G38-Hortas urbanas_Ocupação 9 de Julho

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Para este semestre na disciplina do Estúdio Vertical da Escola da Cidade procuramos nos aproximar do movimento de moradia através da construção colaborativa dos espaços comuns das ocupações. A Ocupação 9 de Julho foi o local escolhido para a realização deste possível projeto. Ocupada pelo movimento de moradia MSTC desde novembro de 2017, é uma ocupação relativamente recente no centro de São Paulo, e apesar das inúmeras dinâmicas já estabelecidas, apresenta ainda demandas para estruturação dos espaços coletivos. O edifício, diferente de tantas outras ocupações, possui grandes áreas externas livres, onde já ocorrem diversas atividades. Dentre elas, em uma área extensa, há uma pequena horta que é gerida por moradores do movimento. Acreditamos que este espaço tem potencial para produzir além de pequenas folhas e temperos, outros alimentos que possam sustentar a própria ocupação. Desta forma, propomos um projeto coletivo com estes moradores e outros que possam se interessar, que reorganize este espaço para uma produção que possa servir à autossustentabilidade alimentícia da ocupação. Integrado a isso há a dinâmica da cozinha coletiva já existente, que poderia utilizar insumos desta horta.

Este espaço, no meio do centro de São Paulo, suscita questões a respeito das dinâmicas urbano-rurais. Muito o que se discute sobre ocupações de moradia nos centros urbanos envolve a acessibilidade financeira dos moradores de baixa renda no comércio do entorno, que costuma ser mais caro que nas periferias. A possibilidade de criar uma dinâmica própria desta ocupação em que haja uma produção constante de alimentos interessa tanto numa discussão de micro escala, para o dia-a-dia desta ocupação, quanto de uma sociedade urbana mais auto-sustentável, com uso de solos urbanos produtivos.

Horta comunitária plantada durante mutirão no dia 12 de Dezembro de 2017, Atados

 

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Tendo compreendido mais a fundo as demandas existentes na Ocupação, entende-se por necessário auto-suficiência no projeto, de modo que as atividades realizadas se mantenham constantes em uma futura ausência do grupo. Uma dinâmica de envolvimento com os moradores torna-se, portanto, necessária e as realizações pensadas para a ocupação transcendem apenas o âmbito físico.

Deste modo, nos propomos a realizar atividades pontuais que se discorram ao longo dos meses envolvendo, de maneira crescente os moradores. Além da necessidade constante de manutenção, a instalação e mantimento da horta exige o abastecimento contínuo de materiais como o adubo e água, tornando a composteira e a irrigação pontos de partida para o projeto.

A produção constante de alimentos excede, portanto, a instalação pontual de uma horta, exige a compreensão de um conjunto, constituído por certa diversidade de aspectos pontuais.

 

projeto da composteira

 

 

 

 

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O edifício, diferente de tantas outras ocupações, possui grandes áreas externas livres, onde já ocorrem diversas atividades. Em uma área extensa, há uma pequena horta que é gerida por moradores do movimento. A área arborizada possui aproximadamente 300 m², consideramos a potencialidade de um espaço de convívio e contemplação, para além de um espaço apenas produtivo. Por isso, o projeto abarcou além do aumento da área de plantio através da otimização com canteiros em formas não ortogonais, um espaço que possa abrigar atividades como aulas coletivas, feiras de troca de orgânicos, ações educativas e almoços.

O projeto se propõe a ser realizado por partes, ou fases, considerando a construção colaborativa de um lugar de pertencimento e engajamento através do envolvimento dos moradores e da comunidade. A primeira fase, que já teve início este semestre é de consolidação de um primeiro desenho de desejo de espaço e o início da movimentação espacial pela limpeza da área, de entulhos e mato.

1. Canteiros circulares altos, duas meadas de corpos de prova de concreto de 15x20cm, raio do canteiro 0,6m. Canteiros baixos, uma meada de corpos de prova de concreto.
2. Áreas com mesas para trabalho, aulas coletivas e almoço. Bancada pré-moldada de concreto com cuba e espaço para fogo. G07
3. Casinha de alvenaria de 2,30×2,30m para estocar adubo e ferramentas, reforma em estrutura pré-existente. Construção de prateleiras, nova esquadria para porta e janela.
4. Meia geodésica de bambu com conexões de pvc, raio 2,4m , e cobertura de tela. Viveiro de plantas.
5. Piso circular de tijolos. Espaço de arena para conversas, aulas e aglomerações.
6. Cobertura para composteiras. Existe uma composteira na cozinha coletiva de pequeno porte, estas serão maiores para receber insumos do edifício.

Mutirão de limpeza. 01 de dezembro de 2018.