G26_Culturas_viajantes

Gabriela Sá, João Navarrete, Julia Zylberberg e Victor Rocha

TERCEIRA BANCA

O trabalho se concentra numa breve, mas bem delimitada, análise urbana do campo de refugiados de Zaatari, segundo maior campo de refugiados do mundo. Servindo de abrigo temporário para aproximadamente 150 mil refugiados sírios, o campo de Zaatari reflete uma situação crítica na questão das guerras civis em países de extrema desigualdade social. Também revela a precariedade do modo de vida dentro desses campos, levando em conta a alta complexidade que envolve habitar uma enorme quantidade de pessoas, no nível dos 80 mil, em menos de dois anos.

Pensando nisso nos atentamos aos dados numéricos de abastecimento de água e comida, custos financeiros e a relação da população, buscando assim uma aproximação técnica das questões envolvendo o campo de refugiados. Ainda assim, buscamos entender como esses números podem dizer também sobre a história e as questões internas que se desenrolam dentro do campo.

SEGUNDA BANCA

Os eventos culturais são uma forma de exercitar a memória dos locais de origem e mantê-la viva mesmo em terras distantes. Entendendo a memória como fundamento da identidade do sujeito com suas origens, vemos a extrema importância de seu exercício para a adaptação e permanência do sujeito no local de destino.

Dentro das diversas formas de se exercitar a memória encontramos os eventos coletivos realizados pelas comunidade imigrantes em São Paulo. Dessa forma objetivamos entender como tais manifestações culturais interferem na cidade e vice-versa. De modo a compreender como esses espaços são usados, de que forma alteram as dinâmicas sociais e estreitam os laços afetivos dentro da comunidade imigrante.

PRIMEIRA BANCA

Nosso interesse é resolver situações de conflito com um objeto ficcional. Queremos propor um objeto que pode, em diferentes fins do mundo, se tornar uma solução. O ponto de partida é uma preocupação com o desrespeito à diversidade de modos de existência que escorrem pela terra. Queremos lidar simultaneamente com o conflito entre o Sujeito e o Outro assim como a relação entre o Sujeito e o meio físico que habita. Um objeto que renegocia as disparidades das relações de poder dentro da brutal realidade da paisagem extrativista.

Nosso ponto de partida conceitual é o uso do rádio por populações indígenas. Um instrumento que simultaneamente questiona a suposta centralidade da tecnologia nas mãos de “sujeitos modernos” e que permite uma reorganização política dessa população associada à demanda reconhecer uma forma justa de manejo de suas paisagens. Queremos especular um artefato tecnológico capaz de resolver tensões por meio de uma arqueologia do real: revelar novas camadas de significados que permita populações negociar de forma mais justa sua autonomia. Autonomia perdida na centralização da tecnologia e infra-estrutura em determinados circuitos sociais. 

O objeto deve ficar onde é implantado e se inserir dentro dos costumes das populações que o usem. Que permita simultaneamente uma nova relação física, simbólica e de poder com a paisagem e as subjetividades que a compõe.