Grupo 12 -Reconhecer São Paulo

artur correa; gabriel brugnara, layla farina, michelle morini

 

O grupo decidiu primeiramente reconhecer São Paulo a partir das pessoas e seus determinados grupos para posteriormente analisar onde esses se expressam e encontram. A análise parte de grupos marginalizados em São Paulo; a prostituição, a comunidade transexual e a arte de rua. Entendendo essas formas de apropriação como manifestação dos modos de viver na metrópole.

 

prostituição, Largo do Arouche.

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A escolha do Largo do Arouche como objeto de estudo ocorre principalmente por seu caráter de ocupação diverso, sendo composto pelas ruas Jaguaribe, Amaral Gurgel, a Avenida Duque de Caxias e o término da Rua do Arouche, o largo é um forte eixo de passagem durante o dia, onde coexistem uma enorme diversidade de fluxos e uma vida pujante ligada atividade comercial. A Praça é considerada um polo de diversidade, principalmente por sua abertura a Comunidade LGBT, abrangendo boates, lojas, centros de convivência e pontos de encontro para reuniões e eventos. Ao anoitecer a região é ocupada por michês de todas as partes do país que buscam nas calçadas e estabelecimentos próximos seu meio de subsistência. Portanto é de interesse entender as dinâmicas e relações entre, o contexto arquitetônico/espacial, e os grupos que dessa região se apropriam.

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comunidade transexual, Rua Prates.

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A migração de mulheres trans e travestis para São Paulo em busca de uma vida com mais respeito e mais oportunidades é um fato evidente. Porém, estas histórias nem sempre se desenvolvem adequadamente, sendo que em São Paulo há centenas de LGBTs em situação de rua e fora do mercado de trabalho formal. A questão do respeito a identidade de gênero em centros de acolhida é quase nula, e são raros os centros de acolhida destinados apenas ao público LGBT. Um deles é o Centro de Acolhida Florescer, criado em 2015, dentro do Complexo Prates no Bom Retiro, que também abriga centros destinados a outros grupos marginalizados. A oportunidade que este tema oferece para o estudo das dinâmicas destes centros; a relação com o entorno imediato; além de como isso impacta a vida de grande parte da sigla T como um todo; é algo interessante, principalmente se levarmos em conta que o Brasil é o país que mais mata trans e travestis no mundo. O Centro de Acolhida Florescer também é um espaço que não só serve de lar para as trans e travestis, mas também como um espaço de empoderamento para pessoas que não necessariamente moram ali, se abrindo para o resto da cidade, gerando atos políticos e artísticos expressivos.

 

arte de rua (MAAU), Avenida Cruzeiro do sul.

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A proposta está em reconhecer São Paulo a partir das formas de apropriações artísticas – mais especificamente o grafite – as quais muitas vezes vêm a assumir um caráter seja de denúncia, autoafirmação, ou exposição de atos políticos e sociais de diversos grupos nos espaços urbanos, potencializando assim debates e criticas sociais que acercam a metrópole. Dentro dessa proposta, o grupo vê como uma oportunidade analisar o Museu Aberto de Arte Urbana (MAAU), localizado no centro de Santana, na zona norte. Ele consiste em uma série de intervenções feitas ao longo do viaduto da linha azul do metro, entre as estações Santana e Portuguesa-Tiête. Por estar na locado na principal área de escoamento da zona norte, ao longo da Avenida Cruzeira do sul, possui um fluxo constante de pessoas e veículos, se caracterizando por ser uma zona de passagem, sendo as poucas permanências talvez os moradores de rua que ocupam a parte inferior do viaduto. Assim, é uma região que oferece várias vertentes de análise, tanto pela própria idéia de “museu” usada, a forma como é apropriada, quanto pelos conflitos gerados no seu entorno.

ETAPA 2

RECONHECER A TRANS EM SÃO PAULO

Uma cena infelizmente típica do cotidiano de uma mulher trans: expulsas de casa ao assumir sua identidade, tendo que viver na rua durante grande período e, quando muito, conseguir abrigos em albergues que estejam dispostos a oferecer-lhes vaga; ter de usar a prostituição como forma de manter alguma renda, pois o mercado de trabalho não está disposto a se “comprometer”; buscar por auxilio para sua saúde, tanto para questões hormonais quantos para tratamentos de DSTs, que esteja de acordo com o escasso orçamento que detém; além de lidar com a violência transfóbica que sofre em seu cotidiano.

