ETAPA 01
Num primeiro momento da discussão nos atentamos em discutir um pouco das festas que acontecem no Brasil. Passamos por festas juninas, folclore, oktoberfest, dentre outras. Entretanto, dentro deste amplo e diverso tema ‘festas’ e tendo em vista a época do ano em que estamos, nos preocupamos na discussão do carnaval que acontece em diferentes localidades do país, como Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, entre outras. A partir disso, procuramos fazer um levantamento e elencar algumas de suas variáveis: localização, personagem\agentes, tema ⁄escola de samba ⁄bloco, ano e carro alegórico; e partir delas, formar uma base multidisciplinar que mapeie amplamente esse universo do carnaval.
Nosso método de pesquisa se deu pela apropriação do sistema de busca e resultados do google, entendendo que ele se dá a partir do grau de relevância dos itens pesquisados. Com isso, elaboramos uma pergunta básica a partir de algumas variáveis pré-estabelecidas como datas pesquisadas e localização; dentre as quais geraram resultados de personagens/agentes, escolas de samba e temas. Entretanto, dentro dessa pesquisa, entendemos que a partir dessas variáveis, desencadearam em outros itens de interesse os quais foram adicionados na nossa gama de pesquisa como carnavalescos importantes, acontecimentos históricos, carros alegóricos etc.
Com esta coleta de dados foi gerado um diagrama circular composto pela divisão de quatro grandes áreas de interesse (localizações, personagens, anos e temas). A escolha desse diagrama nos permitiu criar uma análise que se adequasse a complexidade das relações\cluster que existem entre esses interesses: as ligações entre cada célula que compõem este círculo nos permite visualizar as relações diretas que existem entre cada uma delas (ex.: portela está ligada aos carnavalescos Paulo Barros e Noel Rosa com os temas À glória de São Sebastião e Treze Naus, nos anos de 1930 e 1960).
ETAPA 02
A cenografia, o móvel, o palco e o temporário, foram conceitos chaves que resultaram da nossa pesquisa inicial que envolveu as discussões acerca do carnaval, em especial relacionadas ao carro alegórico. Essas discussões foram base para a conceituação de uma ideia que buscasse aplicar esses elementos em um objeto-arquitetônico inserido na cidade. A primeira decisão importante feita pelo grupo foi com relação à abordagem do conceito móvel, que após várias discussões, optamos pela ideia do objeto que não se locomove pelo espaço mas, que tem, ou ganha, movimento próprio. Assim sendo se tornou fundamental para a continuidade do processo a escolha de um lugar, tendo em vista a decisão de construir um enraizamento do objeto com o local onde será implantado.
A escolha do lugar se deu pela configuração muito peculiar da esquina da Sete de Abril com o final da Praça Dom José Gaspar. É um espaço-entre essas duas localidades interessantes. É duvidoso. É intermitente. Não apresenta, em sua totalidade, características nem de um, nem de outro. Não possui uma configuração de fluxo intenso como no calçadão da Sete de Abril e, por outro lado, não é de estar como na Praça.
Nele, há o respiro do metrô da linha vermelha entre as estações República e Anhangabaú; um gradil no chão que gera a passagem do vento de baixo para cima, quase como uma brisa constante. Vento este que se mistura aos outros ventos originados dos corredores de prédios existentes e resulta numa somatória de correntes que entendemos ser uma determinante para o desenvolvimento do projeto. Diante disso, concluímos que o pavilhão seria o tipo arquitetônico que mais nos daria liberdade de explorar as características do lugar em conjunto com os conceitos de interesse.
A partir dessas premissas desenvolvemos um pavilhão que consiste numa estrutura de madeira formada por uma sequência de vigas em balanço, apoiadas sobre um pórtico intertravado, que se repete transversalmente a cada cinco metros, sobre essa vigas se alojam grades, com modulação de trinta por trinta centímetros, que por sua vez sustentam uma malha de elementos esféricos que se movimentam com a dinâmica dos ventos. Interage com as pré-existências e potencializa o espaço, movimenta-se, é palco de momentos de contemplação e estar, e é temporário no que remete a sua materialidade.
ETAPA 3
Para a terceira etapa do trabalho, nos concentramos em retomar os conceitos introdutórios (cenográfico, móvel, palco, temporário) os quais embasaram o primeiro projeto do pavilhão. Essa revisão foi fundamental para nos conectarmos mais intrinsecamente com o entorno com o qual estávamos lidando para então aplicá-los de forma mais precisa. Dessa forma, entendemos que a potencialidade daquele espaço se dá pela conjuntura de três elementos em diferentes recortes do entorno: os ventos e as visuais, específicos da localidade escolhida para a aplicação do projeto; e a característica do entorno não imediato: boêmio, comercial e cultural.
