G41_ATALHOS

PASSAGENS E ATALHOS

O grupo começou com uma discussão da complexidade da dinâmica metropolitana e as relações do cotidiano dos pedestres. Um olhar para à escala humana, a proposta seria obter soluções que recupere não apenas a caminhabilidade, mas o valor social dos caminhos, passagens ou atalhos.
A noção de passagem como atalho, espaço de transição ou percurso, pode facilitar os acessos a diferentes equipamentos do espaço urbano. As passagens além de serem espaços articulados da mobilidade que determinam a qualidade do percurso na cidade, tem um grande potencial de serem um espaço público de convívio na falta de praças e parques, já que são roteiro de muitas crianças e jovens que vão às escolas, ou de pessoas que passam para pegar transporte público.

OBJETIVOS DO GRUPO

O objetivo do grupo é repensar as passagens como um espaço mais agradável para a população. Mais do que atalhos pedonais, criar espaços de convivência como local de brincadeira para as crianças, feiras livres, cinema a céu aberto, lugares de repouso e etc.
A ideia é criar um novo olhar para os becos, usando mobiliários, vegetação e inserindo programas culturais ao longo da viela, garantindo um espaço público com maior qualidade para os moradores e uma nova relação do percurso realizado todos os dias pelos pedestres. Propiciondo acessibilidade, lazer e segurança em áreas até então subutilizadas.
A intervenção poderia também favorecer a visibilidade de pequenas empresas, dado que este tipo de ação abre precedente para a exploração da publicidade sem muitos custos, apontando um caminho para o custeio da execução e manutenção do novo mobiliário.

 

OS BECOS

Os becos são vielas, ruas estreitas que surgiram antes da regulamentação do traçado urbanístico. Têm como predominância o trânsito pedonal e as frentes da casa são sempre voltadas para as ruas e nunca para os becos. Na concepção de cidade do século XIX, os becos não correspondiam a racionalidade das vias, por isso, podem ser considerados lugares onde a desorganização, marginalização e a vida boêmia prevalecem, inclusive atualmente.

 

E a partir desse cenário, onde o caminho do pedestre muitas vezes é precário, marginalizado e poluído, pensamos em abordar esses atalhos e espaços de troca improvisados, por achar que tem um grande potencial para um espaço público de qualidade, com áreas verdes e de lazer, o que é distante do cotidiano das vizinhanças.

O LUGAR

O espaço escolhido para tratar do tema “ocupa São Paulo”, é um beco localizado na Lapa, uma realidade muito comum no bairro por conta de seus extensos quarteirões sem interrupções. A Lapa foi o bairro que deu início a ocupação da Zona Oeste de São Paulo. É fruto de uma sesmaria recebida pelos jesuítas junto ao atual Rio Pinheiros, antes conhecido como Emboçava. O primeiro registro é de 1581, data de recebimento do terreno..

A passagem escolhida possuí quase 600 metros de extensão. Sua existência deve-se ao fato de que quando o bairro da Lapa foi urbanizado, ali passava um córrego e esse espaço não construído, foi mantido. O beco esta localizada entre as ruas Pio XI e Araçatuba e faz uma ligação direta entre duas praças: Praça São Crispim e Praça Dr. Otávio Perez Velasco. No entanto, é pouco utilizado e poluído.

 

ESTUDO DO ENTORNO

O projeto consiste em trazer um novo olhar para o beco, repensando a passagem como um espaço de permanência e de qualidade para os moradores e pedestres .

Situação Geral

Delimitação dos fundos do lote

Áreas de expansão e oportunidades

Novas conexões e a importância dos equipamentos culturais do entorno

Expandir o programa cultural ao longo do percurso.

DETALHES DO PROJETO 

A proposta foi potencializar as entradas principais do beco, trazendo um comércio interativo tanto virado para a rua, como virado para a viela; Expandir a passagem usando os fundos dos lotes, para criar lugares de permanência; Usar terrenos vazios para criar conexões transversais e trazer equipamentos de culturas, gerando mais vida diurna e noturna; E retomar a importância do córrego para os moradores.