PASSAGENS – G06

1ª ETAPA

Longe dos olhos de quem passa pelas ruas movimentadas da capital paulista, existem diversos espaços escondidos, localizados até quinze metros sob a superfície, que guardam histórias sobre a cidade, mas que estão atualmente fechados ou esquecidos.

Para o tema de passagens, propusermos, então, dar vida a uma passagem  desconhecida por muitos, que corre abaixo de um dos maiores fluxos da cidade: A Galeria Formosa, localizada abaixo do Viaduto do Chá, entre o Teatro Municipal e o Shopping Light.

É com o intuito de resgatar o patrimônio, estabelecendo fluxo e percurso, que optamos por usar essa galeria. Pelo espaço marcante que ela ocupa na cidade, em meio à pontos centrais; e não apenas de uso, mas também de percurso, que foi necessário pensar a passagem proposta como uma alternativa de caminho, e que esse fosse revelado diante da curiosidade que o mesmo pretende sugerir. Por meio de rasgos no chão da cidade, que possibilitem pequenas visões do espaço abaixo, a galeria se torna penetrável ao passante no viaduto, e recebem um jogo de luz e sombra que tais aberturas pretendem causar.

A alternativa de re-uso da passagem e da galeria pretende gerar uma atenção à esses espaços que se estendem no negativo da cidade, e que, por seu caráter majoritariamente desconhecido, instigam uma descoberta que se dá principalmente no campo da experiência sensorial e da percepção subjetiva, tornando assim o ato da passagem, e suas infinitas significâncias, em um ato de fato.

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2ª ETAPA

As passagens se constituem automaticamente no viver da cidade. Para ir do ponto A ao ponto B, fazemos um caminho próprio, que poderia se dar de diversas  maneiras, porém, o definimos quase que sem perceber, de modo a movimentar o espaço e regê-lo a partir de fluxos, que se renovam na rotina e no desenho da cidade. Mas, partindo de um espaço esquecido no imaginário urbano, como se criam novas passagens?

As galerias Formosa e Prestes Maia, localizadas abaixo do Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú, fazem parte deste grupo dos espaços apagados da cidade. Tendo hoje, em maioria, usos burocráticos, tais galerias se tornaram espaços majoritariamente ociosos, que falham em atrair o movimento do Vale para debaixo do Viaduto, e tornam um grande vão de uso público em uma área de insegurança  e desapego. Novos projetos incentivados pela Prefeitura de São Paulo buscaram repensar a área do Vale, mas ainda assim não pretenderam incluir tais espaços. Propõe-se uma reforma superficial sem pretensão de estender os fluxos.

O projeto nasce, então, da vontade de pensar o deslocamento do pedestre para além destes fluxos obrigatórios já existentes, e busca reinventar dois antigos espaços, criando novos sentidos de deslocamento que permeiem a cidade. A partir de novos usos, que integrem os dois espaços, procuramos criar fluxos novos e complementares ao que visa o Novo Anhangabaú, que atraíssem os passantes e evidenciassem a existência destes ambientes subterrâneos. Levando movimento para essa faixa, e ocupando o espaço com equipamentos que possam retribuir para a cidade, sejam eles oficinas para mobiliário urbano, ou espaços coletivos, propomos a reativação e a obtenção de dinamismo dessas galerias.

Desse modo, visamos uma intervenção que tem por objetivo pensar no pedestre e na sua relação com a conformação urbana da cidade, não apenas na articulação e transposição das duas cotas distintas desse local, mas da criação de fluxos interessantes, que não só conectem espaços, mas que também proporcionem curiosidade, personalidade e história. 

 

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3ª ETAPA