SEMINÁRIO INTERNACIONAL 2018 | convite

ARQUITETURA É FORMA DE CONHECER |ESCOLA DA CIDADE
SEMINÁRIO INTERNACIONAL 2018
24.02.2018 a 02.03.2018

O Seminário Internacional representa hoje um dos eventos mais significativos celebrados em nossa Escola. Reunimos anualmente, durante uma semana, convidados nacionais e internacionais de reconhecido prestígio para conferências, debates, workshops e dinâmicas que convocam estudantes, professores e público interessado para trabalhar a partir de temas contemporâneos. Em Fevereiro de 2018 acontece a 13º edição do Seminário Internacional da Escola da Cidade.
Desde 2015 os Seminários Internacionais da Escola da Cidade são realizados em parceria com o SESC SP. O Serviço Social do Comércio – SESC – está presente em todos os estados brasileiros e promove ações no campo da Educação, Saúde, Cultura, Lazer e Assistência, desde sua criação em 1946. Trata-se de uma instituição de importante atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, notadamente destinadas a todos os públicos, em diversas faixas etárias e estratos sociais.
O 13o Seminário Internacional da Escola da Cidade | Arquitetura é forma de conhecer, pretende discutir a interpretação e produção do espaço urbano como parte essencial da aprendizagem em Arquitetura e Urbanismo. Uma reflexão sobre a especificidade do olhar do arquiteto perante o ambiente construído e sua relação com outros olhares.
Considera-se que a cidade educa e que sua interpretação é forma de conhecer o homem, a arte, a técnica, a história. Conhecer é a ação que possibilita a realização de uma proposta. Arquitetura e Urbanismo são atividades propositivas por definição.

Arquitetura é forma de conhecer iniciou seu programa com o ateliê de projetos Reconhecer São Paulo no Estúdio Vertical de 2017, que consolidou uma pesquisa urbana e arquitetônica coletiva e interdisciplinar. O resultado da produção coletiva do segundo semestre de 2017 Reconhecer São Paulo será o ponto de partida para o workshop Arquitetura é forma de conhecer, uma espécie de plataforma para o diálogo entre os convidados do seminário e a comunidade da Escola da Cidade, capaz de abrir caminho para um laboratório de propostas para a cidade de São Paulo.

O workshop Arquitetura é forma de conhecer contará com doze grupos de trabalho formados por cerca de 30 estudantes de graduação, um professor estrangeiro convidado e um professor da Escola da Cidade.

O 13o Seminário Internacional da Escola da Cidade | Arquitetura é forma de conhecer, acontecerá entre os dias 24 de fevereiro e 02 de março de 2018 na Escola da Cidade e em diferentes unidades do SESC (Pompéia, Cinesesc, Consolação e 24 de Maio).

Estúdio Vertical

Desde a criação da Escola da Cidade, o Estúdio Vertical é parte fundamental de seu projeto pedagógico. Pensado como um espaço de reflexão e experiência coletiva de caráter transdisciplinar, envolve grupos de estudantes de diferentes anos no enfrentamento de questões ligadas ao campo da arquitetura e do urbanismo.

A partir da escolha de temas relevantes ligados à vida e ao desenvolvimento de nossas cidades, a experiência do EV sempre reivindicou o papel de laboratório, lugar de ensaio para o tratamento crítico dos problemas presentes no cotidiano e a construção de novas perspectivas para os espaços de convivência em nossa sociedade. Um lugar de síntese capaz de refletir, em seu processo e na diversidade de suas propostas, o conjunto dos pensamentos dessa escola a partir de suas diversas sequências disciplinares – projeto, urbanismo, tecnologia, desenho, história e teoria.

A variedade de temas, somada à diversidade e abrangência das propostas desenvolvidas pelos estudantes, nos obriga ao desafio de reinventar novas questões a cada semestre, seja a partir de temas candentes suscitados por nossa cidade ou por nossa disciplina, seja pela aproximação a outras pesquisas desenvolvidas em nossa escola.

Mais do que propiciar o enfrentamento de importantes temas de projeto para as cidades, o EV possibilita, apoiado na integração entre estudantes de diversos anos nos grupos de trabalho, a construção de sua autonomia a partir do trabalho coletivo.

Durante o segundo semestre de 2017, a partir das experiências anteriores do Estúdio Vertical, foi proposta a realização da pesquisa Reconhecer São Paulo, base para a realização do XIII Seminário Internacional – Arquitetura é forma de conhecer, e ponto de partida para os trabalhos que serão desenvolvidos ao longo do primeiro semestre de 2018.

Reconhecer São Paulo

“Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão
A ave passa e esquece, e assim deve ser
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve pra nada
A recordação é uma traição à Natureza
Porque a Natureza de ontem não é Natureza
O que foi não é nada, e lembrar é não ver

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!”

Fernando Pessoa
O Guardador de Rebanhos XLII

Conhecida genericamente por atributos superlativos ligados ao papel econômico, à escala urbana ou à diversidade populacional, a cidade de São Paulo merece, do ponto de vista arquitetônico-urbanístico, um estudo aprofundado dos espaços incorporados ao cotidiano de sua população que, por este mesmo motivo, podem ser reconhecidos simbolicamente como representativos da metrópole.