Mesmo nesse cenário, São Paulo é o maior polo de atração para essa comunidade. Tanto por oferecer, em relação ao outros estados, tratamentos mais eficientes para a transição de sexo, mas também por mais ofertas de emprego, moradia, e auxílios oferecidos pela Prefeitura.

Nossa proposta neste EV está em reconhecer como a população trans está inserida aqui em São Paulo, quais locais que elas ocupam ou conseguem abrigo, onde estão os auxílios aonde podem recorrer em caso de necessidade? Existe algum padrão que pode ser observado nessas ocupações?

Para isso dividimos inicialmente 3 categorias de análise: Centros de Assistência, Centros de Acolhida, Prostituição.

Centros de Assistência 

Os Centros de Cidadania LGBT – fazem parte das ações da Gestão 2013/2016 da Prefeitura de São Paulo, para desenvolver ações permanentes de combate à homofobia e respeito à diversidade sexual.

Centros de Acolhida

A criação do centro de acolhida para transexuais integra uma política de atenção às necessidades específicas de diferentes grupos que vivem em situação de vulnerabilidade na capital paulista. Os centros de acolhida funcionam 24 horas e oferecem dormitórios, refeitório com área de convivência, cozinha, sala de atendimento, lavanderia e sanitários.

Trabalho informal: Prostituição

Segundo o Relatório da violência homofóbica no Brasil, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), a transfobia faz com que esse grupo “acabe tendo como única opção de sobrevivência a prostituição de rua”.

Mapeamentos das categorias

ETAPA 3

NARRATIVAS LGBT’S EM SÃO PAULO

Nesta etapa de trabalho, foi entendido pelo grupo que era preferível, ao invés de trabalhar um grupo específico dentro da comunidade LGBT, seria mais interessante entender, em um geral, a dinâmica deles como um todo pelo território paulistano. Apesar da aparente coesão do grupo unido pela opressão que sofre no cotidiano da cidade, sua disposição espacial está atrelada a características específicas analisadas em cada grupo.

Usamos como base desse levantamento de características, uma entrevista com a presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transsexuais (ABGLT), Symmy Larrat. Ela é a primeira travesti a ocupar o cargo, que antes era apenas composto por homens cis gays. A entrevista acabou gerando uma lista de questões apresentadas por ela:

  1. Falta de tratamento e iniciativas preventivas
  2. Atendimento no sistema de saúde
  3. Mortes e violência
  4. Dificuldade de inclusão no sistema de ensino
  5. Dificuldade de inclusão no mercado de trabalho
  6. Inserção em espaços heteronormativos
  7. LGBTs : grande mercado consumidor
  8. Trans e o estigma da prostituição
  9. Boates e meios de entretenimento  LGBT
  10. Festas e manifestações culturais do circuito Queer
  11. O machismo e o velamento da sexualidade da mulher lésbica
  12. Omissão e preconceito dos bissexuais no meio LGBT
  13. LGBTs e periferia
  14. Guetos LGBTs
  15. Migrações para São Paulo
  16. LGBTs em situação de rua

Em seguida selecionamos 5 para comparação da relação em partes do grupo LGBT pela comunidade:

e dispomos no diagrama abaixo, que expressa a relação da comunidade no espaço:

 

ETAPA 4

NARRATIVAS LGBT’S EM SÃO PAULO

Usando como base novamente a entrevista com Symmy, selecionamos quatro temas que podem ser espacializados.

  1. Atendimento de saúde e ações preventivas;
  2. Morte e Violencia
  3. Mercado de trabalho x Prostituição
  4. Manifestações culturais

Pensando na expografia e na importancia da exposição do tema para proporcionar visibilidade, pensamos em expor esses temas em quatro cavaletes, que conterão um painel composto de folhas vegetal com cada tema neles. O painel é interativo, e se abre como um caderno, cuja cada layer é uma categoria de analise que reforça argumentos apresentados na entrevista.

cada caderno é composto de:

entrevista/citação; dados; notícias; impacto redes sociais; lugares

A intenção no fim é apresentar informação que fosse visualmente atrativa para o interesse do publico e que correlaciona-se dados a fim de consolidar, ou não, argumentos apresentados na entrevista, e citações acumuladas durante a pesquisa. E por fim, num ultimo momento, trazer os lugares de são Paulo para essas informações.