RSP_G03_KNECT

Etapa 01

Maloca

Conhecidos por “maloca” esse grupo de pessoas em situação de rua se apropriou de um espaço entre a Pça Marechal Deodoro e o Minhocão de uma forma surpreendente. Com malas, colchões, barracas de acampar e estruturas de madeira improvisadas, esses moradores criaram para si um espaço que relembra o interior de uma casa. Nosso interesse está no uso de objetos encontrados e reciclados para novos usos.

Favela Nova tietê

A favela Nova tietê nos mostra, como em todas as favelas, construções sem arquitetos e engenheiros. Ela nos revela uma população que se organiza como uma comunidade forte e participativa e colaborativa que se utiliza de técnicas improvisadas e interessantes para suprirem suas necessidades. A razão pela escolha dessa favela especificamente é por sua localização mais central na cidade.

COHAB Itaquera

Em resposta ao problema de moradia na cidade de São Paulo, o COHAB Cingapura e mais um dos programas estaduais que fixa uma população de renda baixa num ponto periférico da cidade. Mesmo não possuindo condições de comprar uma casa por conta própria, é uma população com alguma renda, que muitas vezes está em acensão.

Etapa 02

Resolvemos trabalhar com alguma diretriz do que havíamos trabalhado no Ev do semestre passado. Como havíamos feito toda uma pesquisa voltado para o morador de rua na região da praça Marechal Deodoro, tínhamos alguns levantamentos de estruturas efêmeras feitas pelos próprios moradores. Isso facilitou na escolha do tema a ser desenvolvido. Após conversar com o orientador escolhido, fechamos que o tema que seria a catalogação do todo o material que poderia ser utilizado em estruturas leves, talvez de caráter efêmero, com o objetivo de criar uma peça conectora dos materiais. Assim, montar um jogo de peças com nossos conectores e criar um banco de dados mostrando alguns exemplos de como montar diversos objetos. Até agora tivemos como foco principal do trabalho o recolhimento de todo o material disponível para iniciar nosso catalogo. Fizemos uma catalogação de varias referencias tirando fotos alem da compra de material que poderá se transformar em algo para o conector.

Etapa 03

INTRODUÇÃO

Na cidade de São Paulo, é sabida e vivida a dificuldade de se morar bem de uma forma barata. O modelo de autoconstrução, tão presente em países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos, não tem ganhado força no Brasil, e por isso, na grande maioria das vezes, compramos móveis prontos ou mandamos fazê-los sob medida para nossas casas. Além de serem investimentos caros, dependemos de terceiros para sua realização. A ideia central desse trabalho, por tanto, é conferir uma autonomia acessível à maior quantidade de pessoas possível acerca da construção de seus próprios ambientes.

COMO?

A partir do estudo e reflexão sobre três diferentes modos de morar, pessoa em situação de rua, ocupações, e habitações convencionais, produzimos um manual.

 

O MANUAL

O manual é dividido em duas partes e em forma de fichário, para que possamos sempre adicionar a ele mais informações e criações, para que seja atualizável.
A primeira parte consiste em um levantamento de produtos existentes no mercado brasileiro com os quais se pode construir, não se prendendo a materiais já usados para construção, mas também dando atenção à peças de diferentes funções com formatos interessantes, que podem servir de inspiração para novas soluções estruturais. Por exemplo, peças de elétrica e hidráulica possuem soluções interessantes que podem ser adaptadas para a construção de estruturas. O objetivo desse primeiro levantamento é evitar ao máximo a redundância do trabalho, ou seja, a criação de coisas que já existem.
A segunda parte diz respeito às peças criadas, sua versatilidade e seus modos de funcionamento e montagem. O objetivo dessa segunda parte é estimular, de fato, a autonomia da sociedade brasileira através da autoconstrução e personalização de suas moradias, inspirados no “habitáculo” de Bruno Munari, que indica que o objeto deve:

-Ser feito com materiais resistentes, leves e que não incomodem visualmente.
-Ter um preço acessível e inferior ao que geralmente custa o mobiliário comum.
-Ser fácil de montar, desmontar, transportar e armazenar.
-Ter uma quantidade mínima de parafusos ou pregos.
-Conter instruções de montagem e uso.
-Ser de uma cor neutra.
-Ser personalizável

A partir dessas diretrizes, serão desenvolvido num primeiro momento dois ambientes, uma cozinha e um quarto.

