G07_O refúgio nas ocupações de São Paulo: O caso da nove de julho

PARTE_01

Após uma primeira aproximação dos refugiados-imigrantes moradores da ocupação nove de julho através do GRIST (Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem Teto), o grupo busca entender qual o uso e  função do espaço público/comunitário do edifício ocupado no cotidiano destes que vieram de outros países e buscam, dentre outras coisas, uma nova sociedade para se sentir parte.

Este mapeamento irá informar como o grupo deve articular os quatro principais pilares que acreditamos potencializar a inserção destes imigrantes nesta nova sociedade, sendo eles a Habitação, Educação, Lazer e Economia.

Entendemos de suma importância a articulação destes pilares nos espaços coletivos da ocupação, possivelmente resultando em um maior engajamento entre os imigrantes-refugiados e o Movimento, a própria ocupação e seus moradores brasileiros. Acreditamos possível e importante retomar a antiga simbologia dos espaços públicos/coletivos, que já foram cenários de grandes acontecimentos e engajamento político, porém hoje dominado pelo consumo e turismo, que se tornaram padrão de uso dos espaços públicos.

PARTE_02

Para esta etapa, o grupo elenca como principal objetivo o entendimento dos usos e desuso dos espaços comuns externos da ocupação 9 de julho. Para tal, buscamos nos aproximar dos moradores através de uma dinâmica de pesquisa, aplicada por um período breve, com curtas e objetivas instruções.

Esta interação considera como base uma abordagem faseada, pensando em Efêmero > Piloto > Permanente.

Essa estrutura sucessiva leva em conta o ritmo da dinâmica da ocupação, o desafio de trabalhar em espaços em disputa. O método incremental permite um ciclo de teste e calibração de estratégias de projeto para abordar condições específicas do local e preocupações dos moradores, sejam eles brasileiros ou não. 
 
A primeira fase, o efêmero, emprega uma instalação temporária e de pequena escala com duração de poucas semanas para estimular o interesse dos moradores em transformar um local específico e permitir o teste de estratégias projetuais.

Este processo participativo irá permitir o grupo não só aferir o estado dos lugares comuns externos mas também subsidiar futuras propostas de intervenções com o objetivo de gerar ou causar maior uso do espaço, levando consequentemente a um aumento na interação entre os moradores da ocupação 9 de julho, questão que vem junta ao trabalho desde sua gênese.