PASSAGENS – G01

1ª ETAPA

Nosso olhar sobre o tema PASSAGENS procurará discutir a estrutura de mobilidade, a base de todos os caminhos da cidade de São Paulo, sob o ponto de vista da escala humana. Para tanto, analisamos brevemente 3 estruturas utilizadas pelos paulistanos ao longo de sua história: os rios, as ruas e, atualmente, as ciclovias.

A primeira estrutura de mobilidade da cidade, foram os rios, responsáveis também pela sua implantação. Foi às margens do rio Piratininga, atual Tamanduateí, que nasceu a cidade São Paulo. Assim que chegaram à cidade, os jesuítas instalaram sua capela em um local privilegiado, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, por onde chegavam facilmente ao rio Tietê e podiam circular por toda a região por via fluvial. Durante aproximadamente 300 anos, São Paulo só existiu por causa desses rios.

O desenvolvimento urbano de São Paulo, baseado no modelo viário para uso do transporte individual enterrou, nos últimos 100 anos, cerca de 1500 km de rios e retificou trajetórias de outros. São mais 300 rios que vivem hoje soterrados sob o concreto. E como o paulistano foi levado a crer que os rios, e não a multiplicação mal planejada das ruas, são os grandes inimigos do cidadão, por provocar mau cheiro, doenças, inundações, por impedir a ocupação e prejudicar o fluxo do trânsito, eles tornaram-se totalmente invisíveis aos olhos da maioria da população.

Por fim, o aumento significativo da extensão de ciclovias na capital paulistana pela atual administração da prefeitura está trazendo uma nova opção de transporte para os habitantes da metrópole. E apesar das polêmicas e críticas a respeito do projeto, a grande maioria da população (80% segundo o Datafolha e 88% pelo IBOPE) é a favor da construção e ampliação de ciclovias na cidade.

Percebemos que essas infraestruturas estão sobrepostas em 3 camadas: rios, ruas e ciclovias. As ruas roubaram o lugar dos rios e agora as ciclovias estão tomando espaço das ruas. Nossa proposta de PASSAGEM pretende estar entre os rios invisíveis e as ciclovias. A questão que queremos colocar é: Como podemos aproximar essas duas infraestruturas? Nossa ponto de partida para buscar uma solução é: Tornando os rios invisíveis visíveis aos olhos do ciclista.

Pensamos que o ciclista é o público ideal para resgatar os primeiros caminhos da cidade. Primeiro porque ele tende a ter um olhar mais crítico sobre as questões da cidade e a serem atentos com as questões relacionadas ao meio ambiente. Por fim, a velocidade da bicicleta permite que os ciclistas possam perceber com mais facilidade os rios invisíveis da cidade.

Grupo 01. Ana Carolina Hidalgo, Guega Rocha Carvalho, Juliana Flahr, Karina Rebello.

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2ª ETAPA

Na primeira fase de nosso trabalho, analisamos brevemente 3 estruturas de mobilidade utilizadas pelos paulistanos que estão sobrepostas: os rios, as ruas e, atualmente, as ciclovias.

As ruas roubaram o lugar dos rios. O desenvolvimento urbano de São Paulo, baseado no modelo viário para uso do transporte individual enterrou, nos últimos 100 anos, cerca de 1500 km de rios e retificou trajetórias de outros. São mais 300 rios que vivem hoje soterrados, invisíveis, sob o concreto. Atualmente, as ciclovias estão tomando espaço das ruas. Com um plano ambicioso de construir 400 km de ciclovias em 4 anos, a gestão atual da prefeitura tem dado prioridade para o modo de transporte sobre bicicleta.

Nossa proposta de PASSAGEM pretende relacionar a mais antiga e a mais nova rede de mobilidade da cidade, os rios e as ciclovias. Para isso, identificamos os principais problemas da malha cicloviária atual: a grande maioria das ciclovias reduzem-se a uma pintura no chão; as ciclovias de escala metropolitana (Marginais) tem pouca ligação com a escala intermediária e de bairro; e, o mais grave no nosso ponto de vista, a malha segue somente a lógica do viário, criando muitas vias pouco acessíveis por grande parte da população.

Após essa análise, nos perguntamos: Qual seria a malha cicloviária ideal? A resposta estava muito próxima aos rios. A ciclovia ideal é plana. E olhando com mais atenção à hidrografia e topografia de São Paulo, constatamos que não apenas as várzeas dos grandes rios têm potencial para oferecer as melhores e mais rápidas ciclovias, mas também que o caminho dos pequenos rios, hoje invisíveis, são os trajetos mais suaves para vencer a topografia da cidade.

Reduzimos a escala do território e fizemos um exercício para propor um novo desenho para a malha de ciclovias. A malha consiste em relacionar anéis cicloviários que, na medida do possível, ficam na mesma cota, e trajetos transversais que vencem a topografia, seguindo o caminho dos rios escondidos embaixo das vias. O primeiro anel fica ao longo dos rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí.

Por fim, descemos mais uma escala e criamos um trajeto para uso da bicicleta que conecta o bairro do Butantã, com a Vila Madalena e a avenida Paulista, seguindo essa mesma lógica. Nessa última escala, pensamos nas necessidades que um ciclista poderia ter enquanto está pedalando e chegamos em cinco: hidratação, abrigo de sol ou chuva, encontrar outros ciclistas, transpor barreiras e estacionar.

Ao longo do percurso, sugerimos 7 possíveis pontos de intervenção. O ponto que escolhemos para desenvolver na próxima fase como objeto de PASSAGEM foi uma passarela para pedestres e ciclistas que transpõe o rio Pinheiros, ligando a Rua Gerivativa (Butantã) com a Rua Paes Leme (Pinheiros). Vários foram os motivos que nos levaram a essa escolha, tais como: o desafio de projetar uma ponte (a passagem mais complexa das 7 possíveis intervenções); o fato da ponte ser uma passagem da ciclovia de escala metropolitana para a escala de bairro; e por fim, é a passagem que mais evidencia a relação entre rio e ciclovia.

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3ª ETAPA