ETAPA FINAL

A palavra “casa”, nos remete, arquetipicamente a um abrigo íntimo, pessoal e dividido em, pelo menos 4 cômodos destinados ao desempenho de atividades privativas características do ser humano: quarto, banheiro, sala e cozinha. Por mais simples e modesta que possa ser essa casa, nossa tendência vai sempre ao encontro de realizar essa compartimentação. No entanto, cada vez mais nos dias de hoje, um pensamento se faz válido; Se as pessoas são tão diferentes entre si, porque a ideia de casa tende a ser a mesma?
Trata-se de uma questão de aspiração. O modelo de casa desejado é esse, não necessariamente por ser o melhor modelo, mas por ser a referência clássica do morar. Contudo, há dificuldade de se morar de determinada maneira padronizada, já que cada indivíduo contém características únicas, em muitos casos que fogem da imposição do mercado imobiliário. Além disso, a fomentação do mercado dificulta a integração e transforma esse sonho em um objetivo inacessível. Basta pesquisar e relacionar o custo da mão de obra e o custo de imóveis no mercado para ver que há um sistema que segrega. Dados da revista Valor Econômico em 2017, mostram que o custo para construção por metro quadrado em São Paulo tem uma média de R$1.300,00 enquanto o valor do imóvel aproximadamente R$7.700,00 o metro quadrado. Com isso, o paulistano se acostuma com um conceito de que morar bem e morar barato dificilmente andam juntos. Outros países no mundo, como por exemplo nos Estado Unidos, no Canadá e na Alemanha, tentam solucionar essa questão pela estruturação de um setor da indústria que desenvolve e comercializa com fácil acesso elementos para autoconstrução, ou seja, cada um compra certo tipo de material que possibilita que pessoas que não tenham necessariamente formação relacionada ao ramo da construção civil, como arquitetura, engenharia e design, possam construir seus próprios ambientes.
Contudo, percebeu-se que esse movimento, por parte do ramo da construção civil, não tem ganhado força no Brasil, nos diferentes estratos sócio-econômicos: se na periferia dos centros urbanos formalizados, assentamentos irregulares como favelas, as próprias casas são construídos com técnicas e materiais rudimentares da construção civil, no contexto da cidade formal, peças de mobiliário são compradas prontas ou então são encomendadas sob medida, de modo que além de custoso é um trabalho que requer sempre a mão-de-obra especializada para sua realização. Nesta direção, a ideia central desse trabalho é explorar a condição de autonomia para pessoas de fora do ramo da arquitetura poderem construir seus ambientes.
Este trabalho se estruturou a partir do estudo e da reflexão sobre três diferentes modos de morar cidade de São Paulo, referentes a três condições socioeconômicas distintas: a ocupação provisória da pessoa em situação de rua; a adaptação temporária do edifício ocupado; a habitação da cidade formal. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de levantamento dos materiais disponíveis no mercado brasileiro de construção, para, a partir do reconhecimento das lógicas de fabricação e montagem, desenvolver um novo sistema de construção modular composto por hastes (pontaletes) de madeira e por conectores feitos com chapas metálicas dobradas, a partir do qual é possível estruturar diferentes ambientes e mobiliários para receber funcionalidades variadas. A estrutura mínima consiste em um cubo composto por faces de 2,25 x 2,25m, seguindo modulações de 0,45m, criando rigidez no sistema a para montagem dos ambientes. A partir dele a estrutura pode se expandir indefinidamente de acordo com a necessidade de cada usuário.
De modo a facilitar a compreensão das possibilidades de montagem do sistema proposto, este trabalho está estruturado sob a forma de um manual apresenta um manual de montagem dividido em três capítulos.
O primeiro capítulo consiste em um levantamento de produtos existentes no mercado brasileiro com os quais se pode construir. O objetivo desse primeiro levantamento é evitar ao máximo a redundância do trabalho, ou seja, a criação de coisas que já existem e ao mesmo tempo entender como funcionam, e para isso a atenção dessa pesquisa não se ateve somente aos materiais já usados na construção civil, mas também a peças e conectores de diferentes funções e formatos , que podem servir de referência elucidativa para novas soluções estruturais. Por exemplo, o padrão de mercado de peças de elétrica e hidráulica possuem soluções interessantes que podem ser adaptadas para a construção de estruturas.
O segundo capítulo diz respeito às peças criadas neste trabalho:sua lógica de funcionamento e montagem, e versatilidade pretendida em suas aplicações construtivas. Nesse trecho explicamos o raciocínio por detrás de cada peça e as apresentamos.
O terceiro e último capítulo consiste na lógica de construção do módulo. Estruturado com um guia de montagem, tem o objetivo de estimular novas opções que confiram autonomia na autoconstrução e personalização de habitats e espaços de atividades. . Neste sentido, o trabalho se respalda nos preceitos anunciados no trabalho “habitáculo” de Bruno Munari, importante referência nesta pesquisa, que indica que o objeto construído deva ser feito com materiais leves e resistentes que não incomodam visualmente, ser fácil de montar, desmontar, transportar e armazenar, conter instruções de montagem e ser personalizável.