G43 | Fabrica de Cimento Perus

 

ETAPA 1

Nosso grupo reconheceu o tema da arqueologia industrial como ponto de interesse a ser trabalhado neste semestre, sendo assim, optamos por continuar o trabalho iniciado no semestre passado sobre a fábrica de cimento Portland em perus, no extremo noroeste da cidade de são paulo. Que se mostrou interessante pelas questões da importância histórica do lugar, valor arquitetônico e caracter de ruína e abando em que o sitio se encontra atualmente.

Devido a grande complexidade espacial e histórica do local, definimos como premissas desta primeira etapa o entendimento destes pontos, através da elaboração de desenhos mais detalhados e uma análise critica sobre a situação física do complexo fabril. Esperamos que esta pesquisa nos ajude a estabelecer uma hipótese de intervenção concreta que lide com as ambiguidades do lugar.

A historia da fabrica de cimentos

Abrindo as suas portas em 1926, a fabrica foi responsável por suprir as demandas de 60% das obras nacionais. Abastecendo obras em são paulo e obras nacionais de infraestrutura que demandavam grandes quantidades de cimento, como a cidade de Brasilia. Um dos fatores cruciais para a fabrica conseguir atender essas exigências foi a sua implantação, que facilitava a logística de produção e escoamento de cimento; próxima as pedreiras de calcário de Cajamar e ao lado da estrada de ferro Perus-Pirapora.

A ferrovia foi responsável por trazer um grande numero de migrantes para a região. Graças a isso a fabrica contava com a mão-de-obra de mais de 1600 funcionários que habitavam tanto as vila-operarias da fabrica, quanto a vila de perus. Estes se revoltaram contra as más condições de trabalho impostas pelo dono da fábrica JJ Abdallah em numa rebelião que ficou conhecida como a greve dos queixadas”, que durou 7 anos, de 1969 a 1976 e foi responsável pelo fechamento da fábrica em 1980.

A situação atual

O conjunto, tombado pelo CONPRESP em 1992, hoje encontra-se abandonado. Além da estrutura fabril, conta com uma vila operária – a Vila Triângulo –, uma Capela, e a estação Perus da CPTM.

Com tantas disputas acerca do bairro de Perus – uma mudança no zoneamento que retira a condição de ZEIS para classificá-lo como zona mista; a tendência de instalação do CEAGESP; um projeto habitacional que pretende lançar 5 mil unidades sem a devida instalação de infra-estruturas necessárias em um bairro já carente das mesmas; a estrutura da fabrica sendo usada para partida de paintball; a reserva indígena natural localizada ao lado que corre risco com a instalação de outras industrias e com o avanço da malha urbana– movimentos sociais formados por ex-funcionários, viúvas e moradores da região buscam salientar a necessidade de atenção que esse local merece, voltando seus esforços para a criação do “Parque A Luta dos Queixadas”, utilizando o local como um centro de memória, cultura, lazer e conhecimento, incluindo a instalação de uma universidade, além da recuperação do Ribeirão Perus e que seja sanada a demanda por infra-estrutura e serviços do bairro antes das grandes mudanças previstas para os próximos anos.

Tal cenário sublinha a importância do território como documento de memória tanto do patrimônio histórico material, como imaterial. A localização periférica, situada no limite entre a mancha urbana e a reserva de Mata Atlântica ao norte da cidade, trás uma série de ambiguidades nas possibilidades acerca do que é necessário ser mantido contra o que é necessário para o desenvolvimento local.

ETAPA 2

Fábrica de cimento de Perus:  Espaço monumental, que, actualmente se encontra abandonado mas que outrora foi uma superpotência industrial.

A partir do estudo sobre a fábrica, os seus contornos e derivados, chegou-se à conclusão de que, a melhor forma de revitalizar aquele grande espaço inactivo e com grande potencial era propor um projecto que auxiliasse a população de Perus nas suas fragilidades, oferecendo-lhes uma perspectiva cultural que nos dias de hoje é bastante precária. Outra das propôs que se pretende cumprir é no apoio às ONG’s já existentes, apoiando assim as suas iniciativas do ponto de vista cultural, artesanal e sustentável. Pretende-se assim, projectar e adaptar alguns espaços que apoiem essas iniciativas tendo sempre em conta o nível de tombamento de cada estrutura da fábrica. Por fim, organizaremos variados percursos com o intuito de mostrar a fábrica pelo nosso olhar, na medida em que, levaria as pessoas numa descoberta da mesma.

ETAPA 3

A partir do estudo sobre a fábrica, os seus contornos e derivados, chegou-se à conclusão de que, a melhor forma de revitalizar aquele grande espaço inactivo e com grande potencial era propor um projecto que auxiliasse a população de Perus nas suas fragilidades, oferecendo-lhes uma perspectiva cultural que nos dias de hoje é bastante precária.

Para tanto, tomamos a Fábrica como um parque de ruinas o qual apresenta sua potencialidade para adiquirir novos programas em um futuro proximo. Ao elaborarmos um projeto de parque reconectamos o terreno, antes segregado, à mala urbana do bairro de Perus.

Com a viabilização de acessos e permeabilidade da fábrica, criou-se tres entradas ao parque distinguidos pelos seus fluxos e perspectivas. Tem-se o acesso principal que se inicia na CPTM, onde se restaurou o acesso à fábrica, através de escadas e rampas que vão descansando de metro a metro em patamares.

Estes patamares foram pensados como um espaço de descanso mas também de lazer, onde, no patamar central, pode-se encontrar um posto de lazer, que dará uma nova vida a este percurso, outrora monótono e de certa forma perigoso pela forma debilitada como se apresentava, o que trará pontos bastante positivos para os moradores que residem nas habitações que delimitam o mesmo.

Ao chegar ao final desse percurso, pode-se encontrar uma grande praça, que se caracteriza, não só na chegada efectiva da entrada da fábrica como também ao inicio de alguns dos percursos que constituem a passarela.

Nessa praça também se pode ter uma perspectiva do Bairro de Perus, através do mirante que se construiu do lado direito da mesma.

Seguidamente, tem-se o acesso, outrora fechado, que se inicia na Escola Etenerante Brigadeiro Gavião Peixoto e que segue o caminho já existente até ao cruzamento com a passarela.

Relativamente ao fluxo, este acesso é classificado como acesso de fluxo médio, derivado à facilidade e proximidade com a Escola bem como com o Bairro de Perus. Em questões visuais, também não terá visualização da fábrica num primeiro momento.

Segue-se então o último acesso, que se classifica por fazer a relação visual com a fábrica e com a CPTM. De fluxos mais reduzidos, este acesso localiza-se numa zona mais lateral do Bairro de Perus, o que, de certa forma, torna-o menos movimentado e com acesso predominante de pedestres.

Outro dos pontos que se queria dar ênfase são os variados percursos que compõe a passarela. Divididos por fluxos, onde a largura dos mesmos os define, são criados variados percursos que conectam e interligam a malha urbana existente.

Como ponto final, temos as enumeras perspectivas que se foram criando, não só através dos vários percursos criados com os respectivos pontos de acesso, colocados estrategicamente de 200 metros em 200 metros e com diferentes propostas para cada posto, mantendo assim o bom funcionamento e auxilio em todo do passeio, bem como, nas praças criadas, praça inicial e praça criada através da interligação de percursos.