No entorno imediato, há uma confluência dos ventos que é resultado dos dois respiros do metrô que ali se localizam, bem como ao gabarito dos prédios que configuram as esquinas da 7 de abril com o apêndice da praça Dom José Gaspar. Desta altura das edificações, também, é resultada uma conformação espacial que impossibilita as pessoas de perceberem uma referência do horizonte natural dentro da cidade. Paralelo a isso, o entorno não imediato, o qual se configura por uma quantidade considerável de bares, lojas e equipamentos culturais, não garante à localidade escolhida um uso para além do da passagem.
A partir dessas potencialidades e dos quatro conceitos, propusemos a construção de um pavilhão que constitua e interaja com esses entornos de uma forma mais direta e propiciadora de novas experiências ao pedestre. Ele se organiza de módulos hexagonais dispostos em diferentes alturas em que estão penduradas pequenas esferas as quais constituem o teto e se movimentam de acordo com o vento, ora constante e vindo de baixo (respiradores do metrô), ora inconstante e vindo de diferentes direções. Em um desses módulos as esferas localizam-se na periferia do hexágono, criando uma espécie de invólucro para liberar o teto e as visuais a apenas à observação do que está em cima. Verticaliza-se a vista e horizontaliza-se o céu: infinitude visual recortada pelos prédios. Há a possibilidade de contemplação e contato com esse elemento natural de referência desse novo horizonte. As esferas, além de movimentarem-se e direcionar o olhar, acenderiam a noite. A iluminação e o seu movimento, conferem uma outra experiência e relação com o caráter noturno daquele lugar.
ETAPA 4
A cenografia, o móvel, o palco e o temporário, foram conceitos chaves que resultaram de uma pesquisa inicial que envolveu discussões acerca do carnaval, em especial relacionadas ao carro alegórico. Essas discussões foram base para a conceituação de uma ideia que buscasse aplicar esses elementos em um objeto-arquitetônico inserido na cidade.
A escolha do lugar se deu pela configuração peculiar da esquina da Sete de Abril com o final da Praça Dom José Gaspar. É um espaço-entre essas duas localidades interessantes. É duvidoso. É intermitente. Não apresenta, em sua totalidade, características nem de um, nem de outro. Não possui uma configuração de fluxo intenso como no calçadão da Sete de Abril e, por outro lado, não é de estar como na Praça.
Nele, há o respiro do metrô da linha vermelha entre as estações República e Anhangabaú; um gradil no chão que gera a passagem do vento de baixo para cima, quase como uma brisa constante. Vento este que se mistura aos outros ventos originados dos corredores de prédios existentes e resulta numa somatória de correntes que entendemos ser uma determinante para o desenvolvimento do projeto. Diante disso, concluímos que o pavilhão seria o tipo arquitetônico que mais nos daria liberdade de explorar as características do lugar em conjunto com os conceitos de interesse.
A partir da vontade de ressignificação da passagem naquele espaço e as características dessas potencialidades (vento, céu e entorno) e dos quatro conceitos advindos das discussões iniciais acerca do carnaval (cenografia, móvel, palco e temporário), propusemos a construção de um pavilhão que constitua e interaja com esses entornos de uma forma mais direta e propiciadora de novas experiências ao pedestre. Ele se organiza através de uma malha estrutural de cabos de aço em módulos hexagonais fixadas nas duas fachadas que fazem frente aos respiradouros. Nesta malha, está apoiado um tecido vermelho o qual constitui um teto que se movimenta de acordo com o vento, ora constante e vindo de baixo (respiradores do metrô), ora inconstante e vindo de diferentes direções. A lógica da quantidade de pano disposta em cima da malha estrutural tensionada se dá de forma que em determinadas regiões, como nas áreas do respiradouro em que a intensidade do vento é maior, há uma quantidade maior de tecido disponível, possibilitando uma maior variação de altura: uma abóbada, em momentos de maior fluxo de vento ou um espaço em que o pano toca a cabeça daqueles que passam, em momentos de menor fluxo. Em outros, como nas regiões de menor vento, o pano está mais tensionado e a variação de altura não é muito percebida. Em um desses módulos não há pano no teto e sim um comprido pedaço de tecido preso no respiradouro que com a força do vento, mantém-se vertical e direciona o olhar para a observação do céu. Verticaliza-se a vista e horizontaliza-se o céu: infinitude visual recortada pelos prédios. Há a possibilidade de contemplação e contato com esse elemento natural de referência desse novo horizonte.
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