g26_CORPO²

entrega 04

O direito de ocupar a cidade com nossos corpos e como essa ocupação em grande escala muda o aspecto do espaço; as multidões que desintegram o individuo, mas não são possíveis sem o mesmo, tomando uma escala na qual é difícil de diferenciar a forma humana de outras quaisquer formas orgânicas conhecidas. O estudo dessa ocupação da cidade pelas multidões será o foco desse Estúdio Vertical, como os espaços urbanos mudam sua natureza perante essa ocupação tão significativa de metrópoles como São Paulo. Como os espaços públicos se adaptam a um aglomerado humano, ou como os corpos ocupam seu espaço dentro desse próprio aglomerado.

Nessa fase foram estabelecidas relações e analise das intervenções assim como conexões com a cidade e seus espaços públicos.Os depoimentos coletados após ambas intervenções, trouxeram à luz uma questão interessante: a qualidade espacial criada pela junção da ambientação e dos sons, pode gerar na vivência dos experienciadores, sensações destoantes.

Quando a intervenção trazia, de maneira predominante, sons descritos como conturbados, agressivos ou pesados, uma grande parcela das pessoas afirmou se sentirem em lugares caóticos e opressivos; dos quais gostariam de sair rapidamente. Em oposição, quando os sons foram descritos como calorosos e agradáveis os depoimentos em sua maioria (porém uma maioria não tão enfática) afirmou que gostariam de permanecer ali por mais tempo, que de alguma maneira sentiram-se aconchegados positivamente pela intervenção. Foi interessante perceber que nenhuma das intervenções auditivas era puramente composta por sons ditos positivos ou negativos.

Essas reações deram-se frente a sons mistos mas com uma característica predominante para um dos lados. Assim surgiu uma questão central para uma possível terceira intervenção: sabemos que a proxêmica foi alterada em ambas situações, mas existe uma preponderância na intensidade de tal mudança em função da qualidade (positiva ou negativa) dos sons? Ou seja, a proxêmica tende a atingir um nível maior de intensidade frente a uma situação de medo ou acolhimento? Ou ainda, é possível que tal diferença não seja fator decisivo nessa equação, que apenas a quebra da rotina seja suficiente para gerar tal mudança na intimidade no espaço do elevador?

Após o experimento e a coleta dos dados serem realizados, percebemos que em parte nossas suspeitas foram confirmadas e em partes novas surgiram: se por um lado pode ser observado que as características sonoras positivas e as caracristícas sonoras negativas não tiveram resultados distintos, ou pelo menos diferenças explicitas, quanto a capacidade de modificar as mudança na proxêmica. Por outro, materializou-se uma relação não prevista pelo grupo: Quando o áudio da intervenção sensorial não era mesclado, ou seja, não era a junção de dois recortes de áudios representativos da etapa dois (relações do diagrama), mas sim um som de aglomeração puro, o fator confusão foi eliminado da equação e com ele o fator medo do desconhecido ou do que viria a seguir. Mostrando que grande parte das aflições explicitadas nas intervenções 1 e 2 não eram provenientes dos aspectos avaliados como negativos dos áudios, mas sim proveniente da incerteza e confusão que se estabelecia frente a mescla.

Ainda com isso em mente, o grupo evidenciou mais uma relação, possivelmente contraditória, acerca da terceira intervenção: se em alguns momentos, ou para alguns experienciadores, a confusão trouxe o medo, em outros momentos e experiências pessoais foi justamente a compreensão quanto ao verdadeiro conteúdo das mesclas sonoras que trouxe esse mesmo medo. Para esse segundo grupo de pessoas, foi tamanho antagonismo sentido (entre os áudios de uma mesma intervenção) que surgiu justamente a aflição, experienciada pelo primeiro grupo ao não entender o conteúdo das mesma mesclas.

Trabalho é evolução. Ponta pés iniciais nos projetaram a uma trajetória repleta de inflexões e mudanças não planejadas. Em uma trajetória não linear, lidávamos com os resultados de cada fase conforme surgiam fornecendo material para a fase que seguiria, costurando as conclusões e conteúdos conforme seguimos o semestre.

Mesmo nos guiando pelas próprias respostas vindas do trabalho, tentamos manter como norte as questões do direito a cidade pelo corpo, como uma ocupação do espaço única e pouco explorada, com relação a espaços intersticiais nas metrópoles. Observamos dentro deste tema mais geral, a aglomeração da cidade pelos corpos, um expoente: as aglomerações, uma vez que é provedora de riqueza espacial e democratizante à cidade e seus moradores.

Portanto trouxemos as intervenções como estratos dessas relações entre os corpos e os espaços; o que recolhemos de Feedback dos que vivenciaram essas intervenções foi que a experiencia vivida foi sensorialmente rica, para compreendermos melhor como o corpo se sente em ambientes que exaltam as qualidades de uma aglomeração, no entanto a ligação entre o experimento e estar especificamente em alguma aglomeração não ficou obvio para quem passou pela intervenção, o que é interessante já que por vivermos em uma metrópole como São Paulo, somos expostos a situações de aglomerados cotidianamente, assim o motivo dificilmente é a falta de referencias para quem experimentou. Desse modo podemos perceber o quão irredutível e complexo é o fenômeno da aglomeração e como ele é responsável por transbordar sensações diversas e infinitas dentro de cada um de seus participantes.

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entrega 03

Nesta fase do trabalho, decidicios nos debruçar nas comparações encontradas de acordo com as buscas e o diagrama feito anteriormente.

As idéias de intervenção estão desde o começo do trabalho entr nós e após uma busca mais matemática e com dados feita na ultima etapa, queriamos agora nos aprofundar na parte sensitiva das aglomerações.

Com isso, foi feita uma experiência/intervenção em um dos elevadores da Escola da Cidade, com o intuito de que todos que andassem neste, sentiriam a idéia de aglomeração mesmo não estando aglomerados. Vedamos todo o elevador com um pano preto e colocamos duas caixas de som com duas aglomeções diferentes tocando ao mesmo tempo. Som alto, espaço abafado e escuro. O abafamento e a sensação de um espaço menor ainda (por conta dos panos pretos) foram propositais para que todos que andasse nesse elvador, tivesses a mesma sensação de como estivesse em uma grande aglomeração.

A intervenção dirou aproximadamente 40 minutos e conseguimos alcançar os objetivos sensíveis em relação a aglomeração.

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entrega 02

_aglomerações humanas

entendimento de que a experiência de estar aglomerado e repleta de semelhanças e diferenças em si mesma, vontade de investigar tal contradição
_quantidade-qualidades
questionamento acerca das qualidades numéricas de cada aglomeração. o que caracteriza uma aglomeração para o indivíduo que a vivência?
_espaço como conformador
Inflexão: para segunda parte dessa aproximação optamos por temporariamente abandonar a questão do espaço como aspecto formativo obrigatório de qualquer aglomeração.
_criação de categorias
uma vez distanciados do aspecto espacial, nos debruçamos sobre a questão: então, que aspectos podem ser usados para caracterizar e elencar aglomerações?
_sistematização
como trabalhar com todos os conceitos criados e elencados de forma a criar uma maneira didática e esquemática de sistematizar os dados adquiridos

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entrega 01