“Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros
desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são
pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode
levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre
têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque
a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.
O que elas amam são os pássaros em vôo.
Existem para dar aos pássaros coragem para voar.
Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque
o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser
ensinado. Só pode ser encorajado”.
Rubem Alves
Através do tema “Arquitetura é forma de Conhecer”, realizamos um recorte sobre Escolas não Convencionais na região da grande São Paulo, desenvolvendo uma análise crítica e sensorial dos espaços educacionais.
Nessa primeira etapa, realizamos uma aproximação com o objeto através de: estudos acerca das abordagens pedagógicas e metodologias escolares, levantamentos de materiais bibliográficos, estudos de implantação dos projetos institucionais e entrevistas com arquitetos, pais de alunos, pedagogos que vivenciam ou vivenciaram esses espaços. Partindo desse contexto, selecionamos quatro instituições educacionais, no âmbito público e privado:
– Emef Desembargador Amorim Lima – rua. Prof. Vicente Peixoto, 50 na Vila Gomes;
– Emei Dona Leopoldina – rua Peribebui no Alto da Lapa;
– Wish School – rua São Gil, 159 em Tatuapé;
– Projeto Ancora – Est. Municipal Walter Steurer, 1239 – Jardim Rebelato em Cotia.
Na próxima etapa de pesquisa, vamos nos aprofundar em questionamentos acerca das diferenças entre as instituições públicas e privadas de ensinos não convencionais, ressaltando o significado dos espaços de aprendizagem. Para isso iremos vivenciar o cotidiano desses ambientes, através de visitas e atividades com alunos e professores.
Escola da Ponte
Emef Desembargador Amorim Lima
Fonte: http://www.iplace-educacional.com.br/2017/12/18/escola-que-virou-referencia-no-pais-adquire-ipads/
Emei Dona Leopoldina
Fonte: https://www.facebook.com/emeidonaleopoldina/photos/a.1570115603105229.1073741869.403631809753620/1572158036234319/?type=3&theater
Wish School
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/891456/wish-school-grupo-garoa
Escola Projeto Âncora
Fonte: https://www.kickante.com.br/campanhas/projeto-ancora-inovacao-na-educacao
Entrega 2 _ 10/05/18
Vivenciando Escolas
“Todo o espaço que possibilite e estimule positivamente o desenvolvimento e as experiências do viver, do conviver, do pensar e do agir consequente, é um espaço educativo. Portanto, qualquer espaço pode se tornar um espaço educativo, desde que um grupo de pessoas dele se aproprie, dando-lhe este caráter positivo, tirando-lhe o caráter negativo da passividade e transformando- o num instrumento ativo e dinâmico da ação dos seus participantes, mesmo que seja para usá-lo como exemplo crítico de uma realidade que deveria ser outra”
“Algumas reflexões sobre construções escolares” Mayumi Watanabe Souza Lima
“Espaços para a educação são as cidades, as praças, as ruas como hoje elas existem; são as construções que nos cercam; são os bairros periféricos que crescem em torno das grandes cidades; são os volumes e as cores, os materiais naturais e produzidos…; são, enfim, cheios e vazios dentro dos quais as nossas experiências se processam. São educativos, na medida em que refletem e representam a realidade brasileira, com sua cultura, seu nível tecnológico, suas condições de clima, a estrutura sócio-econômica de sociedade; são educativos, porque através deles pode-se descobrir, com os participantes, como e porque são e como são. E, finalmente, são educativos, se através das ações sobre esse espaço, os participantes puderem apropriar-se dos mesmos, criando-lhes novas formas de uso, encontrando novas formas de relacionamento entre eles.”
“Espaços Educativos” Mayumi Watanabe Souza Lima
Nessa segunda etapa de desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma aproximação maior com os objetos de estudo, através da vivencia das escolas Amorim Lima e Wish Schoool. Partindo das visitas nas instituições de ensino, realizadas ao longo de duas semanas, obtivemos um contato maior com seus usuários como: coordenadores, tutores/ professores, alunos e pais, ampliando nosso olhar para as diversas formas de atuação e relação dos espaços educacionais.
Nos permitindo assim desenvolver um diálogo acerca das abordagens de um projeto de escola, onde o ponto central é o usuário e sua forma de apropriação desses espaços. Desempenhando uma leitura acerca de sua ambientação de maneira crítica, compreendendo a construção, a participação ativa da população, como se reflete na sociedade e percebendo-se sujeito na transformação e construção de espaços democráticos.
Emef Desembargador Amorim Lima
Entrega 3 _ 22/06/18
Nesse semestre buscamos ampliar nossos olhares nos valendo de uma forte necessidade de estudar e compreender os espaços educacionais aliados a pedagogia. A EMEF. Desembargador Amorim Lima surge quase como caso específico, mas também como um modelo que pode ser implantado em diversos locais.
Esse trabalho teve como objetivo central a aproximação e a vivencia da Amorim Lima, nos possibilitando entender o funcionamento da escola e sua relação com a comunidade e seus usuários. Ao longo dessas vivencias que aconteciam uma vez por semana em diferentes atividades, conseguimos adentrar esses espaços, conversar com estudantes, professores, funcionários, mães e pais, assim observando de perto o desenrolar desse projeto pedagógico, levantando questionamentos acerca dos espaços mais diversos para a educação, que possibilitam a inclusivos, proporcionam a autonomia e despertam a criatividade no aprendizado.
Desse modo desenvolvendo uma discussão sobre os espaços escolares e a educação pública, uma questão que atualmente tem pouco valor, mostrando que existem sim alternativas de qualificação e integração com a cidade.
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