ETAPA 1
CAMPO LIMPO
S.PAULO, MARÇO DE 2015
Resultado de uma ocupação horizontal, a área analisada é desconexa dos pólos metropolitanos de São Paulo. Malha interrompida, vetor de fronteiras que limitam as relações intersociais.
Sob a bruma, propomos a dissolução imagética da arquitetura e do urbanismo através da sobreposição de espaço e tempo em uma trama não-cartesiana. Uma dimensão ampliada, não-estática e não-hierárquica da temporalidade urbana.
ETAPA 2
ETAPA 3
Ao olhar para os entornos do SESC Campo Limpo foi percebida uma condição de organização física e social que muitas vezes se repete na megalópole paulistana: de heterogeneidade e segregação. Para além de uma análise digital e fotográfica, decidimos construir um modelo do recorte e analisando a volumetria das construções, a topografia e demais condicionantes – e com um olhar atento ao processo histórico que levou à essa condição – foi escolhido como primeiro objeto de estudo e tomado como partido a relação do que chamamos ao longo do trabalho de “ilhas”, que, apesar da estranha nomeação, é por ela que começamos a perceber que não só a malha viária impede as relações intersociais mas também a falta de espaços públicos utilizáveis no bairro do Campo Limpo. A partir disso, propusemos como primeiro momento uma hipótese de traçar uma trama não ortogonal e cartesiana sobre a região a fim de dissolver imageticamente a arquitetura e o urbanismo, tendo assim como consequência gráfica a sobreposição de espaço e tempo.
Em um segundo momento, foi decido se aprofundar no partido – a relação das “ilhas” – e tentar transformar a nossa leitura da primeira entrega em uma hipótese de projeto.
As ilhas foram categorizadas em quatro tipos: favela, classe média, condomínios fechados de classe alta e equipamentos públicos.
Ao notar que cada categoria tem o seu próprio espaço – ilha – e se isolam neles mesmos para passar o tempo livre, foi sendo percebido que a vontade era de fazer com que esses tempos e espaços fossem sendo cruzados e divididos.
Com isso, elencamos quatro terrenos e, para cada um deles, um programa diferente. Localizados nas intersecções das ilhas e transpondo situações de subutilização foram materializados um conjunto habitacional, um balneário, um mercado integrado ao SESC e um complexo de oficinas-escola. Todos os programas foram pensados, mesmo que para uma primeira hipótese, para quebrar com a lógica das “ilhas” e, espalhados pelo bairro, promovem a democratização e compartilhamento dos tempos livres nos espaços propostos.
Por fim, a terceira etapa do trabalho foi a de eleger um desses projetos e detalha-lo em uma escala mais aproximada, tomando cuidado para não perder o foco do projeto que é o funcionamento e existência concomitante de todos os projetos.
O projeto escolhido foi o da revisão do SESC existente mais um mercado integrado ao seu programa e que compartilhassem o mesmo espaço. Tem como premissa uma grande praça central envolta por uma construção contínua no formato “U” que convida a entrada na área do projeto. Contudo, a principal preocupação que ele responde é a constante permeabilidade do nível térreo buscando a desconstrução dos limites físicos do espaço público, dessa forma alcançando a democratização dos tempos livres do bairro.
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