G08 | O VER DE DENTRO – BIXIGA

 

ETAPA 04:

Partindo da análise do circuito de teatros, das tipologias características, dos bens tombados e da construção de novos empreendimentos imobiliários, somadas à outras características geomorfológicas, realizamos mapeamentos que nos ajudaram a ilustrar as condicionantes sociais e físicas que conformam esse local, tanto em um sentido histórico da sua formação quanto nas dinâmicas mais recentes que se incidem no bairro.
Com esses mapeamentos, fomos trabalhando no sentido de diminuir o recorte de análise para que pudéssemos nos aprofundar do entendimento não só geral do bairro, mas nos aproximar cada vez mais da vivência das pessoas que lá habitam.
Entendemos que o caráter do bairro só será preservado de fato se a população que ali vive for entendida como protagonista desse processo. Assim, por meio de conversas, fotografias e outros registros buscamos documentar a forma de morar de algumas dessas pessoas e entender as necessidades reais delas.

 

 

ETAPA 03:

Na primeira etapa desse trabalho, realizamos uma série de mapeamentos e análises para conseguirmos ter um panorama geral do Bixiga e termos capacidade de selecionarmos um primeiro recorte de aproximação. Assim, escolhemos o recorte que abrange 5 ruas principais e, para o desenvolvimento mais minucioso da etapa atual (segunda entrega) acreditamos que deveríamos nos debruçar sobre a compreensão da rua Japurá. Assim, escolhemos um principal objeto de análise para direcionar nosso desenvolvimento: a janela, pois ela é simbólica no que diz respeito a ligação entre o espaço público e o espaço privado. Para atingirmos a maior compreensão do que significa essa ligação, abordamos duas frentes de análise. A primeira foi uma análise do próprio elemento físico da janela, sempre associada a tipologia em que ela está inserida. Assim, a partir de fotos sistemáticas das diversas janelas existentes na rua Japurá, entender tanto as dimensões quanto os gabaritos das edificações. A outra forma de abordagem foi o ver de dentro da casa para fora, justamente por meio das janelas e, assim, conseguir compreender a dinâmica da vida das pessoas que de fato habitam esse local e ter a percepção de qual a relação com a cidade que elas têm.

 

Ver de dentro

 

 

 

 

 

 

 

ETAPA 02:

A primeira aproximação realizada ao bairro do Bixiga pelo grupo foi por meio de um protagonista muito forte: o Teatro Oficina. A partir dele, conseguimos ter uma compreensão da importância do bairro no que diz respeito a alguns aspectos.

O primeiro deles foi o circuito de teatros existentes no bairro, a começar pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), que sempre foi agente de diversas atividades culturais no bairro. Outros dois aspectos estão relacionados mais diretamente com características físicas do bairro, as tipologias e os bens tombados, e como esse caráter foi essencial para consolidar e manter dinâmicas intrínsecas ao Bixiga. Em contraposição a isso, percebemos que recentemente o bairro está sendo ocupado por uma nova tipologia que não respeita as dinâmicas existentes, sobrepondo e destruindo o que já existe: os novos empreendimentos imobiliários.

Apesar de reconhecermos a extrema importância dessa investigação a partir da perspectiva do Teatro Oficina, acreditamos que para entender o Bixiga de uma maneira mais ampla, deveríamos olhar a partir de novos aspectos. Dessa forma, elencamos alguns fatores que ajudariam nesse momento da investigação, sendo eles: os agentes culturais, considerando que existem muitos outros além do Teatro Oficina; os bens tombados em conjunto com as suas áreas envoltórias, já que eles ajudam a contar a narrativa do local; as praças, por serem importantes locais de respiro e estar da população; os novos empreendimentos, para compreendermos os impactos que eles causam no entorno; e os vazios existentes, enxergando eles como territórios capazes de futuras intervenções.

A partir da sobreposição desses elementos, foi possível elencar um perímetro onde existia uma maior confluência deles, o perímetro circundado por: rua Maria Paula, avenida Brigadeiro Luís Antônio, rua Jaceguai e rua Japurá.

Assim, dentro desse perímetro, fizemos a análise de cinco ruas elencadas (avenida Brigadeiro Luís Antônio, rua Francisca Miquelina, Rua Genebra, Rua Santo Amaro e Rua Japurá) .

A fim de entendermos essas dinâmicas, fomos às ruas elencadas a fim de nos aprofundarmos nelas, sempre respeitando seu caráter particular mas com um olhar direcionado para determinado aspectos. Os elementos principais das análises foram: a topografia, considerando que os grandes declives são uma particularidade do bairro; os gabaritos, para melhor entender a relação que as edificações estabelecem entre si; a presença do céu, já que notamos que, diferente do que acontece na área central de São Paulo, ele é ainda bastante presente principalmente no miolo do bairro; as janelas, tentando destacar essa fronteira entre o público e o privado; olhar de dentro da casa das pessoas, para nos aproximarmos da vida das pessoas que habitam a cidade; novos empreendimentos; para entender sua presença naquele local e a forma como ele se relaciona com o entorno; e os espaços vazios, tanto de loteamentos propriamente, mas tomando um sentido mais amplo, como as empenas cegas, enxergando nele territórios capazes que precisam ser melhor analisados antes de serem realizadas futuras intervenções.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Perímetro escolhido

Rua Japurá

 

 

 

 

Corte da Rua Japurá