1ª ETAPA
Avenidas expressas funcionam como grandes passagens para automóveis, sendo a maioria os de caráter privado. Em uma escala macro, metropolitana, elas são vitais para o funcionamento dos centros urbanos, para a mobilidade e conexão entre as diversas áreas de uma cidade. São Paulo conta com expressivas avenidas desse caráter, como as marginais Tietê e Pinheiros, a Avenida do Estado,, o grande Eixo Norte-Sul, a Avenida Radial Leste, a Avenida dos Bandeirates e a Rodovia Raposo Tavares, entre outros.
Porém, em uma escala reduzida, em recortes mais específicos de cidade, essas grandes vias funcionam como verdadeiras barreiras para a vivência do pedestre, ciclista ou simplesmente para pequenos deslocamentos que envolvam a travessia desse tipo de passagem, muitas vezes funcionando como uma barreira. É muito expressiva a presença de carros, ônibus, caminhões de cargas nesses ambientes, reduzindo fortemente a possibilidade dele ser atravessado, dando cada vez mais espaço para o intenso fluxo desses automóveis. Um tipo de passagem que inibe outros tipos de passagem. A grande questão a ser investigada reside na situação e nas relações existentes nestes contextos de menor escala da cidade.
Escolhemos, dentre as várias situações que aparentemente se assemelhavam, a Avenida Tiradentes e o contexto urbano em que ela se insere. A via, com nada menos que dezesseis pistas, com a largura que oscila entre 60 a 100 metros, apresenta uma série de particularidades. Ao longo de seus 1,8 km de extensão, a avenida conta uma série de ambientes predominantemente culturais e educacionais, como a Pinacoteca do Estado, o Museu da Língua Portuguesa, o Mosteiro da Luz, o Museu de Arte Sacra, a FATEC (antigo campus da Escola Politécnica da USP), uma unidade do Senac etc. Além dessas instituições, os bairros que margeiam a via caracterizam-se por aspectos muito marcantes, como o comércio tradicional da rua São Caetano, da própria avenida Tiradentes e do bairro do Bom Retiro. Outros equipamentos culturais também estão presentes, a Sala São Paulo, a Estação Pinacoteca, o Centro Cultural Oswald de Andrade, a Casa do Povo o SESC Bom Retiro. Todos esses locais citados encontram-se muito perto uns dos outros, mas é justamente a avenida Tiradentes que os tornam distantes. Nossa proposta é materializar essa iminente conexão entre essa área cuja potência cultural e urbana é interrompida.
2ª ETAPA
a avenida tiradentes se apresenta como um espaço muito peculiar, encravado no centro de são paulo. depois de passar por muitas mudanças ao longo de sua existência, hoje a avenida compõe o eixo viário norte-sul, que literalmente atravessa a cidade. depois de analisar uma série de questões que o espaço levanta, o plano de intervenção seguiu para um sentido de readequação total da via.
a grande intervenção se daria principalmente através do alargamento das calçadas, dando o espaço e a possibilidade de uma intensificação da vivência do pedestre naquela área da cidade, aproximando os dois lados da avenida, de maneira que fosse modificado o aspecto de barreira que ela assume. mas em determinado momento foi entendido que existem situações ao longo da via que catalisariam o processo do pedestre permeá-la naturalmente, se requalificadas. entendendo essas potencialidades que o espaço nos apresenta, nos deparamos com um momento da avenida em que existem pontos muito significativos, mas que acabam sendo isolados não por uma de distância, mas sim da relação entre pedestre e os meios que este pode acessar essas áreas urbanas e edifícios. a ação escolhida foi a de reestruturar a existência da passarela das noivas e suas conexões problemáticas. árida, essa passarela pousa com suas rampas em ilhas de grama, situadas no meio da avenida, não possuindo uma relação proximidade com as lógicas urbanas de cada lado da avenida. o que dá corpo ao projeto é a vontade de promover uma conexão efetiva entre quatro espaços julgados importantes e conformadores expressivos do desenho do fluxo de pedestres da região. são esses, a pinacoteca, a estação da luz, o grande espaço de quarteirão reformado pelas obras da linha amarela do metrô; a rua são caetano e a florêncio de abreu. dada essa conexão iminente, justamente interrompida pela grande via, foi pensada construção de uma nova passarela, um edifício de passagem que além de propor um acesso mais expressivo entre esses pontos expressivos dessa área, apresentaria programas específicos, de camelôs que hoje se fixam de baixo da passarela até um mirante.
tudo isso seria possibilitado através de acessos mais claros e objetivos, que realmente tenham uma verdadeira conexão com o ponto onde ele está localizado. esse vínculo com a parte da cidade é essencial para que exista uma fluidez e naturalidade na hora em que o pedestre for usar a passarela. o novo equipamento apresentará mais de duas extremidades por entender a necessidade de aumentar a possibilidade de rotas de pedestres e ciclistas entre as áreas elencadas.
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