ENTREGA 01
São Paulo caracteriza-se por múltiplas facetas e personagens, suas excentricidades
fazem-se impossíveis de serem padronizadas e, portanto, a fluidez entre suas camadas é
evidente. Em nossas discussões foi apontado o desejo por estudar um local que refletisse essa
alegoria da cidade, no sentido de lugares os quais possuíssem uma mudança brusca de
ocupação e uso pelo decorrer de horários, ou dias da semana.
Assim, a Praça Dom Orione assume diferentes papéis durante sua vivência, consiste na
casualidade proposta pelas dinâmicas paulistanas. De segunda à sexta consiste em um
equipamento público para a vizinhança do Bixiga – bairro tradicional do centro expandido de
São Paulo –, de sábado recebe inúmeras espécies de encontros e de domingo se instala a
popular feirinha de antiguidades da praça que ocorre desde 1984.
Dessa forma, a metodologia de adotada para analisar o espaço de maneira propositiva
às sensorialidades surge das experiências ocorridas na semana de workshop do Seminário
Internacional da Escola da Cidade. Esse método constitui-se a partir de um detalhamento
minucioso das espacialidades e texturas presentes por meio de plantas e cortes, decorridos de
primeiras impressões ao analisar o local em escala e, então, apreender as potencialidades do
objeto de estudo.
ENTREGA 02
A Praça Dom Orione surge a partir do alargamento da Rua Rui Barbosa e sua ligação com o viaduto Armando Puglisi na década de 1960 – quando o prefeito Prestes Maia elabora uma segunda leva de intervenções na cidade de São Paulo criando muitas pontes e viadutos – que se tornaria a conexão entre a Av. Brigadeiro Luís Antônio e a Av. 9 de julho. Para que fosse possível realizar o alargamento e a conexão para com o viaduto, se destruiu quase que inteiramente a quadra que se compreendia a partir das Ruas Fortaleza, Rui Barbosa e 13 de maio, e a partir desse espaço residual das obras, se constituiu a Praça Dom Orione. A partir do surgimento desses novos espaços, a dinâmica do bairro do Bixiga se alterou de forma drástica, a partir do momento que é imposta mais uma barreira no local e a permeabilidade entre os 3 distritos criados se dá de maneira precária, sendo esses locais a cota mais alta que acontece a partir da Rua dos Ingleses, a Rua 13 de maio e a parte da Bela Vista que se localiza abaixo da Rui Barbosa.
Dessa forma, apesar de seu local de intersecção entre os meios criados com o alargamento da Rui Barbosa, a praça sempre se apresentou muito mais como atingida pelas barreiras do que como alternativa de encontro entre elas, com exceção dos domingos nos quais se instala a feirinha de antiguidade do Bixiga desde 1984.
Nessa etapa do trabalho, o grupo compreendeu por seus objetivos aprofundar-se nas questões de uso e ocupação da praça, na questão de seu surgimento para compreender a situação de isolamento na qual a praça consiste durante os dias da semana. Além de um aprofundamento nas problemáticas do local para que uma possível ação de projeto seja mais determinada e efetiva.
Entrega 3 – Final
A intervenção final na Praça Dom Orione, então, se constitui no projeto de decks de apoio para a praça, que são utilizados tanto como espaços de lazer como de convívio e de estar, espaços esses quase que inexistentes na Dom Orione hoje. O local, ainda, prevê a incorporação da rua Fortaleza, uma vez que a rua era pouco utilizada e aos finais de semana era fechada para ser usada como apoio aos eventos e feiras que acontecem no equipamento. Além disso, o projeto propõe uma passarela que conecta a praça com o outro lado do viaduto, quebrando uma forte barreira entre a praça e parte do bairro.
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