EV2018S02_G16_Artefato de Negociação para Ocupação

A intervenção proposta em projeto visa a ocupação pública de um grande terreno privado na Av. Rio Branco, a partir de uma construção temporária ao longo de toda a borda do terreno. Não construído, e ocupado hoje por um estacionamento privado, o terreno de aproximadamente 1650m2 faz parte de um conjunto nessa situação na região da cidade analisada pelo grupo em fase anterior ao projeto. A partir da definição do perímetro dos projetos municipais da “Nova Luz” (2011 e 2017) como área de estudo, a fase de levantamento se iniciou no mapeamento de lotes ocupados por estacionamentos – horizontais (não construído), horizontais (galpão) e verticais – e outros lotes não edificados, na qual identificamos a grande concentração de lotes nessa condição e, mais do que isso, as dimensões destes lotes. Num segundo momento, a partir da visita e registro fotográfico da área em questão, identificamos dinâmicas sócio-econômicas-culturais específicas da região, que orientaram a definição do partido arquitetônico.

É proposta uma estrutura de andâimes com modulação de 2,5×2,5m e três pavimentos que ocupa toda a borda do terreno do estacionamento, considerando a manutenção de sua operação e a permeabilidade constante e irrestrita dessa sessão do terreno. À estrutura, de simples montagem e desmontagem e baixo custo, incrustam-se contâiners programados – banheiros, vestiários, bicicletários, cozinha, controle operacional do estacionamento, e armazenamento de materiais, salas de reuniões e assembléias comunitárias. Acompanhando o contra-fluxo do estacionamento, a ocupação pública do terreno espraia-se para o interior no lote em determinados momentos do dia (entre as 18-06h) e da semana (domingos), para atividades diversas. A intervenção no terreno, fora dessa zona de borda, se limita a marcação de uma quadra poliesportiva no chão. Além da esportiva, feiras, cinema ao ar livre e diversas outras atividades não-programadas podem ocupar o lote.

A escolha do terreno, além da posição estratégica em relação ao comércio especializado e o fluxo contínuo da Avenida, se deu em função de sua dimensão e extensa frente para a Rua dos Gusmões (70m) e Av. Rio Branco (50m), assim como a permeabilidade possibilitada por uma galeria e um acesso que permitem penetrar o terrenos  pelas quatro frentes da quadra (Rua Vitória e Santa Ifigiênia e as já citadas).