ETAPA #4
A partir do entendimento da cidade como palco cultural e da vontade de entender se a cidade foi pensada para atender a cultura de rua, fez-se a análise de alguns pontos da cidade que são reconhecidos por tal característica: o Baixo Augusta, que possui um leito viário que divide sua superlotação de carros e ônibus com os inúmeros pedestres que extrapolam os limites dos bares e das casas noturnas; a Avenida Paulista, que mesmo com suas largas calçadas não possui áreas de permanência e acaba se transformando num parque linear aos domingos; e a Avenida Faria Lima, que abriga no Largo da Batata, um espaço novo e aberto para experimentações que tem um potencial para ser um espaço multicultural e totalmente democrático.
Os três tratam-se de polos de infraestrutura e apropriam-se da rua como espaço cultural latente. Entretanto, dentre estes 3 exemplos, o Largo da Batata destaca-se por conter um caráter que identificamos como “resistência”: é curioso ver como a dinâmica do Largo da Batata ultrapassa seus limites físicos – recentemente consolidados pela Operação Urbana Faria Lima implantada em 2002 – e, apesar de não ser um lugar a primeira vista acolhedor, há muitas tentativas (e conquistas!) culturais que dão vida ao espaço e o qualificam como um lugar de permanência.
São também essas tentativas de apropriação que concedem ao Largo da Batata um caráter experimental. As instalações temporárias e os eventos culturais tem sido algo marcante na dinâmica do Largo nos dias de hoje – o que também influenciou positivamente o grupo a querer se aproximar do espaço, além da familiaridade já pré-estabelecida por todos participantes do grupo.
Apesar da frequência, as apropriações culturais que acontecem no largo da batata ainda são pontuais e de caráter efêmero. Sabido que a apropriação de um território pode estar diretamente ligada ao acesso a informação de sua história, julgamos ser importante disseminar esse conhecimento para que tais apropriações sejam consolidadas. Acredita-se que a disseminação pode reconfigurar a ideia de cidadão e cidadania, uma vez que cria o potencial de mudar a relação do espaço público com aqueles que o frequentam. O grupo também entende essa disseminação como um ato político a fim de contribuir para o fortalecimento da cultura de rua, ou seja, a cultura no espaço público como catalisador dele mesmo.
Portanto, a pesquisa se direcionou para entender as transformações que o Largo da Batata sofreu física e historicamente ao longo do crescimento da cidade de São Paulo. Fez-se o exercício de comparar os fatos e os projetos que ocorreram ao longo do tempo com os registros de mapas e fotos já existentes. Assim, a pesquisa e a análise revelou não só a importância histórica do Largo da Batata, mas também as tentativas – falhas – de preservação de uma história que já sofreu várias mudanças: o nome Largo da Batata, o antigo traçado da rua Cardeal Arcoverde e uma parte dos trilhos do trem ainda são preservados, mas encontram-se deslocados do espaço e seu atual contexto. Pode-se dizer que são parte da resistência e da apropriação que hoje se encontra no local.
A partir disso, cria-se uma plataforma digital que contém todas as informações dessa pesquisa a fim de disseminar tal conhecimento adquirido e analisado. Cria-se também um mapa que contém as informações históricas e atuais sobrepostas, condensando o conhecimento através de layers em uma única plataforma. Além disso, acredita-se na interação e na constante atualização de tal ferramenta, para que a informação não se congele no tempo e seja mais uma intervenção que saia do contexto atual. Portanto, além de um calendário, o mapa é 100% colaborativo e sua relação com o espaço público físico se deu através de lambes – linguagem atual e culturalmente viva no local.
ETAPA #3
A partir do entendimento da cidade como palco cultural e da vontade de entender se a cidade foi pensada para atender a cultura de rua, fez-se a análise de alguns pontos da cidade que são reconhecidos por tal característica: o Baixo Augusta, que possui um leito viário que divide sua superlotação de carros e ônibus com os inúmeros pedestres que extrapolam os limites dos bares e das casas noturnas; a Avenida Paulista, que mesmo com suas largas calçadas não possui áreas de permanência e acaba se transformando num parque linear aos domingos; e a Avenida Faria Lima, que abriga no Largo da Batata, um espaço novo, multicultural, democrático e aberto a experimentos e intervenções..
