G11. Barra Funda Humanóide

    A Barra Funda se constrói, em seus primórdios, como um bairro plural e diverso, ocupado em sua essência por ex-escravos. Depois, no período industrial, se torna palco da chegada de grande parte dos imigrantes vindos à São Paulo, principalmente italianos. Com o crescimento das industrias a Barra Funda se torna uma das áreas mais industrializaras da cidade, com maior numero de população operária, junto ao Brás e a Mooca. O bairro se consolida com firmes raízes musicais

     Hoje, a Barra Funda é caracterizada pela ausência de vida nas ruas, os altos muros, grandes lotes e a magnitude das construções que expulsam a presença humana. A escala monumental é vista não só na icônica construção do Museu da América Latina, mas também nos grandes galpões, nas enormes lojas de departamento, nos colossais estacionamentos, nas espaçosas lojas de departamento e nos monstruosos complexos imobiliários de lixo. A Barra funda deu as costas à presença humana.

As fotos abaixo são parte de um primeiro ensaio realizado na Barra Funda que procura mostrar essa monumentalidade das construções do bairro, e a consequente ausência da presença do pedestre. Nas escalas enormes da barra funda, nenhum corpo se sente à vontade. não à
toa, nas ruas da barra funda não há quase corpo algum. Se não podemos adaptar a cidade ao nosso corpo, adaptemos, então, nosso corpo à cidade: deixemos que ele também ocupe tal escala.

O grupo estuda a criação de um corpo adaptado à essa magnitude. Um corpo estranho que estranhamente te se encaixa nessa vastidão. Que força a presença do humano.  Passar pelas ruas da barra funda com um carro dificilmente nos causaria estranhamento. Permeá-las com nosso corpo, porém, é bastante esquisito. com esta escala, o ser humano se torna um humanoide. Se é com nosso corpo que ocupamos, é ele que essencialmente nos permite reconhecer o escalafobético.