G45 – Arquitetura pós desastre – O caso de Brumadinho

RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso insere-se no modelo de trabalho do TC-EV da Escola da Cidade, nele se desenvolve o tema escolhido, Direito a Cidade, dentro da disciplina de EV (Estúdio Vertical), contando com membros de diferentes anos letivos de arquitetura para a conclusão do projeto de graduação. Iniciando em fevereiro de 2019, sob o tema geral de Direito a Cidade, que a disciplina propunha e sensibilizados pelo desastre ambiental de Brumadinho em 25 de janeiro de 2019, que ocorreu apenas quatro anos após o desastre similar de Mariana no mesmo estado de Minas Gerais.  Nesta, pretende-se, através de pesquisas acadêmicas e jornalísticas, associadas a atividades didático-pedagógicas, levantar, analisar, debater, problematizar e comunicar de forma abrangente a situação do direito à arquitetura em momentos extremos como este desastre, refletindo sobre seus desdobramentos na produção da arquitetura e urbanismo.

Além disso, este trabalho nasce de questões levantadas e pesquisadas de duas iniciações científicas da autora, datadas de 2017 e 2018, em que ambas têm em comum a pesquisa sobre como escolhas técnicas de tecnologias de construção influenciam na qualidade da produção da arquitetura e da mão de obra. Tendo ambas as pesquisas se fixado no âmbito mais teórico, tomando como estratégia de estudo  a comparação entre os processos de produção dissonantes, sendo os objetos de estudo da primeira com enfoque maior no impacto da mão de obra do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos de São Paulo, em comparação ao Centro Internacional Sarah de Neurorreabilitação e Neurociências do Rio de Janeiro e tendo na segunda pesquisa o enfoque maior na discussão sobre estruturas das Abóbadas Gaussianas de Eladio Dieste e a Folded plate do Terminal de Yokohoma.

Com esta trajetória de pesquisas anteriores e partindo de questões refletidas e bibliografia base de ambas, este Trabalho de Conclusão de Curso se propõe a utilizar de um estudo de caso recente e sensível, como é o desastre de Brumadinho, para a partir do entendimento global das suas condições físicas, urbanas, sociais e do seu sistema histórico e estrutural dominados – assim como em muitas outras cidades pequenas – por apenas uma ou duas empresas, no caso a Vale S.A e Inhotim em Brumadinho, criar mais um polo econômico, como um polo de ensino tecnico, projeto que, ainda de âmbito acadêmico, pretende ser levado para a cidade.

Palavras-chaves: Brumadinho, desastre, habitar, ensino tecnico.

MEMORIAL DE PROJETO

O Complexo de ensino técnico ligado a educação ecológica de estudos ambientais, nasce para dar para o município de brumadinho um polo de pesquisa e referência do seu espaço, que empregue e garanta acesso a estudos variados para sua população, bem como se transforme em um polo econômico que atraia estudantes, pesquisadores e empresas de outras regiões.

O partido do projeto se desenvolve a partir da unidade dos blocos dos edifícios criados. Com a manipulação do solo e terreno cria-se platôs que encaixam esses volumes, parte enterrados e partes emersos, visando assim dar um ritmo que lide bem com o perfil natural do terreno, destacando a arquitetura sem ferir a paisagem, mantendo o ponto mais alto do terreno como mirante natural.

A vegetação também nasce como elemento estruturador, como cordões que articulam o espaço, direcionando caminhos, compondo a arquitetura, dando sombra e conforto térmico e realçando a beleza natural do terreno.

Com a articulação dos níveis bem como da vegetação pretende-se preservar o que os moradores da região comentam admirar deste espaço que é o horizonte e paisagem dos mares de morros que compõem sua paisagem e que grandes autores como Aziz Ab’Saber e Drummond escrevam com admiração.

A orientação do projeto se dá prioritariamente para o norte garantindo melhor distribuição solar para os programas da horta e estufa e dando mais conforto para as partes de esporte e lazer como quadras e piscina. Porém, os edifícios que concentram os programas de ensino se direcionam para o sul, garantindo menor incidência térmica as salas de aula e estudo.

A articulação dos programas garantem uma grande permeabilidade permitindo ser fluida a transição entre os programas de caráter mais reservado que são os de ensino e público que são os de lazer e esporte, bem como a composição da arquitetura permite áreas de descanso e refúgio não só nas áreas de transição entre edifícios e terrenos, mas também dentro dos blocos da arquitetura que possuem uma série de átrios abertos com vista para o céu.

A circulação do projeto também é fundamental por organizar os níveis do terreno, ajustando a acessibilidade do perfil natural enquanto respeita a paisagem natural. A organização em níveis pretende através das edificações fornecer platôs que organizam as áreas do projeto, ao mesmo tempo que recuem os edifícios entre si também fornece mais áreas livres por se tratarem de edifícios em que a cobertura de um poderá vir a ser o piso de outro.