Os três tratam-se de polos de infraestrutura e apropriam-se da rua como espaço cultural latente. Entretanto, dentre estes 3 exemplos, o Largo da Batata destaca-se por conter um caráter que identificamos como “resistência”: é curioso ver como a dinâmica do Largo da Batata ultrapassa seus limites físicos – recentemente consolidados pela Operação Urbana Faria Lima implantada em 2002 – e, apesar de não ser um lugar a primeira vista acolhedor, há muitas tentativas (e conquistas!) culturais que dão vida ao espaço e o qualificam como um lugar de permanência.
São também essas tentativas de apropriação que concedem ao Largo da Batata um caráter experimental. As instalações temporárias e os eventos culturais tem sido algo marcante na dinâmica do Largo nos dias de hoje – o que também influenciou positivamente o grupo a querer se aproximar do espaço, além da familiaridade já pré-estabelecida por todos participantes do grupo.
O foco da pesquisa são as transições que esse espaço sofreu historicamente e espacialmente ao longo do crescimento da cidade de São Paulo através de mapeamentos, relatos e registros na tentativa de entender esse a potencialidade desse espaço enquanto palco cultural em detrimento dos seus fluxos, escalas e distintas situações que acontecem em seu entorno e do seu espaço físico, que transpassa seu limite físico.
Essa publicação tem como objetivo mostrar o processo de pesquisa realizado que transpassa apenas a análise urbana e agrega vivências, registros visuais, desenhos, entrevistas e dados. Processo esse que permitiu um melhor entendimento da relação do espaço público com a cidade e seus usuários, do imaginário comum de localização geográfico e das diferentes formas de abrigar atividades culturais. Espera-se que essa pesquisa seja uma ferramenta de pesquisa para estudantes de arquitetura, arquitetos e cidadãos que venham num futuro, intervir no largo da batata.
ETAPA #2
Pensar e fazer é produzir. Pensar e não fazer, é idealizar. Não pensar, mas fazer, é reproduzir. Encontramos na cidade locais que foram apenas reproduzidos, ou seja, feitos sem pensar?
Ao responder essa pergunta, logo o exemplo das edificações-carimbo do Minha Casa Minha Vida vem em mente, entretanto, nos equivocamos ao dizer que neles não há um pensamento: de fato não há um pensamento social-urbano, mas o pensamento político/econômico rege estes projetos.
Com essa reflexão feita e afim de criarmos um recorte ao tema, nos fizemos outras perguntas: não pensado em que? Não pensado pra quem?
Focando na cidade como espaço público, foi impossível ignorar as inúmeras culturas de rua nela presente. E então, o questionamento chave para fechar o recorte: a cidade foi pensada para atender a cultura de rua?
Para que o questionamento fosse exemplificado, três recortes físicos foram escolhidos para análise: o Baixo Augusta, que possuí um leito viário que divide sua superlotação de carros e ônibus com os inúmeros pedestres que extrapolam os limites dos bares e das casas noturnas; a Avenida Paulista, que mesmo com suas largas calçadas não possuí áreas de permanência e acaba se transformando num parque linear aos domingos; e a Avenida Faria Lima, que abriga no Largo da Batata, um espaço novo, multicultural, democrático e aberto a experimentos e intervenções. Os três tratam de pólos de infra-estrutura e apropriação da rua como espaço de experimentação cultural latente. Dentre estes 3 exemplos, o Largo da Batata – graças às características citadas -, foi o que nos chamou mais atenção como exemplo de palco cultural para a cidade.
A análise do largo começou a se dar de modo pragmático (através de mapas tradicionais e linha do tempo) e de visitas no horário do Estúdio Vertical.
Este momento do final da tarde nos deu uma perspectiva nova sobre o largo: o espaço que, durante o dia, funciona majoritariamente como passagem entre o metrô, os pontos de ônibus, os edifícios comerciais e os outros tipos de comércio da região, se transforma em uma grande e dinâmica área de estar à noite, reunindo desde skatistas e estudantes à moradores e trabalhadores da região, tendo como polarizadores os bares e as casas noturnas da região. Este momento de transição e de sobreposição do passar e do estar nos abre os olhos por ser o possível momento que representa a dinâmica do Largo de fato.
ETAPA #1
G12_Entrega1_R02
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