MPMF_G42 – CATRAIA

  Atualmente a transposição de passageiros, ciclistas e automóveis de Santos para Vicente de Carvalho funciona com 3 modais de transporte aquáticos: as catraias, barcas e balsas.  Modais estes responsáveis pelo transporte de milhares de pessoas sete dias por semana e 24 horas por dia. O grupo então escolhe a CATRAIA como principal objeto de estudo e o percurso escolhido é o que corresponde ao trecho entre o Terminal de Catraias de Santos na Praça Nagasaki até o Terminal de Catraias de Vicente de Carvalho no começo da Avenida Thiago Ferreira próximo ao Forte de Itapema.

https://www.youtube.com/watch?v=vbo1q5pEVAA&feature=youtu.be

 

ETAPA 01 – Aproximação da área de intervenção

O que é visto?

– Falta de relação com o entorno e a região da cidade de Santos.

– Local apenas de passagem.

– Falta de Visibilidade.

– Abandono.

– Soterramento do projeto original por excessivas camadas de cidade.

– Desconexão praça Nagasaki com o Mercado municipal de Santos.

Primeiras intenções:

– Local de passagem e de permanência.

– Enaltecimento.

– Reapropriamento do espaço público.

– Revalorização da origem.

– Projeto unificador.

 

ETAPA 02 – Conceito, intenções de projeto e Vicente de Carvalho:

A região marginal de Santos já foi um local que residia predominantemente a alta sociedade santista, porém esse quadro mudou com o advento portuário do local e todas as pestes que se proliferaram ali entre 1890 e 1904. Logo a população se realoca para a Orla da praia e outros bairros mais distantes, tornando a região portuária em um verdadeiro “quintal” da cidade. A população santista cresce rapidamente com a chegada de imigrantes para construção do balneário na orla da praia e a cidade se modifica desordenadamente para atender a demanda de moradia urgente. Tudo isso acontecendo com pouco interesse e envolvimento do poder público e a precariedade urbana se instaura neste trecho da cidade.

Os canais de Santos, provenientes do projeto sanitarista de Saturnino de Brito para drenagem, sempre serviram como fortes pontos referenciais de localização dentro da cidade. Apesar dos seus calados, nível de profundidade do canal, serem insuficientes – em alguns trechos – para navegação devido há um sistema de comportas que controlam o nível da água, acreditamos que a região entre os canais 1,2 e 3, o Terminal de catraias na Praça Nagasaki e o canal que leva até o Estuário de Santos consigam intensificar e melhorar o eixo de transporte marítimo da região, aproximando ainda mais a relação do morador com a água em diferentes escalas.

  Pretendemos tornar a região do Mercado Municipal de Santos, em um local com uso mais adequado a realidade atual. O próprio edifício do Mercado municipal perdeu seu valor e a maioria de seus clientes e comerciantes migraram para os armazéns do entorno. O mercado então perde o ritmo, mas ainda mantém uma estrutura riquíssima do ponto de vista construtivo, uma casca que encontramos potencial para intervir e suprir a carência de programas culturais e educacionais na cidade de Santos. Restaurantes ganharão novo espaço de existência numa praça interna entre os galpões e o edifício do Mercado, sem retirar a Escola e o posto policial, mas realocando o Restaurante Bom Prato. 

O atual bairro do Itapema, em Vicente de Carvalho, foi o local da Ilha de Santo Amaro onde se fixou o povoador Jorge Ferreira, um dos fundadores de Santos, e onde no mesmo séc. XVI foi construído o Forte de Vera Cruz de Itapema, para defesa do porto de Santos. Posteriormente, foi construída a pouca distância do velho Forte a Estação das Barcas do Guarujá, até hoje existente e nova área de interesse do grupo para intervenção projetual. Para intensificar ainda mais a relação entre cidade e água optamos por fazer um canal que passe dentro do distrito de Vicente de Carvalho, canal que começará onde atualmente existe o Terminal de Catraias de Vicente de Carvalho, passando pela Avenida Thiago Ferreira (um dos principais polos comerciais da região) até a Praça 14 Bis onde será criado um tanque equivalente ao da Praça Nagasaki que integrará o novo Terminal de Catraias integrado ao de ônibus com uma área de lazer, contemplação e recreação aquática.

ETAPA 03 – Desenvolvimento do Projeto

   Nesta terceira etapa de projeto, nos concentramos em definir melhor o programa para as praças Nagasaki e 14 Bis e requalificar o trecho entre elas. Para o lado de Santos, definimos que o mercado será transformado em uma Fazenda Urbana de produtos orgânicos que servirá para atender a população e os restaurantes que passarão a existir nessa nova praça. Acreditamos que essa produção orgânica somada aos peixes que são pescados pelos próprios moradores trarão uma nova identidade para este local e conseguirão resgatar e enaltecer novamente essa região de Santos. Uma grande praça entre os galpões e Mercado agora com uma marquise melhor definida que também servirá como cobertura para a parada do VLT (Veículo Leve sob Trilhos e o Terminal de Catraias.

O outro extremo do eixo de transporte aquático se dá na Praça 14 Bis, agora com um desenho melhor definido com a infraestrutura intermodal de catraias e ônibus e potencializando as relações com o entorno, o parque público que será implantado na região do Linhão e as áreas comerciais. Também foram colocados no projeto, as pontes para pedestres sobre o canal novo, as duas paradas de catraias e a Doca na margem de Vicente de Carvalho – antigo Terminal de Catraias.

Modelos Tridimensionais das duas praças, Nagasaki e 14 Bis, respectivamente:

           ETAPA 04 – Finalização da Proposta

           Para etapa de finalização de trabalho estamos apresentando o desenho completo e detalhado do eixo que ligará a Praça Nagasaki com nova Praça 14 Bis, esse eixo estruturador de todo o trabalho semestral foi fundamental para traçar a área de intervenção e concretizar a intenção inicial do grupo, de tornar a relação com a água ainda mais presente e forte na Baixada Santista e com a Mobilidade Urbana. Dentro deste eixo encontram-se o Conjunto da Praça Nagasaki: com a Fazenda Urbana de produtos orgânicos, os Restaurantes laterais
à marquise e a praça d’água que avança para a o pátio interno da praça. O trilho do VLT passa muito sutilmente entre esses equipamentos com um ponto de parada lateral ao Conjunto.

 

 

Para além da praça, no canal até o Estuário temos o redesenho das pontes para tornar a transposição menos incômoda com o aumento do nível do mar. Do outro lado do Estuário a Darsena e seu entorno são reorganizados para um desenho mais gentil com o eixo e com uma integração com o Terminal de Barcas e a parada da Catraia.

 

 

Até chegar a praça 14 Bis que agora faz parte do eixo do Parque Linear do Guarujá, antiga região do linhão. O novo Terminal multimodal de ônibus e Catraias tem em sua cobertura um mirante que possibilita importantes eixos visuais nessa região predominantemente plana e com casas com gabaritos baixos. E sobretudo a visão ampla de todo o tanque de água da Praça Nagasaki, onde além da parada de Catraias tem uso recreativo.

Modelos Tridimensionais finalizados das duas praças, Nagasaki e 14 Bis, respectivamente: