A proposta de repensar o espaço em que vivemos a partir do cotidiano, nos trouxe à tona como não damos atenção ao nosso meio e ao próprio cotidiano, essas pequenas experiências e vivência que nos moldam. Nossas vidas são regradas por nossas rotinas e delimitam em muito nossas percepções dos espaços em que convivemos, mas os mesmos podem ser percebidos quando algum evento muda nossa relação de tempo e espaço.
Foi a partir dessa discussão que iniciamos nossa busca por eventos que despertassem a atenção de alguém, instigando cada sentido em uma série de intervenções com o intuito de gerar e criar memórias e cotidianos diferentes para cada um. Após termos entendido a questão do cotidiano, mudamos da escala mínima, pessoal, procurando um espaço que pudesse ter sua percepção alterada coletivamente, além desta escala mínima, trazendo a atenção para o tratamento que damos a esse espaço. A cidade de São Paulo tem uma relação basicamente visual com seus rios, as águas foram canalizadas, os rios foram retificados, suprimidos pelas nossas rotinas e esquecidos por nossos cotidianos.
Cotidiano é toda ação primária tomada sem alguma obrigação; são todas as nossas vivências, que se modificam e intensificam nossas rotinas. O cotidiano é tão sutil no dia-a-dia que as regras que seguimos, as ações pensadas e os estímulos que são jogados nessas regras, ou rotinas, deixem nossas vivências desapercebidas.
A partir desta discussão, pensar o espaço que os cotidianos estão inseridos é focar a atenção nas próprias vivências; é pensar o quanto um espaço das nossas rotinas é ou não qualitativo para o nosso cotidiano. O espaço do cotidiano tem que ser tratado como espaço da vivência, lugar onde a rotina e o cotidiano existam sem encobrir o outro.
APRESENTAÇÃO
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