1ª ETAPA
O conceito de passagem sugere diversos tipos de abordagem quando proposto no contexto urbano da cidade de São Paulo, onde diariamente o pedestre se depara com obstáculos, dificuldades e diversos estímulos em seu deslocamento. A partir disso, o grupo iniciou a discussão sobre o tema. Os primeiros pontos abordados foram a problemática das transposições do pedestre ao longo das linhas do metro e do trem, dois dos meios de transporte mais importantes para a dinâmica e funcionamento da cidade.
A pesquisa foi direcionada para o âmbito da história e analisamos assim os rios e seu papel na localização da cidade, suas alterações ao longo dos anos, e sua importância econômica, chegando enfim a Rua 25 de março, a qual durante parte de sua historia foi trecho do rio Tamanduateí, única conexão entre o litoral paulista e o interior do Estado durante parte do século XIX e, portanto, local de chegada de mercadorias de diversas regiões, formando assim um polo econômico e centro de vendas, denominado Porto Geral. A Ladeira Porto Geral mantem hoje seu caráter comercial, se tornou um ícone da capital e uma passagem diária de mais de 400 mil pessoas, chegando a um milhão em datas festivas, sendo este o local escolhido para o desenvolvimento do nosso projeto.
Com a escolha do local, iniciamos a discussão das possíveis escalas de passagens no local. Identificamos três pontos de partida para a abordagem do tema: histórica, física e temporal. Na parte histórica analisamos, além do contexto, as alterações do traçado viário e seus usos ao longo dos anos. Já a analise física foi referente às passagens horizontais e verticais, e aos diferentes níveis e, portanto, possibilidades que a Ladeira possibilita. A passagem do tempo, por fim, aborda o individuo e seu contato com a Ladeira, ao longo do dia e dos anos de sua vida.
2ª ETAPA
Compreendendo o espaço físico dado pela Ladeira Porto Geral, na região central da cidade de São Paulo, aprofundou-se o estudo sobre o entendimento do caráter do lugar, a fim de equacionar a melhoria da condição físico-espacial dado pela proposição de um projeto.
Embora já fora compreendido as questões históricas, morfológicas e quantitativas do espaço, buscou-se apreender a leitura sensitiva do lugar. Entendeu-se a partir de ensaios fotográficos e estudos sonoros que o equacionamento dos usos quando somado às interações auditivas, visuais e corporais são resultantes do “espírito do lugar”. O “espírito do lugar” é a essência dada pelo fluxo natural cotidiano diante do reconhecimento do espaço, caracterizado pelo caráter por ele exposto.
As condições encontradas caracterizam assim a Ladeira Porto Geral como um lugar-evento na cidade de São Paulo, a partir disso, o estudo esteve direcionado a entender esse espaço que não suporta o silêncio ou mesmo enxerga um destino, buscando compreender assim, qual a pausa desse lugar?
A Rua Varnhagen é uma rua sem saída da qual integra a linearidade da Ladeira Porto Geral. O estudo dos traçados de fluxos indica claramente que o espaço é definido por fronteiras. A massa de edifícios pela qual cerca a Ladeira permite que ela seja compreendida por suas extremidades dada pela Rua Boa Vista e pela Rua 25 de março, levando esse importante fato da cidade estar onipresente no contexto urbano. Considerando que a fronteira é o ponto pelo qual algo passa a se fazer presente, é proposto que a Rua Varnhagen venha a se abrir, permitindo assim, um novo fluxo e emoldurando uma janela para a Ladeira Porto Geral.
A abertura da Rua Varnhagen é determinada por um prédio de térreo livre, presente na Rua Florêncio de Abreu. O projeto propõe uma escadaria que permite vencer o desnível existente com uma passagem que vem favorecer o sentido de pausa. A conexão com o Largo São Bento é favorável ao espaço de praça já determinado e a visibilidade ao cenário da Ladeira condiciona uma compreensão urbana da cidade.
3ª ETAPA
Compreendendo o espaço físico dado pela Ladeira Porto Geral, na região central da cidade de São Paulo, aprofundou-se o estudo sobre o entendimento do caráter do lugar, a fim de equacionar a melhoria da condição físico-espacial dado pela proposição de um projeto.
Embora já fora compreendido as questões históricas, morfológicas e quantitativas do espaço, buscou-se apreender a leitura sensitiva do lugar. Entendeu-se a partir de ensaios fotográficos e estudos sonoros que o equacionamento dos usos quando somado às interações auditivas, visuais e corporais são resultantes do “espírito do lugar”. O “espírito do lugar” é a essência dada pelo fluxo natural cotidiano diante do reconhecimento do espaço, caracterizado pelo caráter por ele exposto.
As condições encontradas caracterizam assim a Ladeira Porto Geral como um lugar-evento na cidade de São Paulo, a partir disso, o estudo esteve direcionado a entender esse espaço que não suporta o silêncio ou mesmo enxerga um destino, buscando compreender assim, qual a pausa desse lugar?
A Rua Varnhagen é uma rua sem saída da qual integra a linearidade da Ladeira Porto Geral. O estudo dos traçados de fluxos indica claramente que este espaço é definido por fronteiras. A massa de edifícios pela qual cerca a Ladeira permite que ela seja compreendida somente em suas extremidades, dada pela Rua Boa Vista e pela Rua 25 de março, levando esse importante fato da cidade estar ausente do contexto urbano. Considerando que a ideia de que fronteira é o ponto pelo qual algo passa a se fazer presente, é proposto que a Rua Varnhagen venha a se abrir, permitindo assim, um novo fluxo e emoldurando uma janela para a Ladeira Porto Geral.
A abertura da Rua Varnhagen é determinada pelo Edifício Largo São Bento, presente na Rua Florêncio de Abreu, onde atualmente seu térreo é composto por três lojas que limitam a permeabilidade de seus pilotis, o projeto prepõe a restauração do conceito de térreo livre criando assim uma escadaria que permite vencer o desnível de 11 metros existente. A passagem vem favorecer o sentido de pausa deste lugar, criando ao mesmo tempo ambientes de permanência e de fluxos em diferentes escalas no espaço e no tempo. A conexão com o Largo São Bento é favorável ao espaço de praça já determinado e a visibilidade ao cenário da Ladeira condiciona uma compreensão urbana da cidade.