Os espaços expositivos são caracterizados por serem espaços de conflitos, tanto num âmbito pessoal, do expectador, quanto num âmbito institucional, da obra de arte em si. Em seu ensaio “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, Walter Benjamin coloca esse conflito na incapacidade da pintura de se relacionar e confrontar as massas, como faz o filme e a arquitetura. Segundo ele, as massas buscam distrações na obra de arte, enquanto os críticos, especialistas ou os “amantes da arte” buscam a concentração; Concentração e distração formam uma antítese, na qual a pessoa que se concentra frente uma obra é absorvido por ela, enquanto a que se distrai a absorve. Isso se torna mais óbvio em relação aos edifícios. A arquitetura sempre ofereceu um protótipo de arte que é recebido em um estado de distração e pelo coletivo.
Porém, essa própria caracterização de Benjamin permite uma subversão desses valores. Se a arquitetura, como o cinema, é um meio que proporciona uma absorção involuntária, a expografia pode ser a síntese propositiva capaz de expandir o campo da experiência, relacionando público, espaço e obra.
Na tentativa de desenvolver uma pesquisa sobre recursos e estratégias expográficas que podem influenciar as experiencias, pensa-se no catálogo como mídia capaz de sistematizar e organizar o assunto.
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