G44_Floresta Metropolitana

Etapa_01

O modo de pensar e de fazer as atividades humanas se desenvolvem de forma a ordenar, acumular e sobreviver as adversidades dos meios naturais, gerando ao longo do tempo modificações significativas na face da terra. Essas transformações geram novas paisagens, que vão além das formações naturais, até as formas que decorrem das ações do homem na natureza de acordo com sua cultura. Porém nas ultimas décadas as intervenções humanas vem se tornando cada vez mais impactantes, desafiando com mais frequência as regras e limites da paisagem. O modelo atual de consumo e desenvolvimento socioeconômico colaboram muito para a degradação da paisagem natural e estimulam reações do próprio ecossistema. ”(…)observar a natureza e trabalhar com ela , ao invés de impor os nossos desejos sobre ela(…)” Masanobu Fukuoka.

A cidade de São Paulo está localizada na região sudeste do Brasil, inserida na Mata Atlântica que é o segundo maior bioma do pais com mais de 15 000 espécies, abriga 70% da população brasileira e ocupa grande parte da costa litorânea – desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, correspondendo a 13,04% do território nacional brasileiro. Após o descobrimento, grande parte da vegetação foi destruída devido a exploração intensa dos seus recursos naturais ( desde a extração ate a cultura de plantações).A metrópole paulista e sua superpopulação – mais de 12 milhões de pessoas – geram consequências para que haja um desequilíbrio entre metrópole e natureza local. Sua construção desordenada, verticalizada e não planejada culminaram na falta de áreas verdes diante da sua demanda populacional e gerou espaços subutilizados dentro e fora da malha urbana.

Dentro dos seus limites, São Paulo abriga cerca de 7 000 edificações, onde ha uma estimativa de que mil desses prédios estão em situação de abandono ou subutilização. Dando margem para implantar as ideias de Ebenezer Howard no projeto Cidade Jardim, onde ele pregava que era necessário equacionar a relação cidade e o campo.

A forma de fazer considera a situação dos prédios abandonados como um importante ponto de partida para uma nova ressignificação na relação entre a cidade e a natureza, refletindo quais as potencialidades que esses espaços residuais edificados podem contribuir para uma restruturação do equilíbrio natural do ecossistema local dialogando com as diversas faces da urbanidade.

Seguindo as ideias de Gilles Clement , que dizia que independentemente da presença do homem , o planeta se autorregula e se protege com ciclos naturais, portanto as ações do homem devem ser totalmente ligadas a manutenção desse ciclo.