualmente, traçando um paralelo entre a distopia que as notícias veiculam e a reação da sociedade frente a isso. Nos interessa provocar o outro, colocá-lo como participador e contribuidor da ação.Nossa escolha foi, então, produzir enunciados utilizando a metodologia de construção do programa performativo, tendo essas notícias como ponto de partida, como se o fim do mundo fosse uma grande performance apoteótica e, sobretudo, um projeto.
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