G40

Alexandre Makhoul
Inaê Negrão
Pedro Mendonça
Luiza Souza
Luiz Paulo Bomeny

Motivados pela experiência de vivência externa no Japão de uma das integrantes do grupo, optou-se por trabalhar com o tema da comida de rua em São Paulo. Existia um interesse em entender socialmente e culturalmente a questão, além de uma vontade de se aproximar da escala e dos detalhes construtivos dos carrinhos de rua. O primeiro contato com tal temática foi a partir do workshop realizado durante o Seminário Internacional “ainda o direito à cidade?”; semana na qual o grupo encarou como uma boa oportunidade para uma imersão no assunto a partir de breves pesquisas, entrevistas com vendedores rua, alguns mapeamentos e, por fim, de uma rápida aproximação com a experiência construtiva de um carrinho que serviria como, literalmente, base e dispositivo de apresentação das informações coletadas.

A partir de tais resultados, entendemos que prevaleceu dentro dos interesses coletivos do grupo a questão do funcionamento, dos detalhes construtivos, da materialidade e da montagem efetiva do carrinho de comida; talvez sobre uma lógica de baixo custo e caráter replicável. No entanto, fizemos o constante exercício de nos questionar “para que” e “pra quem” construiríamos tais dispositivos, uma vez que as soluções já existentes pareciam desempenhar bem seus papéis. Com dificuldade de responder tais perguntas e de traçar caminhos mais certeiros para o desenvolvimento do trabalho, tentamos mudar a perspectiva: e se, ao invés de nos deter ao carrinho de comida especificamente, expandíssemos essa noção ao seu limite a fim de refletir sobre a espacialidade que esses dispositivos criam no espaço? A partir dessa chave, passamos a entender o carrinho de rua como elemento gerador de ponto de encontro e de diferentes experiências no tecido urbano, acima de suas funcionalidades específicas.
Nesse sentido, o desejo de trabalho do grupo agora caminha mais em direção de compreender as diversas formas de ressignificar e ocupar os espaços através desses dispositivos e de, possivelmente, construir um que possa englobar variadas funções (relacionadas à geração de renda ou divulgação de informações, por exemplo) mas que tenha, a priori, como traço comum a capacidade de criar pontos de encontro.