Que edifícios ou espaços públicos podem explicar São Paulo?
Onde a cidade está – ou poderia estar – lembrada?

Não somente os conhecidos cartões postais – Copan, MASP, Avenida Paulista ou Parque do Ibiraquera – poderiam figurar em uma lista hipotética de edifícios ou lugares-síntese de nossa cidade. Além destes, poderíamos nos aproximar a locais únicos como a Rua 25 de março, a Feira da Madrugada do Brás, o Largo da Batata, entre tantos outros. Espaços que marcam a vida comunitária proporcionada pela apropriação dos espaços públicos, através de diferentes formas de convivência na diversidade da composição de nossa metrópole – seja a partir de aspectos ligados à sua importância histórica, à sua pujança econômica ou à precariedade de suas áreas periféricas.

Independentemente da escala, localização ou uso, propusemos um exercício de reconhecimento de nossa cidade, do alcance da ação dos arquitetos e urbanistas por meio de suas obras, mas também do levantamento de espaços latentes ou potenciais que, mesmo que não possuam quaisquer atributos arquitetônicos em especial, sejam reconhecidos e intensamente usados por parte da população e incorporados ao cotidiano.

Do ponto de vista metodológico, cada equipe apresentou uma lista de três obras arquitetônicas ou espaços públicos, amparada por um pequeno texto e uma imagem que justificasse sua escolha como espaço representativo da cidade.

A partir deste trabalho inicial, a coordenação do EV realizou uma tabulação dos locais apontados, base para uma conversa entre estudantes e professores para a escolha dos exemplos estudados por cada equipe ao longo do segundo semestre de 2018.

Considerando a definição do lugar, as premissas de abordagem se deram livremente de acordo com o interesse e autonomia de cada equipe e da interação com seus professores orientadores.

Terminado o semestre, os 48 trabalhos realizados foram catalogados em 12 eixos temáticos capazes de abarcar a totalidade das propostas, viabilizando o vínculo das diversas equipes com cada professor convidado do Seminário Internacional, de acordo com a listagem abaixo:

ESPAÇOS DO COTIDIANO | Padarias de São Paulo, Bar Estadão

PROJETOS PARTICIPATIVOS | Mutirão Cidade Tiradentes, Filhos da Terra

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES | Pontos de ônibus, Viaduto Dr. Arnaldo, Edifícios Garagem do Centro de São Paulo

ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL | Bairro de Perus e antiga fabrica de cimento, Casa Vanorden, Moinho Matarazzo, Vila Maria Zélia

CIDADE IMIGRANTE | Baixada do Glicério, Bom Retiro, Praça Kantuta

ESPAÇO OBSOLETO E POTENCIAL | Campo de Marte, Carandiru

MAPEAMENTOS E ANÁLISES SENSORIAIS | Vale do Anhangabaú

ESPAÇOS DE RESISTÊNCIA | Aparelha Luzia, Casa Amarela, Ocupação Oscar Freire X Peixoto Gomide, Maloca do Jaceguai e Teatro Oficina, O feminino em São Paulo

ÁGUAS DA CIDADE | Represa Guarapiranga

ARQUITETURA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO | Igreja Nossa Senhora dos Aflitos, Cinemas Centro, Estádio Pacaembú

CONTRASTES URBANOS | “São Paulo (Jaraguá, Parelheiros, Real Parque)”, Jardim Panorama x Shopping Cidade Jardim, Alphaville

ARQUITETURA EVENTUAL | 24 horas reconhecendo SP: Virada Cultural

Como proposta inicial, cada uma das pesquisas desenvolvidas no segundo semestre de 2017 seria desenvolvida ao longo do primeiro semestre de 2018, como um desdobramento projetual dos locais estudados e considerando o Seminário Internacional como importante ponto de retomada dos trabalhos.

Foi sugerido às equipes o ingresso em um dos 12 eixos temáticos propostos, realizando novos trabalhos a partir das pesquisas previas apresentadas, seja um tema já estudado por um dos integrantes da equipe, seja pelo interesse de um tema desenvolvido por outra equipe.

Novos locais de estudo ou temas poderão aparecer, desde que se encaixem em um dos eixos temáticos propostos, e que sejam apresentados materiais de pesquisa e bases de qualidade para possibilitar a interlocução com os professores convidados.

O encaminhamento de cada trabalho durante o Seminário Internacional, seus recortes metodológicos ou definição de produtos, bem como seus desdobramentos futuros, serão livremente definidos pelos professores convidados em sua interlocução com sua equipe, podendo ser desenvolvidas pesquisas independentes dentro do mesmo grupo temático ou, caso seja de interesse, um único projeto coletivo.

Ao final do Seminário, teremos uma conversa final para avaliação desta importante semana de trabalho, certos da enorme colaboração proveniente dos professores convidados, amparada pela variedade de experiências, de formação pessoal e áreas de atuação.

Coordenação:
– Arquitetura, Educação e Sociedade | Curso de pós-graduação Cristiane Muniz e Maira Rios
– Estúdio Vertical | Ateliê de projeto da graduação Francisco Fanucci e Shundi Iwamizu
– Seminários de Cultura e Realidade Contemporâneas José Guilherme Pereira Leite
– Corpo discente Leonardo Dias e Vicky Berl