G32 | Sumaré

Etapa 03

Nesse estúdio vertical nos propusemos questionar sobre o futuro da nossa cidade quando a modal do carro for superada e os espaços dessa estrutura viária se tornarem passíveis de resignificação. Entendemos que ainda haverão carros, mas imaginamos que essa modal de transporte funcionará de maneira diferente.

Novas tecnologias permitirão os carros a serem auto guiados, capazes de irem buscar os passageiros aonde estiverem, e integrar viagens de diferentes passageiros de forma a otimizar o espaço necessário dessa modal. Dessa forma, grandes eixos de mobilidade urbana poderão ser repenssados em essência. E elementos da paisagem que até então haviam sido subjulgados pela lógica do carro poderão ser reintroduzidos na urbes. Há uma necessidade real de introdução de discussões acadêmicas que visem uma formulação de respostas viáveis para esses cenários.

 

A cidade irá absorver essas novas tecnologias, e cabe ao papel do arquiteto e urbanista entender e propor quais as melhores maneiras de fazê-lo. Tendo ainda a possibilidade e dever de imaginar transformações para além da tecnologia em sí que a partir disso se tornarão possíveis. Dentro das inúmeras possibilidades que esse tema abre para discussão começamos pensando sobre as pré existências como os rios, que em nosso processo de construção de São Paulo foram canalizados, e a vegetação, como uma unidade possuidora de uma lógica que extravaza o escopo da necessidade do Homem. E foi conversando sobre o como a lógica do carro desenhou as dinâmicas do Homem urbano que chegamos na seguinte frase que acabou por nortear o trabalho e aquilo que foi proposto: o rio é o percurso com o seu própio tempo, repensar o percurso que matou o rio é repensar a nossa percepção de tempo.

Muitas são as mudanças que nos esperam com a vinda de tantas novas tecnologias. E provavelmente várias previsões de mudanças que fizemos não acontecerão no tempo ou da forma que imaginamos. Independentemente disso, é preciso ser pensado, e para isso escolhemos imaginar esse cenário na escala do urbano. Tendo em mente a nossa vontade de explorar uma reinserção do rio e da mata na cidade, escolhemos a avenida Sumaré, uma vez que essa foi construída em um vale de um rio. Além disso a Sumaré já possui diversas manifestações de apropriações pelo público que indicam um potencial de integração com a natureza dessa região.

 

 

 

 

 

 

O projeto conta com um adensamento da populacional, que foi dimensionado e desenhado através de edifícios ao longo do eixo. As casas que alí estavam presente são removidas, e os edifícios colocados trazem novas conexões e formas de transpor a topografia acidentada desse vale.
Para subverter o caráter de passagem que a grande avenida impôs ao vale, o projeto traz áreas de permanência e lazer relacionadas às nascentes e usos existentes, como piscinas públicas, quadras de esporte, espaços culturais, áreas de esportes radicais, e percursos entre a mata.
Esse projeto não finda as discussões do futuro da cidade, como tampouco do futuro dessa área, mas traz questões relevantes para o Homem hoje, e do como esse poderia viver amanhã.

 

 

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Etapa 02_

Um Segundo Sistema E se formos muitos para um sistema que não precisa de tantos? E se o problema for a nossa falta de complexidade sistêmica social? Digo isso no sentido de um propósito, em que aqueles que “atingem o sucesso” na realidade estão falhando miseravelmente em compreender que suas funções consistem em continuar o movimento, continuar a construir suporte para mais estruturas complexas? E se o problema for essa falta de percepção? Talvez não estejamos faltando em prover oportunidades iguais para todos, mas sim gerar oportunidades diferentes o suficiente. O Bosque O Homem para entender a si próprio excluiu-se do todo. Propôs experimentar de sua existência, onde essa fosse apenas compartilhada consigo mesmo. Fez isso em um movimento intenso; E, por só ter a si, engoliu-se, antropofagicamente. Repetiu esse processo até se flagelar ao irreconhecível. Tornou-se o seu próprio mundo fazendo de si mesmo a diretriz maior, ou pelo menos a diretriz que correspondia com a ideia que o homem tinha do homem.                    

 

Nesse movimento de afastar o ar que o rodeava para aumentar seu vazio interior, distanciou-se da fronteira que o conectava com o mundo ao ponto de o perder de vista.Entenda que essa interpretação não visa uma tentativa de quebrar a dança até então performada, apenas tenta trazer ao palco companhia que nos permitirá dançar mais. Recentemente ouvi uma crítica a minha geração. Fomos acusados de sermos aqueles que não gostam de tomar decisões. Perguntei então o porque nos acusara de tal característica, e ouvi a seguinte resposta: Vocês temem a decisão. Por pertencer à natureza do decidir a dinâmica da definição, e tudo o que define exclui todas as outras possibilidades alternativas à essa escolha, acabando assim não decidindo nada. Acredito que a critica que a “minha geração” escolheu o re-escolher, o re-caminhar, o conectivo somatório e não excludente. Talvez não estejamos decidindo em verbo. E nisso ele está certo. Mas talvez o caminho escolhido não seja o “para frente”, como vinham fazendo as gerações passadas. Tampouco sugiro que voltemos a ser algo que deixamos para trás. Propomos um movimento que exponencialize nossa complexidade, e para isso seria preciso sair do plano em que viemos caminhando, plano esse que permite o andar para frente e para trás, como também para a Direita e Esquerda e por vezes para cima e para baixo. Proponho seguir para dentro! Uma vez que acredito que para fora só seja possível após a morte… não mais, Bosque a dentro!   

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Etapa 01 _   

A consolidação da cidade de São Paulo, tal qual ela é hoje, pressupõs uma intensa transformação na paisagem natural. Em função de uma cidade que estava em crescimento, houve um grande empenho em estabelecer e construir uma malha viária eficiente. A partir dessa lógica, as principais avenidas da cidade foram implantadas seguindo os leitos dos córregos e rios, que foram canalizados ou retificados. Essa dinâmica causou o distanciamento das atividades cotidianas que envolviam as águas, na sociedade paulistana.

Com base nesse processo de implantação das avenidas e tomando como ponto de partida as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas nos dias de hoje, é importante começar a pensar e planejar como serão as grandes cidades do futuro.  Que cidades são elas e quais as prioridades desses espaços…

Fundamentado em projetos que pretendem mudar essa dinâmica viária das grandes cidades, como as iniciativas da empresa TESLA, encabeçadas pelo empresário e visionário Elon Musk. É imprescindível iniciar um debate sobre como construiremos essas cidades do futuro, em que o carro será obsoleto. Testes já estão sendo feitos em iniciativas como o “Boring Company”, que consiste em uma malha de imensos túneis escavados em baixo das cidades, que prometem acabar com o trânsito, e transportar carros sobre trilhos que chegam até 200 km/h.

Imaginar o que poderia ser esse futuro e o que desejamos para ele, é o principal objetivo do trabalho. Construir a narrativa que conte o que ocupa esse vácuo do espaço, uma vez que o carro saia das ruas. Para isso entender as potencialidades e pré-existências da cidade, faz parte do exercício de projetar o que seria desejável para esse espaço.

Pegamos como local de análise a Avenida Sumaré, pois hoje já tem muitas potencialidades de ocupação, e que um dia já teve uma intensa relação com o córrego, que corre canalizado por debaixo da avenida. São as diversidades de usos que fazem desse local tão intrigante, a cidade de São Paulo está sedenta por espaços públicos e qualidade e as pessoas já começaram a se ocupar deles.

 

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