Ana Luiza Corrêa, Giovana Campiotto, Luiza Leite e Maia Levinbuk
1 ENTREGA
O trabalho partiu da intenção de analisar a relação da comunidade Cidade Nova com o lixo urbano presente na região. Essa ideia surgiu a partir de inquietações com a situação da higiene na cidade de São Paulo e da influencia dos resíduos sólidos urbanos sem função útil na dinâmica da mesma e na modificação da paisagem.
A ocupação do lixo nas cidades opera espacialmente quase que de maneira liquida pela forma e rapidez com que se espalha, gerando diversas relações sociais, espaciais e econômicas. Diante disso, sentimos interesse em investigar essas relações mais profundamente em regiões periféricas.
Entretanto, ao visitar a comunidade cidade nova percebemos que esse tema não era tão relevante como o esperado. Assim, optamos por seguir outro caminho e trabalhar com o CCA para criar, junto com as crianças da região, uma horta que além de diminuir os gastos do CCA ainda é um instrumento educacional pois permite que as crianças entrem em contato com questões sustentáveis e ecológicas e se aproximem da natureza e do trabalho manual.
O CCA cidade nova está localizado na rua Nossa Senhora da Aparecida, 195 Parque. Novo Mundo no bairro da vila maria, zona norte de São Paulo entre a marginal Tietê e a Rodovia Presidente Dutra. 
crianças da comunidade recolhendo lixo
2 ENTREGA
A segunda etapa do trabalho se propõe a analisar mais afundo as possíveis relações que podem ser criadas entre as crianças e seu espaço de convívio diário – CCA – e desse modo, propor uma intervenção educativa na escala das crianças.
A carência de espaços verdes no Centro educativo e na região ao entorno nos levou a pensar no quão promissor seria ocupar os espaços inutilizados do CCA de forma a construir não só um espaço verde para contemplação, mas transformar a relação das crianças com a natureza e a forma de apropriação do espaço.
O projeto da Horta cultural busca ocupar a laje localizada acima das salas de estudo, atualmente inacessível aos alunos, ampliando as áreas úteis do Centro sem comprometer o pouco espaço de lazer que as crianças têm para se divertir no tempo livre. Desse modo, projetamos a horta em caixotes móveis de madeira em tamanhos variados. A ideia é que a horta móvel e modular possa ser manuseada pelas crianças e transportada para os demais espaços do CCA, podendo ficar tanto sobre o chão, quanto nas paredes e também multiplicar-se por outros lugares dentro e fora do terreno.
Para viabilizar a ideia da horta sobre a laje, na próxima etapa iremos estudar a estrutura do local e analisar as possibilidades de construção de um guarda corpo.
3 ENTREGA
Após aprofundarmos o estudo para a construção de um guarda corpo que possibilitaria a implantação da Horta na laje não utilizada do CCA, enfrentamos problemas devido ao baixo orçamento disponível pela diretoria para construção do mesmo, o que inviabilizou a ideia. Desse modo, na terceira etapa de desenvolvimento do trabalho, buscamos alternativas para o problema sem que a ideia da ocupação dos espaços pouco utilizados do CCA com o verde se perdesse.
Focamos então no remanejamento dos caixotes por outros lugares do terreno, na construção efetiva dos caixotes de madeira, na impermeabilização dos mesmos e na resolução do dreno. Optamos por manter apenas o menor tamanho de caixote (63cm x 23cm x 20cm), trocando as alças vazadas por cordas e as rodinhas por pezinhos para apoio deles no chão. Pensamos que os caixotes menores com alças de corda seriam mais fáceis de transportar e de se multiplicar pelos demais espaços do Centro. Ao invés de estar localizada em um único espaço como antes previsto com a utilização da laje, a horta ficará espalhada pelas paredes vazias do CCA, em diferentes alturas e espaços, mantendo a ideia de estarem sobre mãos francesas na parede ou apoiadas no piso.
Mesmo com a impossibilidade de implantação da horta na laje atualmente, realizamos o projeto de um guarda corpo para que futuramente possa ser construído se houver interesse da administração do CCA pela ampliação de seus espaços úteis e expansão da horta.
Com os caixotes montados e impermeabilizados, demos início a participação das crianças no projeto, o que para nós era fundamental para que se sentissem pertencentes do processo de construção da horta e também dessem identidade própria aos objetos construídos por nós. Portanto, levamos os caixotes ao CCA e as crianças em pequenos grupos realizaram pinturas livres sobre os mesmos.
4 ENTREGA
A quarta e última etapa do trabalho consistiu na finalização da Horta Modular. Para tal, realizamos o plantio das sementes com as crianças do CCA.
Alem disso, repensamos o mecanismo de fixação das caixas na parede, visto que na ausência das caixas suspensas, as mãos francesas poderiam ocasionar acidentes por estarem localizadas em áreas de lazer onde as crianças brincam e praticam esportes.
Após algumas semanas de estudo, chegamos ao desenho de um suporte para as caixas composto por cantoneiras de metal presas nas laterais, adaptadas para o encaixe em parafusos fixados na parede. Através do mecanismo exemplificado nas imagens abaixo, será possível o fácil deslocamento da caixa do chão para a parede e vice versa, com o mínimo de interferência do suporte na brincadeira das crianças.
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